Histórico da Paróquia de São Sebastião do Ipu
A história da Paróquia de São Sebastião
remete ao início do século XVIII.
Em 1712 foi criado pela Junta das Missões da Diocese de Pernambuco o Curato do Acaracu (forma antiga de Acaraú), cujo território compreendia toda a porção noroeste da Capitania do Ceará, desde o Rio Parnaíba até o Rio Acaraú; abrangia toda a Serra da Ibiapaba, Meruoca, Sobral e o sertão do vale dos rios Acaraú e Macaco
Por outro lado, os padres da Companhia de Jesus - jesuítas -, sob a direção da Junta das Missões do Maranhão, já realizavam um trabalho de catequese junto aos índios Tabajaras, na serra da Ibiapaba, havendo fundado a Aldeia da Ibiapaba nas cercanias da atual cidade de Viçosa do Ceará. Faziam-se presentes ainda no vale do Rio Coreaú, catequizando os índios Aconguaçus e construindo uma capela no lugar chamado Ibuaçu, atual distrito de Araquém, na cidade de Coreaú.
A Ibiapaba foi objeto de um conflito de jurisdição entre a Junta das Missões do Maranhão e a Junta das Missões da Diocese de Pernambuco. Ambas requisitavam o direito de catequizarem os índios da região. O processo ocorreu em Portugal e foi determinado que, os jesuítas não poderiam ultrapassar o rio Inhuçu (próximo a São Benedito). Dessa forma, a Ibiapaba foi dividida em duas partes: ao norte, sob a jurisdição dos jesuítas, tínhamos o que se chamou de Serra da Ibiapaba; ao sul, ficava a imensidão habitada por índios bravios e de uma inóspita chamada de Serra dos Cocos. O conjunto da cordilheira era chamado, a essa época, simplesmente de Serra Grande.
Em 1722, enquanto a questão com os jesuítas arrastava-se, o Padre João de Matos Serra, do Curato do Acaracu, enviou para a Serra dos Cocos, frei José da Madre de Deus, da ordem dos Carmelitas, com a missão de construir uma capela sobre a serra, com a finalidade de evitar o avanço dos jesuítas em direção ao sul da Ibiapaba.
Frei José veio conversar com o Capitão José de Araújo Chaves, dono da sesmaria das Ipueiras (hoje cidade de Ipueiras), pedindo-lhe que cedesse um terreno nas partes serranas, de suas terras para a construção da dita capela. O capitão, por sua vez, cedeu não e tão somente um, mas dois terrenos, exigindo que fossem construídas duas capelas, uma na serra e outra no sertão. Ele também escolheu os padroeiros. A capela do sertão seria dedicada a Nossa Senhora da Conceição e a da serra a São Gonçalo do Amarante.
O padre carmelita deu prioridade à construção da capela serrana, mas acabou tendo que fugir das perseguições movidas pelos jesuítas. Deixou, no entanto, a capelinha inacabada, mas já servindo para as celebrações que eram raras nessa época em virtude da distância imensa que os padres tinham que percorrer. No máximo, os devotos podiam confessar-se e comungar uma vez por ano, quando pela capela passava um padre que ministrava a "desobriga", aproveitando também o ensejo para realizar todos os batismos, crismas e casamentos necessários. Diz-se que era comum as crianças se batizarem com até doze anos de idade em alguns pontos da Serra dos Cocos, dada a distância e o longo tempo que ficavam sem receber a visita de padres. Estes, por sua vez, enfrentavam toda sorte de perigos em cavalgadas intermináveis, subindo e descendo serras, percorrendo sertões, sujeitos a emboscadas de índios e saqueadores.
A capelinha de São Gonçalo foi escolhida, em 30 de agosto de 1757, para matriz da Freguesia de São Gonçalo da Serra dos Cocos. Desde então, o povoado ao seu redor passou a chamar-se de Matriz de São Gonçalo e hoje se chama simplesmente "Matriz" é um distrito do município de Ipueiras.
O território da Freguesia de São Gonçalo era imenso. Compreendia as atuais cidades de Ipueiras, Guaraciaba do Norte, Ipu, Poranga, Nova Russas, Ararendá, Tamboril e Hidrolândia totalizando uma extensão de quarenta léguas.
No final do século XVIII, o povoado do Campo Grande, atual Guaraciaba do Norte, encontrava-se mais desenvolvido do que a Matriz de São Gonçalo, ao mesmo tempo em que ficava mais próximo de outros pontos também em desenvolvimento, como Viçosa e Sobral. Por este motivo, os padres da imensa Freguesia acabaram preferindo residir no Campo Grande, deixando em segundo plano a matriz.
