sábado, 26 de dezembro de 2015

Simplesmente Crônicas

Senhoras,
Senhores,
Caro Professor Francisco de Assis Martins,
 Boa Noite!

Lugar melhor não havia para o lançamento de Simplesmente Crônicas do que na Casa d’Aula. Foi neste lugar especialmente neste pátio que muitas crianças brincaram nos momentos de recreação quando aqui era a Casa d’Aula. Posso ouvir as gargalhadas, a fala das crianças e a escolha de quem iria participar das brincadeiras. O cheiro do momento também posso sentir. Nossa! quanto tempo! Não fiz parte desta geração mas qual motivo de ser transportada para aquele tempo? Ora é simples, um contador de histórias tem o poder de fazer o ouvinte, o leitor ser transportado sem que ele queira para um determinado momento da História.
Caro Professor Francisco de Assis Martins, Simplesmente Crônicas tem o poder de levar, de transportar o leitor para infinitos momentos da História desta cidade. Foi esta sensação que senti ao ler Simplesmente Crônicas, viajei por vários momentos da História de Ipu, senti cheiros, ouvi vozes, parei, chorei, senti saudades, saudades de um tempo que não era meu, mas que fiz parte daqueles momentos, até sorri, encontrei pessoas, pessoas de várias gerações que também passaram pela História e tiveram as mesmas sensações que eu.
 As crônicas contidas neste livro carregam muitas responsabilidades, pois o passado às vezes transforma a vida de muitas pessoas no presente, eis o motivo das pessoas guardarem um segredo, uma verdade por tanto tempo e quando esta verdade é revelada toda uma vida ou vidas se transformam ou desmoronam para sempre.
Todas as crônicas me chamaram a atenção, porém escolhi apenas duas especialmente porque fizeram parte da minha vida, foram momentos de felicidade, de alegria, momentos saudáveis que pude viver ao lado de pessoas que ainda vivem e outras que já se foram. As crônicas  O Carnaval de Ipu e O Dia 21 de janeiro  trazem um cheiro e uma   cor que todas as gerações passadas e presente podem sentir e enxergar se assim desejar.
O Carnaval de Ipu especialmente na década de 80 e 90 atraia a juventude não somente Ipuense, mas de toda a região e Capital. O domingo de carnaval na Bica do Ipu, era o momento mais esperado pela juventude da minha época, não tinha “bandas grandes” era apenas uma banda pequena tocando as marchinhas de carnaval e as músicas da Banda Chiclete com Banana, mas a felicidade contagiava os jovens. Interessante, o espaço onde se encontrava os foliões era pequeno mas cabia todos e todos brincavam, dançavam, paqueravam e quantos casamentos que ainda hoje resistem ao tempo nasceram nos carnavais da Bica do Ipu. Quantos amores não evoluiram, quantas lembranças, quantos desencontros, quantos mal entendidos, enfim quem ainda volta fica imaginando, sonhando com aqueles momentos, e podem senti  e ouvi o  cheiro, as músicas, a alegria estampada no rosto dos foliões que brincavam felizes o carnaval na Bica do Ipu. A paquera do dia continuava à noite no Grêmio Ipuense   e quando o namoro dava certo, era casamento no ano seguinte. Simplesmente Crônicas faz isso com o leitor, transporta o leitor para um momento, para o lugar de memória que ele passou, para um momento vivido, a sensação é de rejuvenescer, parece que a gente fica na adolescência na proporção que vai lendo. E quando  a crônica  não tem nada a com a gente a gente passa a viver a vida alheia. É um livro mágico, mexe com sentimentos, com o passado, com os lugares de memória desta cidade, faz a gente senti saudade, chorar até.
Quanto a crônica Dia 21 de janeiro não é diferente, a algazarra é a mesma. A juventude alvoroçada esperando a festa dançante. O lugar já não é o mesmo mas o sentimento permanece para alguns jovens. Outro dia fiquei horas conversando com um amigo sobre a população Ipuense dos anos 80 e 90, época da minha adolescência  e do meu amigo falávamos como a nossa geração era maravilhosa, o Grêmio Ipuense cabia todos nós e ainda os jovens que vinham de outras cidades. As festas eram saudáveis, as paqueras, os namoros, os encontros no Pavilhão, não tínhamos celular, mas os encontros aconteciam. No dia 19 de janeiro na época era a Black Banda que fazia o maior sucesso, depois foram outras. Hoje o Grêmio Ipuense é pequeno quando tem uma festa com uma banda de sucesso.  E assim a cidade cresce, a juventude aumenta ninguém conhece mais ninguém. Nos anos 80 e 90 todos se conheciam, sabiam de quem eram filhos, o que faziam, onde estudavam, os desafios eram maiores, mas as amizades eram mais sinceras, os amigos eram para sempre.
Quando breve envelhecer sentirei saudades dos momentos da minha juventude, e sou ciente, o que vai sobrar para as gerações futuras serão os livros, crônicas como estas que foram escritas pelo escritor Ipuense Francisco de Assis Martins – respeitosamente Professor Mello. 
Com este livro é possível que a História de Ipu permaneça viva para sempre.

Obrigada pela oportunidade de poder externar meus sentimentos da juventude através de Simplesmente Crônicas.
Francisca Ferreira

Ipu, 17 de agosto de 2013.





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