Nas
histórias relatadas por Papai, ele enfatizava muito, alguns Prefeitos com quem
trabalhou. Dentre os Prefeitos citados por ele relatamos nestas memórias o
Abdias Martins que entre muitas obras por ele realizadas citamos as mais
importantes:
Rebaixou
todas as calçadas da cidade que eram altas oriundas da Civilização Portuguesa,
Fez o
paralelepípedo da Rua Cel. Felix.
Anualmente
limpava o Riacho Ipuçaba da nascente a desembocadura.
Dispensou
o Imposto Predial por 05 anos para que todos pudessem fazer as suas construções
mais livremente,
Auxiliou
satisfatoriamente a Santa Casa de Misericórdia de Sobral,
Instalou
o abastecimento d’água da cidade e inaugurou. (Caso Inédito), na época.
Conseguiu
terrenos para a construção de Grupos Escolares nas localidades de: Pires
Ferreira, Várzea do Jiló, Flores e Abílio Martins,
Comprou
o terreno para a construção dos Correios e Telégrafos,
Comprou
05 quartos na Rua Teodoreto Souto (Beco do Progresso) para depósito de
pertences da Prefeitura.
Lançou
meio-fio nas ruas ainda pouco povoadas para estimular construções.
Muitas
histórias lendárias foram relatadas por Papai, inclusive a que se refere à
Cobra do Sítio São Paulo que já registramos anteriormente nestas memórias.
Outra
nos conta que por ocasião da construção da capela de São Sebastião, um
aventureiro holandês enterrara na praça fronteiriça ao templo um tesouro
imenso, deixando-o sob a guarda de São Sebastião. Papai diz que os mais
antigos do que ele, que o tesouro havia sido retirado pelo holandês de uma
gruta enorme que ficava a doze quilômetros do Ipu, localizada no lugar chamado Donato;
hoje no Município de Pires Ferreira. A riqueza fabulosa vivia guardada por
uma enorme serpente de olhos de fogo... O holandês havia descoberto o
segredo de como a serpente fechava os olhos. Apoderou-se de grande parte das
preciosidades e trouxe-os para Ipu. Meses depois, voltou para retirar o que
havia ficado e é devorado pelo selvagem e temível animal. Dizem que José da
Costa Alecrim descobriu o precioso achado, ficando rico da noite
para o dia. Quando o ipuense da quadra colonial de Ipu passava pelas ruas da
vila o Povo lhe dava as COSTAS. É que o tesouro pertencia, com justiça,
ao Santo do lugar que o havia guardado por longos anos...
Ainda no
que diz respeito à fabulação, que nas proximidades da cidade de Ipu, ao sopé da
Serra Grande e denominada em suas faldas, deságuam as águas do Riacho Ipuçaba,
que formam a nossa conhecidíssima “Bica do Ipu”. Reza a tradição que, certa
feita, um jovem par, casado às escondidas da família, descia a famosa escada de
pedra que liga o vale ao alto das serranias. Numa fração de segundo, o jovem é
lançado despenhadeiro abaixo... Anos depois, era sempre observada à tardinha a
reprodução da tragédia... Haviam casado na manhã do trágico dia e afirmavam as
más línguas que fora a noiva que empurrara o jovem sertanejo...
Há
muitas décadas dois ingleses andaram pelas cercanias do Ipu e localizaram minas
de ouro. Um deles se chamava Dixon. Depois de levantar o mapa da região
percorrida e o local exato da situação da mina, parte para capital do Império,
a fim de conseguir o natural privilégio de exploração.
Ao
regressar, foi morto misteriosamente no Recife, quando dormia, e nunca mais tivemos
noticias do “homem das minas”.
O
engenheiro Heráclito de Carvalho, de sociedade com o coronel José
Bernardo Teixeira, resolve, então, explorar a mina do Ipu, situada a doze
quilômetros da cidade.
Presta
numerosa caravana de trabalho e Põe mãos à obra. Conseguiu encontrar algumas
pepitas do precioso metal.
Caindo
em desalento, foi envolvido por um terrível nervosismo. Curado, na Capital do
Império, regressa ao local da mina e ergue, então, singular aparelhagem, por
ele mesmo idealizado. Novamente é acometido de mal súbito, vindo a falecer
pobre e desiludido.
Este foi
o fim melancólico das célebres minas de ouro do Ipu... (Enciclopédia dos
Municípios – Vol.nº. 5 de 1957. Páginas de 272 a 283)
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