Por outro lado, bandos violentos agitavam a serra em constantes brigas de família, ensanguentando a Ibiapaba e, principalmente, o povoado da Matriz de São Gonçalo.
Em 12 de maio de 1791, o território da Freguesia de São Gonçalo emancipou-se politicamente com a criação da Vila Nova d'El Rey. Para sede da vila foi escolhido o povoado do Campo Grande, o que aumentou o isolamento da Matriz de São Gonçalo.
Ainda no final do século XVIII, no arraial do Ipu, foi doado por D. Joana de Paula Vieira Mimosa uma légua de terra para constituir o patrimônio de São Sebastião. E foi construída a primeira igreja no centro do quadro formado pelas casas do arraial. Essa primeira igreja tinha a frente voltada para o poente. Era de taipa servindo apenas para as celebrações do Natal e Ano Novo.
A 26 de agosto de 1840, a sede da Vila Nova d'El Rey foi transferida para o Ipu, tomando o nome de Vila Nova do Ipu Grande. Por volta de 1845, chega a Ipu o último curador da Freguesia de São Gonçalo da Serra dos Cocos, o padre Francisco Corrêa de Carvalho e Silva. Ao que sabemos, foi o primeiro padre a fixar residência no Ipu. Sua justificativa para não morar na sede da Freguesia era o fato de haver encontrado a igreja de São Gonçalo em péssimo estado de conservação, com paredes ruindo, o que impossibilitava seu uso para as celebrações. A providência que tomou foi a de mandar demolir a antiga igreja para que fosse construída outra. Enquanto isso conseguiu autorização para transferir as alfaias e ornamentos para a capela de São Sebastião do Ipu.
A construção da atual igreja da Matriz arrastou-se por muitos anos. Enquanto isso resolveu o Padre Corrêa demolir também aquela primitiva capela que havia no Ipu e mandou construir a atual igrejinha.
Dessa forma, a capela da igrejinha remonta à segunda metade do século XIX, sendo, portanto a primeira igreja do Ipu.
O Padre Corrêa faleceu no Ipu a 13 de junho de 1881, sendo nomeado para seu sucessor o Padre João José de Castro. No entanto, em 27 de outubro de 1883, a antiga Freguesia de São Gonçalo da Serra dos Cocos foi extinta, sendo criadas em seu lugar as Freguesias de Nossa Senhora da Conceição de Ipueiras e a de São Sebastião do Ipu. A igreja de São Gonçalo passou a ser capela da Freguesia de Ipueiras.
O Padre João José de Castro foi, dessa forma, o primeiro pároco do Ipu, visto que o Padre Corrêa era vigário Colado da Matriz de São Gonçalo da Serra dos Cocos e fora transferido para Ipu com a mesma função.
Em 1886, o Ipu foi elevado à categoria de cidade. A economia e a cultura desenvolviam-se e o padre João de Castro, além de seu trabalho pastoral, atuou em outros âmbitos, tendo sido fundador e primeiro presidente do Gabinete Ipuense de Leitura e organizado a festa de inauguração da Estação da Estrada de Ferro de Sobral, em 1894, ano em que veio a falecer.
A seguir, veio o Padre Máximo Feitosa de Castro, permanecendo no Ipu de 1894 a 1911. Priorizando o trabalho pastoral, funda o Apostolado da Oração e duas Conferências Vicentinas.
O Padre Aureliano Mota chegou ao Ipu em 1911 para suceder o padre Máximo Feitosa. Percebendo o crescimento econômico do Ipu e a posição privilegiada da cidade, tratou de chamar para cá seu irmão, o jurista, folclorista e escritor Leonardo Mota. Permaneceu à frente da Freguesia de São Sebastião por apenas cinco anos, o suficiente para idealizar a construção de uma igreja matriz que deveria ser a maior e mais bela de toda a região norte. A planta foi feita pelo ipuense arquiteto Arquimedes Memória e a pedra fundamental lançada em 1914. O jornal O Rebate, de Sobral, noticiou o fato na edição de 24 de outubro de 1914 com as seguintes palavras: "Com desusada solenidade realizou-se domingo ultimo, no Ipu, a benção da primeira pedra fundamental da nova igreja-matriz “daquella cidade, grandioso empreendimento que pretende levar a effeito, ali, o seu actual vigário, padre dr. Aureliano Mota." (ortografia da época)
Com a transferência do Padre Aureliano para Quixeramobim, foi designado para o Ipu o Padre Gonçalo de Oliveira Lima, assumindo a Paróquia em 09 de abril de 1916. Continuou a construção da matriz a qual, devido às suas grandes dimensões, levou 26 anos para ser concluída. Padre Gonçalo enfrentou dificuldades, como as grandes secas de 1919 e 1932, quando foi criado em Ipu um campo de concentração para os flagelados, aos qual o padre deveria prestar auxílio espiritual.
