O Choro de Alencar Sete Cordas
Da Agência Senado
Músico de formação popular, Alencar
Sete Cordas começou a tocar em bailes aos 12 anos em Ipu (CE), sua cidade natal, ainda na década de 60. Ao se mudar
para Brasília, em 1971, integrou-se à comunidade musical, especialmente aos
grupos de choro.Em 1977, ajudou a fundar o Clube do Choro, casa na qual tocou
de forma constante por 25 anos.
Durante sua carreira, apresentou-se com grandes
nomes da música brasileira, como Cartola, Paulo Moura, Sílvio Caldas, Hermeto
Paschoal, Sivuca, Dominguinhos, Odette Ernest Dias, Pernambuco do Pandeiro, Zé
da Velha e Silvério Pontes.
Especializou-se no violão de sete
cordas, instrumento que lhe rendeu o nome artístico. Além da notável habilidade
como instrumentista e arranjador, Alencar destacou-se na atividade de
professor, tendo formado diversas gerações de violonistas de seis e sete cordas.
Entre 1998 e 2003, o músico foi ainda
um dos professores pioneiros da Escola Brasileira de Choro Rafael Rabello,
vinculada ao Clube do Choro, juntamente com Hamilton de Holanda, Jorge Cardoso
e Evandro Barcelos. Ali trabalhou pelo período de cinco anos, até abrir sua
escola.
Nas aulas particulares e
participações em cursos da Escola de Música de Brasília, utilizou método
próprio, que batizou de árvores harmônicas. Essa solução mostrou-se bastante
engenhosa na escolha dos acordes necessários ao acompanhamento das melodias
instrumentais e canções.
Além de músico de shows e professor,
Alencar foi presença constante na vida boêmia da cidade, tocando por
divertimento em festas e bares. Era também um grande contador de histórias e
ultimamente vinha ampliando sua atividade nas redes sociais da internet. Sua
festa de 60 anos, realizada em junho, reuniu dezenas de amigos em restaurante
da Asa Sul de Brasília. Naquela ocasião, o adjetivo que mais ouviu foi o de
"mestre".
Convidado pelo pianista Antonio
Carlos Bigonha para o lançamento de um CD, na quarta-feira (14), só pode
executar Carta a Niemeyer, do próprio Bigonha. Estava prevista, entre outras o
choro Naquela Mesa, que Sérgio Bittencourt compôs especialmente para o pai,
Jacob do Bandolim, cujos versos não deixam de rimar com a partida de Alencar:
"Naquela mesa 'tá faltando ele/E a saudade dele 'tá doendo em mim".
Nelson Oliveira / Agência Senado
"Mãos que servem são mais santas que lábios
que oram"
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