Porque a Bíblia
ensina que é santo e salutar o pensamento de rezar pelos mortos.
No 2º livro dos Macabeus, capítulo 12, versículos
43 a 46: “(Judas Macabeu) Tendo feito uma coleta mandou
duas mil dracmas de prata a Jerusalém para se oferecer um sacrifício pelo
pecado. Obra bela e santa, inspirada pela crença na
ressurreição, porque se ele não esperasse que os mortos haviam de ressuscitar,
seria coisa supérflua e vã orar pelos defuntos. Ele considerava que aos
falecidos na piedade está reservada uma grandíssima
recompensa. SANTO E SALUTAR ESSE PENSAMENTO DE ORAR PELOS MORTOS, para
que sejam livres dos seus pecados”.
Por isso, São Paulo, na 2ªEpístola a Timóteo,
cap.1, vers.18, assim ora a Deus pelo amigo Onesíforo: “Que o Senhor lhe conceda a graça de obter misericórdia do Senhor
naquele dia”.(2 Tm 1,18)
Nota: Comparando os vers. 15 a 18 do cap. 1º, com o vers.19 do cap.4º desta mesma Epístola, vê-se que
Onesífero já era morto, porque nestes textos, S. Paulo se refere nominalmente a
outras pessoas, e quando seria o caso de nomear Onesíforo, seu grande amigo e
benfeitor, ele não o faz, mas só se refere “à casa” e “à família de Onesíforo”. Daí se conclui que ele não
era mais do número dos vivos. E S. Paulo reza por ele, pedindo que o Senhor
tenha dele misericórdia.
Mais uma oração pelos mortos: “Quando tu oravas com lágrimas e enterravas os mortos, quando
deixavas a tua refeição e ias ocultar os mortos em tua casa durante o dia, para
sepulta-los quando viesse a noite, eu apresentava as tuas orações ao Senhor”. (Tobias
12,12)
Lendo o livro de
(Jó 1,18-20) podemos ver que seus filhos foram purificados pelo sacrifício
oferecido pelo seu pai. Como duvidaremos de que nossas oferendas pelos mortos
lhes proporcionem alívio? Portanto demos nossos sufrágios àqueles que já se
foram e por eles ofereçamos nossas preces.
Ler ainda na
Bíblia: (1 João 5,16-17) (Eclesiástico 38,16-24) (Tobias 4,18)
Portanto, os
católicos rezam pelos mortos, porque, com a Bíblia e toda a tradição, desde os
tempos apostólicos, creem na existência do Purgatório.
Se os mortos não interessam pelos vivos, como se
explica que aquele rico nos tormentos do inferno suplicasse a Abraão que
enviasse Lázaro a seus cinco irmãos ainda vivos, para convencê-los a mudar de
vida e evitar virem, por sua vez, àquele local de tormento? (Lucas 16,27). Como
podia Abraão ignorar o que se passava aqui na terra, visto que sabia terem os
vivos Moisés e os profetas, isto é, seus livros, e que se seguindo escapariam
aos tormentos do inferno? Não sabia ele que o rico tinha vivido em delícias e
que Lázaro, o pobre, vivera na penúria e sofrimento? Com efeito, disse: “- Filho, lembra-te de que recebestes teus bens em vida, e Lázaro
por sua vez os males” (Lucas 16,25). Abraão estava, pois a par
dos fatos concernentes aos vivos, não aos mortos. Pode ser que estes fatos ele
não podia os ter conhecido no momento em que ocorreram, mas após o falecimento
dos dois, e sob as indicações do próprio Lázaro.
Condições do
relacionamento entre os mortos e os vivos:
Convenhamos, pois
que os mortos ignoram os acontecimentos daqui da terra, pelo menos no momento
mesmo em que eles se realizam. Podem vir a conhecê-los mais tarde, por aqueles
que vão ao seu encontro, uma vez mortos. Por certo, não ficam conhecendo tudo,
mas somente aquilo que lhes for autorizado de ser revelado e que eles tem
necessidade de conhecer.
Os anjos, que velam sobre as coisas desse mundo,
podem também lhes revelar alguns pontos julgados convenientes a cada um por
aquele que tudo governa. Pois se os anjos não tivessem o poder de estarem
presentes na morada dos vivos como na dos mortos, o senhor Jesus não teria
dito: “Aconteceu que o pobre morreu e foi levado pelos anjos ao seio de
Abraão.” (Lucas 16,22). Eles estão ora na terra ora no céu,
visto que foi da terra que levaram aquele homem que Deus quis lhes confiar.
As almas dos mortos
podem ainda conhecer, por revelações do Espírito Santo alguns acontecimentos
aqui da terra, cujo conhecimento lhes é necessário. Não somente fatos passados
ou presentes, mas até futuros. É assim que os homens – não todos – conheceram
durante a sua vida mortal, não a totalidade das coisas, mas aquelas que a
providencia divina julgava bom lhes revelar.
A sagrada escritura atesta que alguns mortos foram
enviados a certas pessoas vivas; e reciprocamente, algumas pessoas foram até a
morada dos mortos, assim Paulo foi arrebatado ao paraíso (1 Coríntios 12,2). E
o profeta Samuel, após sua morte, apareceu a Saul ainda vivo e lhe predisse o
futuro (1 Samuel 28,15-19). É verdade que alguns negam que tenha sido Samuel
que apareceu, pois sua alma era refratária a tais procedimentos mágicos, como
dizem. Foi conforme julga, outro espírito, suscetível a essa arte maléfica que
se revestiu de imagem semelhante a ele. Ora, o livro do Eclesiástico, atribuído
a Jesus ben sirac ( que por causa de certas semelhanças de estilo podia ser
mesmo de Salomão), relata-nos em elogio dos patriarcas que“Samuel profetizou mesmo depois de morrer” (Eclesiástico
46,23).
Mas há outro texto
que convida a admitir esse envio de mortos aos vivos: a passagem das aparições
de Moisés, cujo Deuteronômio nos certifica da morte (Deuteronômio 34,5) e que
apareceu vivo, como lemos no evangelho, com Elias que não morreu. (Mateus
17,3).
Como não sabemos
exatamente o que acontece depois dessa vida, oramos pelos que morreram confiando
na misericórdia do Deus que é Pai dos vivos e dos mortos. Não achamos perda de
tempo, como alguns evangélicos dizem, nem inutilidade orar por um falecido
porque cremos na comunhão dos santos e sabemos que Deus está em tudo e em
todos, inclusive naqueles que já morreram. Nisso discordamos de outras igrejas
que não acham necessário orar pelos mortos – ler (Apocalipse 6,9-11)
Há algumas pessoas que dizem que no céu está Jesus
Cristo, mais ninguém, pois ele disse: “ninguém subiu ao céu senão
aquele que desceu do céu, o filho do homem”. Nossa resposta simples
é: mas é claro, antes de Jesus as portas do céu estavam fechadas realmente. Ao
morrer, desceu à mansão dos mortos e levou para o céu todos os justos. Foi ele
mesmo que disse ao bom ladrão: “hoje mesmo estarás comigo no paraíso”. Portanto, se ao subir ao céu, o
Senhor levou o bom ladrão, já não está não mais sozinho. Todos daí para frente
participam da glória reservada aos que fazem a vontade de Deus. (Mateus 27,
51-53) fala que neste dia muitos mortos ressuscitaram.
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