Por duas vezes assumiu cumulativamente as paróquias de Ipu e Guaraciaba do Norte, sendo a primeira de 12 de junho de 1920 a 02 de dezembro de 1922 e a segunda de 26 de junho de 1923 a 28 de outubro de 1925.
Em 1947, o então Monsenhor Gonçalo entregou a paróquia ao Padre Francisco Ferreira de Moraes. Este tomou posse no dia 10 de janeiro daquele ano e permaneceu à frente da Paróquia de São Sebastião do Ipu por mais de cinquenta anos.
Em dezembro de 1999, foi tornado vigário emérito por decisão de então Bispo da Diocese de Sobral, D. Aldo Pagotto. Em seu lugar, assumiu a Paróquia a então vigário diocesano Padre Raimundo Nonato Timbó de Paiva, o qual dirige a Paróquia atualmente.
Em 1712 foi criado pela Junta das Missões da Diocese de Pernambuco o Curato do Acaracu (forma antiga de Acaraú), cujo território compreendia toda a porção noroeste da Capitania do Ceará, desde o Rio Parnaíba até o Rio Acaraú; abrangia toda a Serra da Ibiapaba, Meruoca, Sobral e o sertão do vale dos rios Acaraú e Macaco
Por outro lado, os padres da Companhia de Jesus - jesuítas -, sob a direção da Junta das Missões do Maranhão, já realizavam um trabalho de catequese junto aos índios Tabajaras, na serra da Ibiapaba, havendo fundado a Aldeia da Ibiapaba nas cercanias da atual cidade de Viçosa do Ceará. Faziam-se presentes ainda no vale do Rio Coreaú, catequizando os índios Aconguaçus e construindo uma capela no lugar chamado Ibuaçu, atual distrito de Araquém, na cidade de Coreaú.
A Ibiapaba foi objeto de um conflito de jurisdição entre a Junta das Missões do Maranhão e a Junta das Missões da Diocese de Pernambuco. Ambas requisitavam o direito de catequizarem os índios da região. O processo ocorreu em Portugal e foi determinado que, os jesuítas não poderiam ultrapassar o rio Inhuçu (próximo a São Benedito). Dessa forma, a Ibiapaba foi dividida em duas partes: ao norte, sob a jurisdição dos jesuítas, tínhamos o que se chamou de Serra da Ibiapaba; ao sul, ficava a imensidão habitada por índios bravios e de uma inóspita chamada de Serra dos Cocos. O conjunto da cordilheira era chamado, a essa época, simplesmente de Serra Grande.
Em 1722, enquanto a questão com os jesuítas arrastava-se, o Padre João de Matos Serra, do Curato do Acaracu, enviou para a Serra dos Cocos, frei José da Madre de Deus, da ordem dos Carmelitas, com a missão de construir uma capela sobre a serra, com a finalidade de evitar o avanço dos jesuítas em direção ao sul da Ibiapaba.
Frei José veio conversar com o Capitão José de Araújo Chaves, dono da sesmaria das Ipueiras (hoje cidade de Ipueiras), pedindo-lhe que cedesse um terreno nas partes serranas, de suas terras para a construção da dita capela. O capitão, por sua vez, cedeu não e tão somente um, mas dois terrenos, exigindo que fossem construídas duas capelas, uma na serra e outra no sertão. Ele também escolheu os padroeiros. A capela do sertão seria dedicada a Nossa Senhora da Conceição e a da serra a São Gonçalo do Amarante.
