sábado, 16 de abril de 2016

O Retrato.

Comum ou incomum falamos muitas vezes de retratos de figuras, de paisagens, de pessoas que se representam nas fotografias à saudade da imagem fotográfica, de tudo enfim representará o retrato de alguém.
Retrato empalidecido, em preto e branco ou colorido, retrato feito no antigo lambe-lambe que depois de pouco tempo já esmaecia, pois era de pouca qualidade. O fotografo levava um tempão para revelar aquela imagem que depois de retirada da câmara escura era colocado em água para que todos vissem o processo da revelação e consequentemente o aparecimento do rosto feliz, do infeliz que se fotografou.
Mas nas paredes estão em molduras as mais variadas o casal ou o marido e mulher, ele de gravata com um nó frouxo deixando visível a breguisse misturada com a ingenuidade do caipira a mulher às vezes de tranças ou de cocó ou até mesmo, com os cabelos soltos sustentados apenas por um pente modelo vovó deixa vislumbrar sua imagem junto ao marido em pose eterna na parede.
Mas, existem outras, aquelas que deixam à saudade do seu ente querido para que você possa sempre transcender, para que se perpetue na sua imagem cerebral psíquica aquele vulto tão querido que disse: adeus e não voltou mais.
Por isso e por outras coisas que às vezes não queremos dizer vemos a cada instante de nossa vida processar estes momentos que eternizam e deixam em nossa alma o misericordioso feliz de lembranças daquilo que não podemos ver e nem sentir, pois são etéreos voláteis, fluidificando no mundo astral a sua segunda vida assim dizem os espíritas, porque os cientistas dizem apenas que tudo é matéria que se transformará em nada, pois nem mesmo o pó perdurará e as cinzas também que são substancias evaporantes que se desfazem no ar impregnado no mundo das incertezas, visto o paradoxo dos que estudam tais fenômenos.
A parede está vazia, apenas o relógio que marca as horas, e parou a música, a partitura que estava sobre o piano tornou-se empoeirada quando as mãos de luvas brancas disseram adeus. E lá está a parede em branco sem o retrato dizendo apenas que alguém partiu sem dizer nada, numa ausência que os separou para sempre.
O pobre casal da fotografia do lambe - lambe partiu e partiu mesmo levado pelos os efeitos vitalizados de cromossomos que outrora fora à célula multiplicativa que procriou aqueles que hoje olham e sentem saudades. Será que a imagem vai satisfazer o seu ímpeto saudoso? Ou será mesmo recompensado pela consolação de que o mundo se acabará e todos os mortos voltarão? Quem afirmaria tal verdade?
A canção não bastou para que entoássemos um louvor pleno de muita recordação daquele retrato que o imaginário de hoje lembra com muito afeto o carinho.
Os momentos advirão, e nós, nos constantes ecoar de vozes, nos lembraremos dos retratos pobres ou não, do brega também sim, do meu do seu do que lhe traz infinitas recordações até dos laços de fitas e gravatas entortados com símbolo da soberana vida de apenas fazer o bem sem se preocupar o que estamos vendo. Vale, portanto o retrato a sala que ficou vazia apenas com a figura imaginária da vida de quem você quiser.



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