segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Yolita Sá.
Sessenta anos a gente não completa e nem escreve sozinha. Durante esses anos, conheci pessoas, companheiras, que muito tinham a ver comigo e outras, nada tinham. Fiz um caminho de flores e de espinhos e caminhei sobre ele observando as curvas, ora vislumbrando um horizonte, a terra molhada, perfumada, ora tropeçando e tentando desviar das pedras pontiagudas. Por tudo; pelos anos e pela vida em si, estou agradecida. Tenho família, amigos e bens materiais. Realizada estou: sou mãe, tenho mãe; crio um cachorro (Babu); conheço Paris; pude chorar ao ver Lenin mumificado em seu mausoléu na Rússia, e já agradeci a Deus por estar a bordo de um navio na Grécia e poder admirar as ilhas imponentes em rochas negras sob um sol imenso e alaranjado que se escondia lentamente no mar azul turquesa, eu ví. Hoje estou em Cuba, seguindo os rastros de Che e Fidel (um sonho). Mas, isso não me basta! Quero viajar mais, explorar o mundo, da forma como olhava o livro de geografia e sonhava conhecer aqueles lugares distantes de onde morava. Quero ainda celebrar por décadas, a vida que se renova às cinco da manhã quando o sol tímido se descortina e chega à minha janela. Nesta data, gozando de saúde física e mental (vide bula), agradeço a Deus pela oportunidade de ser mais uma criatura repleta de sentimentos e sensações indescritíveis. Sessenta anos a gente não esquece. (é igual ao primeiro sutiã) Não é um divisor de águas, nem data prá reflexões, nem marco de juventude nem me remete a terceira idade. Sessenta anos é só um tempo, um registro no calendário, uma data de aniversário de milhares de pessoas no mundo, um dia a mais para envelhecer e comemorar. E hj comemoro em alto estilo. Não sei se era assim que eu queria ou desejava, mas ficará guardado na memória de mais um dia bom e feliz. Hoje comemoro vida e agradeço a Deus e a minha Nossa Senhora por tudo isso vivido.

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