O padre carmelita deu prioridade à construção da capela serrana, mas acabou tendo que fugir das perseguições movidas pelos jesuítas. Deixou, no entanto, a capelinha inacabada, mas já servindo para as celebrações que eram raras nessa época em virtude da distância imensa que os padres tinham que percorrer. No máximo, os devotos podiam confessar-se e comungar uma vez por ano, quando pela capela passava um padre que ministrava a "desobriga", aproveitando também o ensejo para realizar todos os batismos, crismas e casamentos necessários. Diz-se que era comum as crianças se batizarem com até doze anos de idade em alguns pontos da Serra dos Cocos, dada a distância e o longo tempo que ficavam sem receber a visita de padres. Estes, por sua vez, enfrentavam toda sorte de perigos em cavalgadas intermináveis, subindo e descendo serras, percorrendo sertões, sujeitos a emboscadas de índios e saqueadores.
A capelinha de São Gonçalo foi escolhida, em 30 de agosto de 1757, para matriz da Freguesia de São Gonçalo da Serra dos Cocos. Desde então, o povoado ao seu redor passou a chamar-se de Matriz de São Gonçalo e hoje se chama simplesmente "Matriz" é um distrito do município de Ipueiras.
O território da Freguesia de São Gonçalo era imenso. Compreendia as atuais cidades de Ipueiras, Guaraciaba do Norte, Ipu, Poranga, Nova Russas, Ararendá, Tamboril e Hidrolândia totalizando uma extensão de quarenta léguas.
No final do século XVIII, o povoado do Campo Grande, atual Guaraciaba do Norte, encontrava-se mais desenvolvido do que a Matriz de São Gonçalo, ao mesmo tempo em que ficava mais próximo de outros pontos também em desenvolvimento, como Viçosa e Sobral. Por este motivo, os padres da imensa Freguesia acabaram preferindo residir no Campo Grande, deixando em segundo plano a matriz.
Por outro lado, bandos violentos agitavam a serra em constantes brigas de família, ensanguentando a Ibiapaba e, principalmente, o povoado da Matriz de São Gonçalo.
Em 12 de maio de 1791, o território da Freguesia de São Gonçalo emancipou-se politicamente com a criação da Vila Nova d'El Rey. Para sede da vila foi escolhido o povoado do Campo Grande, o que aumentou o isolamento da Matriz de São Gonçalo.
Ainda no final do século XVIII, no arraial do Ipu, foi doado por D. Joana de Paula Vieira Mimosa uma légua de terra para constituir o patrimônio de São Sebastião. E foi construída a primeira igreja no centro do quadro formado pelas casas do arraial. Essa primeira igreja tinha a frente voltada para o poente. Era de taipa servindo apenas para as celebrações do Natal e Ano Novo.
A 26 de agosto de 1840, a sede da Vila Nova d'El Rey foi transferida para o Ipu, tomando o nome de Vila Nova do Ipu Grande. Por volta de 1845, chega a Ipu o último curador da Freguesia de São Gonçalo da Serra dos Cocos, o padre Francisco Corrêa de Carvalho e Silva. Ao que sabemos, foi o primeiro padre a fixar residência no Ipu. Sua justificativa para não morar na sede da Freguesia era o fato de haver encontrado a igreja de São Gonçalo em péssimo estado de conservação, com paredes ruindo, o que impossibilitava seu uso para as celebrações. A providência que tomou foi a de mandar demolir a antiga igreja para que fosse construída outra. Enquanto isso conseguiu autorização para transferir as alfaias e ornamentos para a capela de São Sebastião do Ipu.
A construção da atual igreja da Matriz arrastou-se por muitos anos. Enquanto isso resolveu o Padre Corrêa demolir também aquela primitiva capela que havia no Ipu e mandou construir a atual igrejinha.
Dessa forma, a capela da igrejinha remonta à segunda metade do século XIX, sendo, portanto a primeira igreja do Ipu.
O Padre Corrêa faleceu no Ipu a 13 de junho de 1881, sendo nomeado para seu sucessor o Padre João José de Castro. No entanto, em 27 de outubro de 1883, a antiga Freguesia de São Gonçalo da Serra dos Cocos foi extinta, sendo criadas em seu lugar as Freguesias de Nossa Senhora da Conceição de Ipueiras e a de São Sebastião do Ipu. A igreja de São Gonçalo passou a ser capela da Freguesia de Ipueiras.
O Padre João José de Castro foi, dessa forma, o primeiro pároco do Ipu, visto que o Padre Corrêa era vigário Colado da Matriz de São Gonçalo da Serra dos Cocos e fora transferido para Ipu com a mesma função.
