“São João... acende a fogueira do meu coração”.
Quem um dia não se vestiu de matuto, tomou aluá, comeu pé-de-moleque e
dançou quadrilha ao som da sanfona, zabumba e triangulo? As magias das
festas juninas despertam uma profusão de sentimentos em todos os
corações. Desde os mais velhos que relembram com saudades as noites
estreladas, iluminadas por coloridos balões, às fogueiras ardendo no
terreiro das casas, as adivinhações, os “compadres” de fogueira, o
brilho dos fogos de artifício e as
músicas... “São João está dormindo, não acorde, não...” “O balão vai
subindo, vai caindo à garoa, o céu é tão lindo e a noite é tão boa...”
As noites eram boas, pacatas, singelas. Pena que os jovens de hoje não
as conheceram... Mas será que acostumados a dançar quadrilhas
coreografadas, vestidos com roupas tão produzidas que deixam longe a
semelhança com as vestes caipiras de antigamente, comendo doces sem o
gostinho daqueles feitos em casa, eles iram gostar.
Festa Junina sem
terreiro enfeitado de bandeirinhas, sem mastro de São João, sem
fogueira para pular, sem as músicas ingênuas de outros tempos, ou coisa
mais sem graça, certamente diriam.
Pena que no Brasil as tradições
não sejam preservadas. O mundo evoluiu, o progresso muda a vida, das
pessoas, a face da terra, mas as tradições deveriam resistir a tudo
isso. É o que fica para contar a nossa história o costume de nossa
gente. Faz parte da cultura de uma nação. Ai da velha Europa, que
pertence ao chamado Primeiro Mundo, se não conservasse suas tradições!
No Brasil infelizmente, as pessoas confundem tradição com velharia, com
coisa ultrapassada. E assim, em nome do progresso, tratam logo de
“modernizar” o que jamais deveria ser mudado para não estragar sua
pureza, sua poesia
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário