sábado, 9 de janeiro de 2016

CRÔNICA DE UM COMPLÔ CONTRA O PRESIDENTE DA AILCA
                                               Fortaleza, 26 de dezembro de 2015.
"Verba volant, scripta manent" ("As palavras voam, os escritos permanecem)
        Prezados confrades- membros da Diretoria da AILCA,
        A menos de um mês para encerrar-se o meu mandato à frente da AILCA, desejo agradecer-lhes a colaboração prestada nesse período, o qual não foi tão tranquilo como era minha expectativa.
        Não sou adepto de teorias conspiratórias. Contudo, sou um atento observador dos fatos, mormente quando seu encadeamento me leva a deduções lógicas e irrefutáveis. Por isso, desejo deixar por escrito o que aconteceu com relação à minha pessoa a partir de janeiro de 2014, quando fui eleito para presidir a Academia Ipuense de Letras, Ciências e Artes.
        Tudo começou com o falecimento da acadêmica Maria da Conceição Viana, irmã da também acadêmica Natália Maria Soares Viana Lopes, ocorrido pouco antes da sessão solene marcada para 16.01.15.
        Três dias antes da referida sessão, recebi um telefonema do acadêmico Sebastião Valdemir Mourão que, em tom impositivo, solicitou o cancelamento do evento, alegando que a Academia deveria unir-se à família da falecida no luto que cumpria, principalmente da parte de sua irmã Natália. Respondi-lhe que isso, àquela altura, não seria recomendável, uma vez que todos os acadêmicos já haviam sido avisados. Além do mais, na reunião em lide, dar-se-ia a posse de dois novos acadêmicos: Emmanuel Teófilo Furtado Filho e José Maria Bonfim de Moraes.
        A partir de então, começaram a intensificarem-se fatos hostis à minha pessoa. A acadêmica Natália, alegando luto, passou a não participar das reuniões da Academia, chegando ao ponto de, na sessão de 08.05.15, adentrar o recinto da sede, retirando-se, em seguida, inopinadamente, sem dar qualquer justificativa a mim, que presidia a mencionada sessão. Considerei tal gesto altamente desrespeitoso e contrário ao mínimo de civilidade que deve caracterizar um membro de nossa Entidade.
        Em 12 de junho do ano em curso, a acadêmica Maria de Lourdes Mozart Martins Moura entregou-me um Ofício renunciando à função de Diretora de Publicações e Marketing, alegando razões de ordem pessoal. Em consequência, tive de assumir suas atribuições, deixando de editar a Folha Acadêmica por absoluta falta de tempo, já que exerço a função de Diretor Administrativo-Financeiro da Fundação de Cultura e Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão (FUNCEPE), aqui em Fortaleza. Posteriormente, fui informado de que a acadêmica em questão aceitou ocupar a mesma função na chapa da candidata Natália.
        No dia 22.08.15, data marcada com grande antecedência para a sessão solene que, entre outras coisas, iria homenagear o Município de Ipu, convidei a Diretora Sócio-Cultural, Maria das Graças Aires Martins, para comparecer, às 8h: 30, à sede da Academia, na casa Oswaldo Araújo, a fim de, conjuntamente, tratarmos de aspectos relativos à referida sessão. Lá ela não compareceu, fazendo-me esperar, na rua, por mais de uma hora, já que uma das chaves da casa estava em seu poder. Após esse longo tempo, entrei em contato com a Secretária-Geral, Francisca Ferreira do Nascimento, que, prontamente, dirigiu-se ao local onde me encontrava, e abriu a casa.
        Depois da supracitada sessão, tomei conhecimento de que a acadêmica Natália Maria Viana Soares Lopes já havia formado uma chapa para concorrer à eleição de janeiro de 2016. Soube, também, que a referida confreira já mantivera contatos com vários membros da atual Diretoria, menos com o presidente. Estranhei tal comportamento, uma vez que, em quase 10 anos de existência da AILCA, as eleições foram realizadas com transparência e, não raro, o presidente em fim de mandato comandava o processo sucessório. Por que fazer as coisas "por debaixo dos panos", alijando o presidente do processo?  Não creio ser esta a receita para a manutenção da paz do Colegiado.
        Outra acadêmica, Maria Eunice Martins Melo Aragão (minha prima), grande amiga de Maria das Graças, somente compareceu, ao longo de meu mandato, a uma única reunião por mim presidida, a do dia 16.10.15. Já nas reuniões presididas pelo Vice-Presidente Manuel Evander Uchôa Lopes, sua assiduidade foi total. Vale assinalar que, nas duas primeiras reuniões do ano de 2014, estive pessoalmente na residência da citada acadêmica, convidando-a a comparecer, o que, não sei por que razão deixou de acontecer. Vão vendo por aí a série de "coincidências" acontecidas entre algumas acadêmicas de Ipu e este que vos escreve.
        Em 15.09.15, recebi do acadêmico Sebastião Valdemir Mourão, o e-mail abaixo:
  "Favor retirar as contribuições da revista de minha autoria e do J.P. Mourão. Não participaremos desse número. Grato e favor registrar recebimento deste e-mail." mourao v
        Posteriormente, vim, a saber, que o confrade em questão faz parte da suposta chapa eleitoral da Natália.
        Por fim, quero relatar um fato bastante desagradável envolvendo esta presidência e as irmãs Aires Martins. Maria das Graças, a diretora Sócio-Cultural, tem por costume fazer despesas sem me consultar. Somente após o fato consumado, sou chamado a pagar a conta. Por ocasião do falecimento do Dequinha, esposo da acadêmica Eunice, ela adquiriu uma coroa de flores ao preço de R$ 90,00, comunicando-me "a posteriori." Não obstante discordar da forma como a coisa foi conduzida, paguei a despesa por considerá-la justa. Posteriormente, Maria das Graças, novamente sem me consultar, adquiriu, pelo mesmo preço, outra coroa de flores para homenagear a ex-sogra da acadêmica Aldânia Maria Lima Soares Matos. Registre-se que Aldânia separou-se, há anos, do filho da citada senhora (esqueci o nome) e hoje tem outro companheiro. Por seu turno, seu ex-companheiro vive atualmente com outra companheira. Achei que, no caso, a AILCA não deveria arcar com a despesa, cabendo à diretora, se assim o desejasse, prestar à falecida a  homenagem que lhe aprouvesse, por conta própria.
        Pois bem. No último dia 6 do corrente, recebi um e-mail da acadêmica Ana Lucila Aires Martins, irmã de Maria das Graças, cobrando-me, em termos bastante incisivos, a despesa em questão. Respondi-lhe que, no caso, não caberia à AILCA arcar com essa despesa pelas razões expostas no item anterior. Em tom bastante impositivo, Ana Lucila respondeu que minha resposta havia sido bastante grosseira, que a AILCA iria honrar esse débito e que sua irmã não iria pagá-lo do bolço (sic) dela. Respondi-lhe, então, que bolso se ercrevia com s e não com ç, estranhando que uma acadêmica incorresse em erro tão crasso. Em resposta, Ana Lucila disse que não me autorizava a corrigi-la, pois ela escrevia do jeito que queria. E disse mais: sua irmã não era funcionária para cumprir horário e que a mesma não tinha obrigação de se comunicar comigo. Pela primeira vez, em minha longa carreira na área administrativa, tomei conhecimento de que alguém de escalão inferior pudesse sobrepor-se ao presidente de uma organização.
        Ante o exposto, prezados confrades, concluo que foi engendrado em Ipu, por parte das supracitadas confreiras e do confrade acima mencionado, um complô visando desestablizar a minha gestão, dificultando, ao máximo, minhas ações de caráter administrativo. Nunca destratei nenhuma delas ou o referido confrade, mas o inverso aconteceu, conforme pode ser deduzido do presente enunciado. Ademais, preocupa-me o fato de que todos os personagens aqui referidos compõem a chapa encabeçada por Natália Maria Viana Soares Lopes. A propósito, soube através de um ipuense que Maria das Graças convocou, numa certa manhã, um radialista para, na casa Oswaldo Araújo, fazer propaganda em favor da candidatura de sua amiga Natália. Que saudades do espírito de transparência e cordialidade que anteriormente prevalecia na Academia!
        Termino citando a genial frase do poeta Fernando Pessoa, o qual, em sua clarividência, afirmou que "tudo vale a pena se a alma não é pequena."
        Desejo a todos vocês que o ano de 2016 seja proveitoso e repleto das bênçãos de Deus.
                                               Cordialmente,
                                                           Cláudio César Magalhães Martins
                                                                  Presidente da AILCA





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