Em 1886, o Ipu foi elevado à categoria de cidade. A economia e a cultura desenvolviam-se e o padre João de Castro, além de seu trabalho pastoral, atuou em outros âmbitos, tendo sido fundador e primeiro presidente do Gabinete Ipuense de Leitura e organizado a festa de inauguração da Estação da Estrada de Ferro de Sobral, em 1894, ano em que veio a falecer.
A seguir, veio o Padre Máximo Feitosa de Castro, permanecendo no Ipu de 1894 a 1911. Priorizando o trabalho pastoral, funda o Apostolado da Oração e duas Conferências Vicentinas.
O Padre Aureliano Mota chegou ao Ipu em 1911 para suceder o padre Máximo Feitosa. Percebendo o crescimento econômico do Ipu e a posição privilegiada da cidade, tratou de chamar para cá seu irmão, o jurista, folclorista e escritor Leonardo Mota. Permaneceu à frente da Freguesia de São Sebastião por apenas cinco anos, o suficiente para idealizar a construção de uma igreja matriz que deveria ser a maior e mais bela de toda a região norte. A planta foi feita pelo ipuense arquiteto Arquimedes Memória e a pedra fundamental lançada em 1914. O jornal O Rebate, de Sobral, noticiou o fato na edição de 24 de outubro de 1914 com as seguintes palavras: "Com desusada solenidade realizou-se domingo ultimo, no Ipu, a benção da primeira pedra fundamental da nova igreja-matriz “daquella cidade, grandioso empreendimento que pretende levar a effeito, ali, o seu actual vigário, padre dr. Aureliano Mota." (ortografia da época)
Com a transferência do Padre Aureliano para Quixeramobim, foi designado para o Ipu o Padre Gonçalo de Oliveira Lima, assumindo a Paróquia em 09 de abril de 1916. Continuou a construção da matriz a qual, devido às suas grandes dimensões, levou 26 anos para ser concluída. Padre Gonçalo enfrentou dificuldades, como as grandes secas de 1919 e 1932, quando foi criado em Ipu um campo de concentração para os flagelados, aos qual o padre deveria prestar auxílio espiritual.
Por duas vezes assumiu cumulativamente as paróquias de Ipu e Guaraciaba do Norte, sendo a primeira de 12 de junho de 1920 a 02 de dezembro de 1922 e a segunda de 26 de junho de 1923 a 28 de outubro de 1925.
Em 1947, o então Monsenhor Gonçalo entregou a paróquia ao Padre Francisco Ferreira de Moraes. Este tomou posse no dia 10 de janeiro daquele ano e permaneceu à frente da Paróquia de São Sebastião do Ipu por mais de cinquenta anos.
Em dezembro de 1999, foi tornado vigário emérito por decisão de então Bispo da Diocese de Sobral, D. Aldo Pagotto. Em seu lugar, assumiu a Paróquia a então vigário diocesano Padre Raimundo Nonato Timbó de Paiva, o qual dirige a Paróquia atualmente.
Nas virtudes podemos verificar a dedicação de
cada Sacerdote no mister de suas atividades sacerdotais. Eles não se prendiam
tão somente a função de fazer a cúria de suas ovelhas, mas, se integravam
substancialmente as atividades sociais da cidade, econômicas e políticas.
Os vigários que por aqui passaram foram de uma dedicação e muito esmero às causas de todo Município com muita
seriedade e respeito a todos.
Distinguimos aqui a passagem luminosa do filho de Ipu o Reverendíssimo
Mons. Gonçalo de Oliveira Lima que durante o seu paroquiato foi um exemplo de
Fé dignidade e amor à família de sua terra. Considerado pela Diocese da Sobral
em que pertencia como a “Flor do Clero”. Porque Flor do Clero representava esta
indicação pelos seus méritos de conceito, dignidade, respeito e convivo de
extrema honradez com os seus paroquianos.
Durante o seu Paroquiato em Ipu, realizou grandes reformas na Igrejinha
que mais tarde se tornara Igrejinha de Nossa Senhora do Desterro. As Festas em
louvor a S. Sebastião tinham uma conotação altamente religiosa e espiritual,
fazendo com que todo Povo do Município participasse das homenagens ao Santo
Padroeiro. As novenas recebiam um fluxo de cristãos de todas as paragens e os
filhos da terra que residiam fora prestigiavam aos movimentos relacionados com
a Festa.
Resignou-se em 1948, quando chegava à idade provecta sendo substituído
pelo no Padre Francisco Ferreira de Moraes em 09 de janeiro de 1949, que
dissonantemente acabou com os festejos do Padroeiro, uma nota triste para os
ipuenses e marcante para todos até os dias atuais e bastante comentada e
escrita pelo Dr. Augusto Passos em um de seus livros.
