Patronato Sousa Carvalho
1951 – 2001
50 Anos de muitas conquistas.
Matéria Produzida para os 50 Anos do Patronato.
Em 1951 tinha apenas oito anos de vida. Mas, tenho algumas recordações quando da instalação do Patronato.
Da sua construção pouco sei, contudo sou sabedor que os seus maiores
benfeitores foram: Milton, Nilo e Lauro de Sousa Carvalho e Sr. Gonçalo
Manoel. Mas isso não vai importar muito nos nossos sentimentos, pois
queremos deixar nesta Antologia o que representa o Patronato para este
escriba.
Não fui seu aluno, contudo patenteei o seu
desenvolvimento ao longo de tão prodigiosa existência. Afinal são 50
anos. Jubileu de Ouro e quando a festa é Jubilar nos arrimamos de gloria
para cantar as suas benesses, os frutos colhidos em tão vasta
sementeira que comumente chamamos de saber.
Passam-se os anos. E
as curvas por onde passamos se enveredam e caem no seu lugar de origem.
Volto de Fortaleza onde estudei por alguns anos. Na minha caminhada de
estudante pude me dedicar ao Magistério, e o Patronato foi à porta
aberta onde encontrei o aportar de minhas primeiras experiências como
Professor, muito embora já tivesse experimentado o alérgico pó de giz em
alguns Colégios em Fortaleza.
Seria um desafio? Não.
Entreguei-me ao sistema e resoluto dediquei-me por 17 anos a causa que
muitos chamam de nobre a – Educação no Patronato das Irmãs de Caridade
do Ipu. Ser educador estava resolvido.
Ao começar fui lecionar a
matéria preferida, na minha área de estudos. Ciências Físicas e
Biológicas. Tratei de imediato acionar um Laboratório que se encontrava
apenas ocupando espaços nas prateleiras, aliás, não chamavam nem de
Laboratório e sim de Gabinete, nome bastante esquisito para quem estava
chegando novinho de um mundo de experimentações.
E mãos a obra.
Fiz de forma prática funcionar o autentico Laboratório de Ciências.
Passamos a confeccionar, trabalhar o aluno no manuseio e confecção de
instrumentos experimentais provando com os seus resultados os caminhos
das Ciências no Mundo Moderno.
As minhas ex-alunas dizem que fui o
pioneiro nesta atividade tão rara naquela época e que muitos achavam
tarefa por demais difícil. Fico feliz em saber que consegui desenvolver
no meio discente e docente um trabalho que para muitos era impraticável.
O Laboratório passou a funcionar a todo vapor servindo grandemente as
aulas de Física, Química e Biologia.
Realizei muitos
experimentos, chegando até mesmo levar e trocar em miúdos todos os ossos
de um crânio em plena aula de Anatomia no antigo 1° Normal.
E as
nossas aulas continuaram. Surge em 1971 uma especialização em matéria
para o Ensino Normal, fui indicado pela Superiora e também Diretora Irmã
Mendes para integrar as inovações que seriam inseridas no Currículo da
Grade do curso em apreço, junto a Universidade Estadual do Ceará – UECE
conclui com esmero todas as aulas ministradas, e em seguida passamos a
praticar os ensinamentos recebidos.
Vem inicialmente o Método
Cientifico que era planejado em cima de acontecimentos científicos da
atualidade. As alunas exercitavam com as práticas laboratoriais na
própria Sala de Aula.
Método de Observação, Método de Experimentação e outros e mais outros foram aplicados na teoria e na prática.
A criação e funcionamento de uma Estação Meteorológica, com vários
aparelhos para prever o tempo, instalados no campo ou pátio aberto do
Patronato. E prevíamos realmente muitos dos nossos fenômenos
atmosféricos.
Como docente tive a felicidade de dar Nome algumas
turmas, ser Patrono e Paraninfo das concludentes do Normal Pedagógico,
inclusive da “Turma Jubileu de Prata”, que fui o seu Patrono em 1976.
Patronato que serviu da primeira Escola para os meus Filhos e Netos e
que entoou cantigas num processo dinâmico de socialização.
Patronato da primeira e única Escola de minha esposa Francisquinha que
ainda modela nas suas atividades os ensinamentos ali recebidos.
Patronato da Superiora Irmã Mendes que por excelência administrou com
muita dedicação este Colégio, fruto da sua capacidade por demais
dinâmica e exceler. Da Professora de Português e Poetisa Irmã Anita de
Barros, autora da Letra do Hino do Patronato e também da letra do Hino
do Jubileu de Prata em 1976 e autora da letra do Hino que representou
Ipu no seu centenário de cidade em 1985.
Patronato de varias
outras Irmãs como: Irmã Bernadete, Irmã Luiza, Irmã Conceição, Irmã
Roseli, Irmã Eugenia, Irmã Maria Costa e outras tantas que passaram no
casarão acolhedor e amigo.
Patronato da Novena da Graça aos sábados após a Benção do Santíssimo Sacramento na Igreja Matriz de São Sebastião.
Patronato da Vila de Santa Luiza de Marilac, cada aluna tinha por dever
visitar os velhinhos da Vila levando uma mensagem de amor e também a
sua contribuição em alimentação.
Patronato das professoras
Valdemira Coelho e Valderez Soares responsáveis por grande parte e por
muito tempo das atividades educativas curriculares e extracurriculares,
como também das sessões solenes ali programadas por elas no Auditório
Nilo Carvalho.
Patronato do seu internato recebendo alunas de toda
Zona Norte do Estado, inclusive de Fortaleza, era um sucesso as internas
do Colégio.
Enfim um Colégio de muitas glórias que devemos cantar e
enaltece-lo a cada momento a sua existência. Já tivemos oportunidade de
dizer em outros escritos que o Patronato não é somente das Irmãs de
Caridade, ele é da Sociedade Ipuense, do ipuense propriamente dito por
isso orgulhemo-nos do nosso Patronato, pois como outros constituem uma
reserva moral na nossa Educação, tendo formado por este Brasil imenso,
milhares de profissionais que sem dúvidas se orgulham de poder ter
passado nesta benfazeja casa de Educação. Costumo ainda dizer que é o
nosso cartão de apresentação ao visitante e deveremos lutar fortemente
para que incluamos o Ipu no roteiro Turístico do Brasil, quiçá
Internacional e que o Patronato seja destacado.
Valho-me agora para agradecer por ter o Patronato me recebido na minha fase quase de experiência nos seus quadros docentes.
Parabéns Patronato e que no decorrer dos anos possamos cantar contigo
muitas de tuas glórias e Oxalá que na arrancada para o progresso tu
estejas sempre presente
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