Nos
Caminhos do Ipu.
Ipu, cidade encravada ao sopé
da Ibiapaba tem a sua toponímia composta de relevos e planícies. Cortada pelo
riacho Ipuçaba o que muito contribuiu para o nosso desenvolvimento sócio
cultural.
Na sua confrontação
morfológica Ipu teria uma forma de AVE, sendo o Quadro da secular Igrejinha
chamado de Papo e a sua primeira Rua chamada de Goela e que segundo alguns
historiadores formariam a goela e o Papo de uma Ave e lá mais na ponta, ou
seja, no final da Rua o Bico dando à formação de um pássaro, coisa não muito
aceita por alguns que estudam a nossa história.
Ipu teve os seus primeiros
passos com a chegada de Dona Joana de Paula Vieira Mimosa, uma portuguesa que
aqui chegou vindo de Pernambuco onde recebeu das cortes portuguesas uma légua
de terra que ela destinou ao Patrimônio de São Sebastião que logo em seguida se
tornara o Padroeiro da cidade, por vontade de seu marido Joao Alves Fontes.
Para o orago do Santo foi
construídas uma pequena capela de taipa e coberta de palhas com a frente virada
para o Poente que serviu por algum tempo para as celebrações das Missas do
Natal e Ano Novo. Eram missionários e até mesmo jesuítas que aqui chegava vindo
de viçosa a pé para as citadas celebrações.
Dona Joana Mimosa, a
portuguesa e desbravadora de nossa Ipu, veio de Pernambuco até Fortaleza de Navio
e de Fortaleza (Forte de Nossa Senhora de Assunção) a Camocim e outras
embarcações, e para o Ipu veio A PÉ.
Consoantes destes primeiros
relatos podem começar a descrever como se deslocavam a Ipu os viandantes da
época, não obstante a vivencia dentro do próprio Município.
O nosso homem primitivo fez
uso do seu próprio corpo para se locomover a diferentes plagas do Universo.
Ipu não foi diferente. Os
nossos conterrâneos que residiam a certas distancias da Sede do Munícipio
faziam as suas andanças A PÉ, ou no Pé dois como chamamos hoje.
Revendo os arquivos do Sr.
Joao Anastácio Martins, (Meu Pai) e de Joaquim de Oliveira Lima, dois
memorialistas que contava a palavras amiudadamente da nossa história.
E não foram diferentes do
Homem Sapiens, Os nossos deslocamentos dentro do próprio território Municipal
se davam caminhando e carregando nos seus próprios ombros produto alimentícios
para as suas subsistências. Outros também em suas costas traziam produtos dos
mais rudimentares para serem comerciados na Vila do Ipu Grande.
Produtos como a mamona,
oiticica, peles de ovinos e caprinos, castanhas de caju e outros produtos.
Advindos da serra e do
sertão, por Ipu pertencer a estes dois climas diferentes e costumeiramente,
costumamos dizer que o “clima é o espelho da vegetação”, comerciam e trazidos
pelos seus próprios lombos às frutas, a farinha, o feijão, a rapadura e outros
produtos de primeira necessidade.
Concluímos neste primeiro
capitulo que desde os tempos mais longínquos de nossa civilização os
transportes ainda hoje existem através dos braços e os pés do próprio homem;
uma civilização que hoje muito raramente encontramos pessoas de nossa cidade
viajando A PÉ para os diferentes recantos de nosso território Municipal.
Quase toda produção advinda
da SERRA E DO SERTAO eram trazidas para o nosso Centro Comercial do Ipu, o
nosso Mercado Publico, hoje denominado Mercado Francisco da Silva Mourão (Chico
Mourão).
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