Mons., Gonçalo celebrava diariamente na Igrejinha após a sua resignação às
06 horas da manhã e aos domingos mantinha o mesmo horário. Muito frequentada as
missas do Monsenhor Gonçalo.
Sistematicamente tomava o seu Café Matinal num local reservado na
Sacristia, que servia também para suas orações confissões e outros afazeres da
Igreja. O café era levado pelo seu auxiliar Joaquim que carinhosamente era
chamado por ele mesmo de MANSO.
Costumeiramente mandava tocar a Hora do Ângelus exatamente às seis horas
da tarde. O seu Sacristão Francisco Alves d Sousa (Chico do Padre) alias essa
alcunha devia-se ao Chico ser um dos ajudantes do Monsenhor Gonçalo que lhe
trouxe do Recoló para aqui trabalhar.
Todos que ouviam o sino da Igrejinha tocando naquele momento rezavam as
Nove Ave Marias que eram rigorosamente tocadas naquele momento. Alguns até se
ajoelhavam. Cena bucólica inserida de uma religiosidade palpitante nos corações
dos paroquianos, evidentemente católicos.
Na Poliantéia em homenagem a Emídio Barbosa que havia falecido
tragicamente, quando uma parede da sua casa de comercio desabou matando-o
imediatamente. fez brilhante discurso enaltecendo o homenageado de forma
precípua e verdadeira e condizente com sua indubitável vida de cidadão honrado
e digno.
Na política partidária do IPU. Era Udenista de tradição, mas sem esbanjar
publicamente a sua preferência partidária. Fazia uma política de pé de ouvido
com os seus amigos e compadres como ele gostava de chamar.
Mons. Gonçalo uma vez se portando ao relógio da matriz que comumente batia
desorganizadamente assim falou: “este é como do tempo do lero - lero”, O que
era o Lero-lero? Uma Música carnavalesca que falava de coisas
Esbodegadas, desalinhadas, etc. e etc.
Um Ipuense fervoroso e bairrista com a sua terra não gostava quando
desaprecia do cenário comercial ou qualquer coisa assim dizia logo: “O Ipu é a
Terra do bom principio”.
Quando da chegada da Coluna Preste aqui no Ipu, na madrugada do dia 13 de
janeiro de 1926, estava o Monsenhor a celebrar a missa costumeira, das seis
horas da manha. A população ao tomar conhecimento da chegada dos “Revoltosos”,
compareceram a missa pouquíssimas pessoas, ficando a Igreja quase vazia. O seu
sacristão era o senhor Manoel do Céu e ao terminar a missa um soldado da Coluna
vai até a sacristia e pergunta ao seu Manoel do Céu – me informe onde fica a
Delegacia e onde se encontra o Delegado? O velho sacristão responde
incontinentemente quem sabe é o compadre vigário, e não deu outro o soldadadão
foi de encontro ao Monsenhor e fez a mesma pergunta e calmamente Monsenhor
responde: “não sei não, mas o sei sacristão disse Mons.”. Mais calmo ainda
“olhe o meu compadre sacristão é um homem muito bom e não gosta de dar repostas
negativas”. Enquanto isso seu Manoel do Céu tremia de medo apagando as velas do
Altar. (Antônio Marrocos – Coluna Prestes
no Ipu).
Ainda no que se refere
à coluna Preste Mons. Gonçalo teve uma importantíssima função quando os
Revoltosos procuraram saber quem o representante do Banco do Brasil que era o
seu irmão Joaquim de Oliveira Lima. Pois bem eles fizeram seu Joaquim abrir o
sua comercio de lá tiraram vários produtos inclusive câmara de ar e uma parte
em dinheiro mesmo porque o seu Lima não forneceu o saldo verdadeiro.
Já no Gabinete de
Leitura Mons. Esteve presente mandando lhe servir Café e uma boa água que
deixou o Tem. João Alberto satisfeito, deixando ate o mesmo uma inscrição no
livro de visitas do Gabinete. Despediram-se e disseram que iam dormir na
Viração um sitio de propriedade do Mons. Não deu outra tiraram o leite das de
todas as vacas que eram muitas de propriedade do Monsenhor Gonçalo, quando os
Vaqueiros chegaram para fazer a ordenha não existia mais nada.·.
