sábado, 10 de outubro de 2015


Nas histórias relatadas por Papai, ele enfatizava muito, alguns Prefeitos com quem trabalhou. Dentre os Prefeitos citados por ele relatamos nestas memórias o Abdias Martins que entre muitas obras por ele realizadas citamos as mais importantes:

Rebaixou todas as calçadas da cidade que eram altas oriundas da Civilização Portuguesa,
Fez o paralelepípedo da Rua Cel. Felix.
Anualmente limpava o Riacho Ipuçaba da nascente a desembocadura.
Dispensou o Imposto Predial por 05 anos para que todos pudessem fazer as suas construções mais livremente,
Auxiliou satisfatoriamente a Santa Casa de Misericórdia de Sobral,
Instalou o abastecimento d’água da cidade e inaugurou. (Caso Inédito), na época.
Conseguiu terrenos para a construção de Grupos Escolares nas localidades de: Pires Ferreira, Várzea do Jiló, Flores e Abílio Martins,
Comprou o terreno para a construção dos Correios e Telégrafos,
Comprou 05 quartos na Rua Teodoreto Souto (Beco do Progresso) para depósito de pertences da Prefeitura.
Lançou meio-fio nas ruas ainda pouco povoadas para estimular construções.


Muitas histórias lendárias foram relatadas por Papai, inclusive a que se refere à Cobra do Sítio São Paulo que já registramos anteriormente nestas memórias.

Outra nos conta que por ocasião da construção da capela de São Sebastião, um aventureiro holandês enterrara na praça fronteiriça ao templo um tesouro imenso, deixando-o sob a guarda de São Sebastião. Papai diz que os mais antigos do que ele, que o tesouro havia sido retirado pelo holandês de uma gruta enorme que ficava a doze quilômetros do Ipu, localizada no lugar chamado Donato; hoje no Município de Pires Ferreira. A riqueza fabulosa vivia guardada por uma enorme serpente de olhos de fogo... O holandês havia descoberto o segredo de como a serpente fechava os olhos. Apoderou-se de grande parte das preciosidades e trouxe-os para Ipu. Meses depois, voltou para retirar o que havia ficado e é devorado pelo selvagem e temível animal. Dizem que José da Costa Alecrim descobriu o precioso achado, ficando rico da noite para o dia. Quando o ipuense da quadra colonial de Ipu passava pelas ruas da vila o Povo lhe dava as COSTAS. É que o tesouro pertencia, com justiça, ao Santo do lugar que o havia guardado por longos anos...

Ainda no que diz respeito à fabulação, que nas proximidades da cidade de Ipu, ao sopé da Serra Grande e denominada em suas faldas, deságuam as águas do Riacho Ipuçaba, que formam a nossa conhecidíssima “Bica do Ipu”. Reza a tradição que, certa feita, um jovem par, casado às escondidas da família, descia a famosa escada de pedra que liga o vale ao alto das serranias. Numa fração de segundo, o jovem é lançado despenhadeiro abaixo... Anos depois, era sempre observada à tardinha a reprodução da tragédia... Haviam casado na manhã do trágico dia e afirmavam as más línguas que fora a noiva que empurrara o jovem sertanejo...  

Há muitas décadas dois ingleses andaram pelas cercanias do Ipu e localizaram minas de ouro. Um deles se chamava Dixon. Depois de levantar o mapa da região percorrida e o local exato da situação da mina, parte para capital do Império, a fim de conseguir o natural privilégio de exploração.
Ao regressar, foi morto misteriosamente no Recife, quando dormia, e nunca mais tivemos noticias do “homem das minas”.  

O engenheiro Heráclito de Carvalho, de sociedade com o coronel José Bernardo Teixeira, resolve, então, explorar a mina do Ipu, situada a doze quilômetros da cidade.
Presta numerosa caravana de trabalho e Põe mãos à obra. Conseguiu encontrar algumas pepitas do precioso metal.
Caindo em desalento, foi envolvido por um terrível nervosismo. Curado, na Capital do Império, regressa ao local da mina e ergue, então, singular aparelhagem, por ele mesmo idealizado. Novamente é acometido de mal súbito, vindo a falecer pobre e desiludido.
Este foi o fim melancólico das célebres minas de ouro do Ipu... (Enciclopédia dos Municípios – Vol.nº. 5 de 1957. Páginas de 272 a 283)


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