Folclore no Ipu.
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Os Reisados:
Por
volta dos anos de 1930, já existia a Folia Reis no Ipu. Não obstante a sua
existência desde o inicio do século.
Os
reisados que rezam no nosso arquivo datam de 1930, quando era comandado por Zé
Padeiro, um ipuense residente na Rua da Goela nas imediações ou onde é hoje a
Fábrica Wolga.
A
iluminação da cidade era a luz de Acetileno uma luz a custa de carbureto, mas,
mesmo assim acontecia a folia de Casa em Casa até o romper da aurora.
Uma
característica completa com todos os personagens de uma verdadeira Folia de
Reis. Cantavam e sapateavam alegrando os lares de nossa Ipu.
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Reisado de
Caboclinho Mourão. Com o desaparecimento de Zé Padeiro surge o seu Caboclinho
Mourão com um Grupo de Reisado grande e muito entusiasmado que atendia os
simpatizantes da folia que eram muito, pois a cidade ainda era muito nostálgica
e qualquer animação agradava a todos.
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Reisado de
Batista Bernardino e Raimundo Nonato de Mello, este último meu avô por parte de
minha mãe. Um senhor reisado durou até o ano de 1936, Com o falecimento o meu
Avô, ficou somente o Batista que deu continuidade ao grupo. Batista Bernardino
era Avô da Sula, Fransquinha do Dico e etc.
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Reisado de
Dão Paiva. Pai do Florival, Gonçalo, Expedito, Piragibe e outros. Era uma prole
imensa do seu Dão. Moravam no Sítio Salgado e mantiveram por muitos anos um
grande grupo de Reisado, dançavam no Sertão, Serra e na Cidade. Os seus filhos
e filhas eram os principais participantes. Florival era Dama se vestia como uma
verdadeira Dama e também fazia o papel de Borboleta que entrava cantando uma
música dizendo assim: eu sou uma borboleta - muito faceira a bonita – canto
assim porque é Noite de Natal etc e etc.
Durou
muitos anos esse Reisado findando já no fim dos anos 60.
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Veio em
seguida o Reisado do Luiz Juriti, permanecendo até o final dos anos 80, quando
o mesmo já não tinha mais condições físicas para os famosos sapateados.
Depois do Luiz Juriti desapareceram os nossos
reisados até os nossos dias.
Comidas Típicas.
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Aluá de
Milho, Pipoca.
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Bolo da
Carimã, um bolo feito de um produto que nós conhecemos como “Bolo de Puba”.
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Chouriço,
uma comida feita do sangue do porco, com farinha de mandioca, farinha de
gergelim rapadura ou açúcar.
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O famoso
Bolo de Milho, que todos nós conhecemos.
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A Canjica,
Pamonha, Mungunzá – doce e salgado.
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A Paçoca
feita com farinha de Mandioca e Carne de Sol pisado no Pilão.
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As Broas,
representadas pelas Palmas, Roscas, Esquecidos, Grude com Coco, Bolo de Goma, a
Tapioca com Coco, o Doce de Coco e mais, durante as Fogueiras assamos a Batata
Doce envolta nas cinzas da Fogueira, o Milho Verde e etc.
Quadrilhas.
Desde os primórdios de nossa civilização que
praticamos a dança da Quadrilha. Inicialmente os seus passos eram marcados em
Francês, muito embora sabemos, que a sua origem é Portuguesa mas, os Francês
levaram muito a serio na sua região dando uma conotação muito intensa as
evoluções rítmicas da dança; sem esquecer o CASAMENTO MATUTO que foi uma
criação de nossa brejeirices Brasileiras.
Qualquer inovação nas de: ritmos, roupas, passos
e evoluções descaracterizam totalmente as originalidades de nossas quadrilhas.
A introdução de certos andamentos e mito
especialmente os ritmos são meras invenções daqui que chamamos de modernidade o
que não é o nosso caso.
Os afilhados de Fogueira que até hoje muitos
levam a serio é uma criação brasileira, especialmente quando é feita na
Fogueira de São João.
As palavras pronunciadas na hora do
apadrinhamento dizem mais ou menos assim: “Soa disse são Pedro confirmou se tu
hás de ser minha afilhada que santo Antonio Mandou, dá três voltas em torno de
um Tição em Brasa repetindo a mesma coisa”.
Os Violeiros. Ainda permanecem em nosso meio,
muito embora já tenha sido mais intensa em épocas passadas. Aqui encontramos
poucos violeiros, mas, em outras localidades bem próximas de nós à Moda de
Viola, está sempre presente.
Os emboladores repentistas também se incluem no
nosso folclore. São as famosas emboladas. Este tipo de ritmos é muito freqüente
nas feiras livres que não deixa de ser também um hábito folclorista de nossa
região.
Essas manifestações são muito freqüentes na
Paraíba e Pernambuco.
As Cantigas de Roda, Cirandas, e brincadeiras
outras que caracterizam o folclore infantil.
Carro de Bois, integrante do nosso folclore por
ser um meio de transporte muito característico com toques originais que formava
ou é formado por uma carroceria rústica de fueiro e uma canga de bois que
transportava os nossos produtos como: a cana-de-açúcar, para as nossas moagens e
outros produtos similares.
Carnaval, o maior Folclore brasileiro com uma
intensidade muito grande em todo País.
Aqui no o carnaval começou aparecer por volta
dos anos 30 com pessoas que se vestiam aleatoriamente somente na terça-feira de
carnaval com roupas femininas, de animais, e como o satanás.
Já nos 50/60, começaram a aparecer os primeiros
grupinhos de que quase formavam um Bloco Carnavalesco.
O primeiro bloco que tenho conhecimento era o
bloco dos sujos, muitas pessoas do Clube Artista Ipuense se vestiam com um saco
de estopa e passavam o sujo das panelas no rosto. (Tisna) e saiam rua afora
cantando e dançando as marchinhas do carnaval da época.
Depois apareceram os Corrupiões sem Maldade
também composto por membros do Clube Artista Ipuense, bem grande com muitos
participantes vestidos de uma camisa de mangas compridas de cor Amarelo
queimado uma Calça Branca e um quepe em branco e amarelo.
Fizeram o carnaval do Ipu por muito tempo. Ainda
hoje existem remanescentes deste bloco.
Já nos 70/80, surgiram as Escolas de Frevo,
dando uma expressão fortíssima no nosso carnaval, pela beleza de suas fantasias
e adereços e o valor histórica que cada bloco representava.
Era o Custemu X Xeguemu, Punk, Aventureiros do
Havaí, Papalalau (ainda hoje existente), Os Réus, Spakpemu, e outros que não me
recordo agora.
E assim eram mais ou menos as nossas
manifestações folclóricas.
Qualquer pesquisa que possa inserir no texto,
fiquem a vontade.Afinal de contas a nossa história é ampla e rica.
Francisco Mello (Professor)
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