Piedoso e caridoso, costumeiramente mandava chamar os seus compadres em
sua residência e agradava com produtos da lavra de suas terras.
Foi o criador e incentivador da Criação do Patronato. Um Colégio que
indubitavelmente vem ao longo dos seus sessenta e um ano mantém um nível de
escolaridade invejável não deixando nada desejar com as Escolas da Capital.
Fez a benção juntamente com outros sacerdotes da Pedra Fundamental da Nova
Igreja Matriz e do Patronato Sousa Carvalho com também da Capela de Nossa
Senhora das Graças no Patronato Sousa Carvalho.
Mons. Gonçalo curou por várias vezes a Paróquia de Campo Grande, hoje
Guaraciaba do Norte. Em Santa Quitéria foi vigário e depois fez por varias
vezes o curato daquela Paróquia. Um prova incontestável de sua capacidade e
zelo expressivo pelo seu Sacerdócio.
Pelo seu comportamento frente à Diocese com suas prestações de contas
escritas caracterizando assim um sacerdote de zelo ilimitado e exemplar pastor
de almas que sempre foi.
Tenho um orgulho de felicidade muito grande de ter sido o seu Acolito por
mais de 04 anos, e mais, ajudei a sua última Missa.
Mons. Gonçalo que já vinha sentindo alguns problemas cardíacos não
celebrava no altar - mor e sim no altar do Coração de Jesus que fica quase na
nave da igreja.
Sacerdote de aprimoradas virtudes e de brilhante inteligência faleceu no
dia 11 de outubro de 1955, tendo deixado viva lembrança em todos quantos
conheceram.
Mons. Gonçalo se encontra sepultado na Sacristia de Igrejinha de Nossa
Senhora do Desterro.
Existe hoje na nossa cidade uma grande Escola funcionando no Alto da Boa
Vista que leva o seu nome.
Foi um exemplo a ser
seguido.
O seu sepultamento se
deu em meio a uma grande multidão, várias representações cívicas, eclesiásticas
e militares conduziram o seu féretro até a igreja Matriz de São Sebastião de
Ipu onde se iniciaram os funerais, sendo cantada a antífona pelos Sacerdotes
que solenemente conduziam o cerimonial do saudoso Mons. Gonçalo.
Estiveram presentes,
Padres José Palhano que oficiou os solenemente os funerais do Monsenhor
juntamente com outros padres. Padre Antonino Soares Cordeiro, Pe. Otacílio
Carneiro, Pe. Francisco Ferreira de Moraes, Mons. Sabino (de Sobral) e Padre
Jose Aristides Cardoso.
Entoaram o canto
Miserere na encomendação do corpo do Monsenhor na Igreja Matriz. Em seguida o
corpo foi levado em meio a uma multidão incalculável para sua ultima morada.
Antes do sepultamento ouviu-se o brilhante discurso do Sr. Miranda, gerente do
Banco do Brasil que eloquentemente representava naquele momento toda sociedade
ipuense que mergulhada em lágrimas se despediam do seu pastor tão querido e tão
amado.
A Banda de Música na
parte detrás da Igrejinha onde se encontra sepultado Mons. Gonçalo, na Regência
do Mestre João Louro executava solenemente a Marcha Fúnebre de autoria do seu
irmão Joaquim de Oliveira Lima SAUDADE ETERNA.
Tudo consumado!
No seu tumulo apenas
as flores e as lagrimas dos seus entes queridos e todo o Povo de Deus ali
prestavam a sua homenagem póstuma rezando piedosamente em memória daquele que
fora o ORIENTADOR, CONFESSOR, CONSOLADOR, afinal um pastor que inegavelmente
jamais teremos na nossa IPU>
Foram Padres Coadjutores de Ipu;
Padre José Aristides Cardoso foi o primeiro Coadjutor de Ipu, no vigariato
do Mons. Gonçalo de Oliveira Lima.
Atividades pastorais e outras; Vigário Cooperador do Ipu,
em 1939, cujo vigário era Monsenhor Gonçalo de Oliveira Lima. Vigário de
Reriutaba, do ano seguinte até oito de abril de 1943. Veio para Sobral, exerceu
o magistério no Colégio Sobralense por três meses. De julho a dezembro do mesmo
ano, esteve em Acaraú, como vigário cooperador do pároco: Padre Sabino de Lima.
Depois vai para Massapê-CE, função que exerceu com muito zelo, até 31 de dezembro
de 1948. Voltou a residir em Sobral, em 1949 (foi aí que eu o conheci),
assumindo a capelinha do Colégio Santana e o magistério no Seminário São José,
dedicando-se também à regência do Coral do Seminário. Dos fins de 1948 para
início de 1952, foi Ecônomo do Seminário. De 1952 a 1956, Vigário Auxiliar de
São Benedito com o Vigário Padre José Bezerra Coutinho. De 1957 a 1968, Vigário
de Ibiapina - CE, pela primeira vez; posse no dia 30 de janeiro; tendo
renunciado a 24 de março do mesmo ano. Após dois anos em Martinópolis, retornou
a Ibiapina, a 13 de janeiro de 1957. De 1969 a 1971, Diretor do Ginásio em
Guaraciaba, dando assistência à paróquia de Carnaubal, que estava vaga. De 1971
a 1975, Vigário de Cariré. De 1976 a 1992, Vigário de Carnaubal, CE, na Diocese
de Tianguá. De 1992 até hoje, Vigário emérito de Carnaubal, residindo em sua
terra natal. Em reconhecimento dos bons serviços prestados à Igreja, a Santa Sé
o agraciou com o título de Monsenhor.
Seu pensamento pessoal: "Meu sacerdócio foi baseado na obediência aos meus superiores; no meu itinerário sacerdotal procurei sempre fazer o bem para a glória de Deus e salvação das almas".
Seu pensamento pessoal: "Meu sacerdócio foi baseado na obediência aos meus superiores; no meu itinerário sacerdotal procurei sempre fazer o bem para a glória de Deus e salvação das almas".
O Segundo coadjutor de Monsenhor Gonçalo de Oliveira Lima foi O Padre Cauby
Jardim Pontes, que assumiu as suas funções logo depois do Padre Cardoso no
inicio do Ano de 1943.
Padre Cauby, foi no Ipu um empreendedor. Construiu o Cine Teatro Moderno,
animou grandemente as Associações Pias e a Cruzada Infantil. Criou o Grupo
Teatral Ipuense e revolucionou contra os comunistas na pessoa do Madureira,
expulsando de uma vez por todas de nossa cidade. Um pool de amplificadoras foi
levado o afeito com varias cornetas espalhadas em diversas partes da cidade,
onde se escutava de qualquer parte da nossa cidade. Criou programas e mais
badalado era o Programa A Hora da Saudade com a participação de Cantores e
Músicos da Terra. Era filho de São Benedito. Na sua terra natal fez a melodia
do Hino da cidade em 1936.
Padre Eudes Fernandes, passou por aqui nos anos 1953/1954
Padre Francisco de Assis Lopes Ordenou-se em Sobral no dia 23 de outubro
de 1955. Celebrou a primeira Missa em Bela Cruz no di 01 de novembro de 1955,
em seguido foi nomeado Coadjutor de Ipu.
Padre Antônio da Silveira Bastos, foi Cooperador de Ipu nos anos de
1960/1961, deixou Ipu para assumir a Paróquia da cidade de Frecheirinha.
Padre Francisco Fulton de Paula Bezerril
Nasceu em São Benedito – CE em 23 de outubro de 1929. Ordenou-se em Sobral
– CE aos 8 de dezembro de 1956. É filho de: José Fialho Fontenelle Bezerril e
de Zélia de Paula Bezerril. Casou-se com Zenaide de Vasconcelos Bezerril.
Reside em Fortaleza. Foi coadjutor no Ipu no ano de 1959.
Padre Francisco das Chagas Martins Ordenado Sacerdote no dia 08 de
dezembro de 1956 na Catedral de Sobral por D. José Tupinambá da Frota e cantou
sua primeira missa na Igreja Matriz de São Sebastião de Ipu, no dia 09 de
dezembro de 1956.
Começou sua vida de trabalho, sendo Coadjutor da Paróquia de Ipu até 1959.
Foi nomeado Vigário de Mons. Tabosa em 20 de dezembro de 1959 até 1961.
Em 1961, a 22 de janeiro foi nomeado vigário de Reriutaba, onde permaneceu
até 04 de abril de 1965.
Volta a Ipu e permaneceu de 1965 até 1967.
Como professor lecionou no Ginásio Ipuense as disciplinas de Latim e
Francês.
Foi orientador da Cruzadinha Eucarística de Ipu por todo tempo que
permaneceu em sua cidade natal o Ipu.
Tomou posse na Paróquia de Viçosa do Ceará no dia 22 de janeiro de 1967
até 2002.
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