quarta-feira, 26 de agosto de 2015


O município de Ipu é citado no romance de José de AlencarIracema, índia nativa que se banhava na bica, também conhecida como "a virgem dos lábios de mel". Inicialmente o povoado nasceu dentro das terras dadas em Sesmarias pelo estado português a alguns colonos radicados em Pernambuco. Ligada às terras da Matriz de São Gonçalo da Serra dos Cocos (hoje em Ipueiras) e à sede da primeira Vila (Guaraciaba do Norte), a povoação fora construída em cima de um velho cemitério indígena. A sua praça central (chamada por seus habitantes de "Praça da Igrejinha") está localizada neste "útero inicial" em que aquela sociedade veio a nascer ainda no século XVII. A região entrou em disputa entre padres Jesuítas e colonos; até que, após a expulsão dos jesuítas do Brasil pelo Marquês de Pombal, as terras e os infelizes indígenas que nela habitavam ficaram entregues aos "cuidados" dos colonos brancos. Reduzidos a escravos (ou semiescravos), os indígenas foram incorporados àquela sociedade colonial na condição precária de "cabras" agregados às terras que um dia foram deles. Apenas em 1840/41 a Vila Nova do Ipu Grande fora transformada em sede da Vila. Em 1885 a Vila é elevada à condição de cidade; em 1894, com a instalação da Estrada de Ferro de Sobral, a cidade passou a crescer e urbanizar-se lentamente. A economia comerciária, promovida pela ferrovia, possibilitou à classe comerciária local adquirir capitais gerados do trabalho e do comércio algodoeiro. A cidade crescia e com isso aumentavam os problemas. As elites conheceram um crescimento significativo, para depois mergulharem numa estagnação econômica acarretada pela desativação da ferrovia e do comércio a ela ligado. Nos anos 40 do século XX, a cidade mergulha num processo de decadência até culminar com o completo desmonte da ferrovia nos anos 50, 60 e 70 do século passado. Decadente, a cidade transforma-se num verdadeiro "curral-eleitoral" para a oligarquia local; momento em que a prefeitura da cidade transforma-se na maior empregadora do município.

Sua população estimada em2013 era de 48.216 habitantes. A cidade fica encravada no sopé da Serra da Ibiapaba e tem como principal atração turística a Bica do Ipu, uma queda d'água do Riacho Ipuçaba de 120 metros de altura, além da Bica do Ipu a cidade oferece mais pontos de visitação como: Casa de Pedra, riacho São Francisco, cachoeiras como a do Urubu e do Engenho dos Belém e os açudes S. Bento e Bonito.
Em suas primeiras manifestações de apoio eclesial, registra-se em 1740 e procedente da Vila Viçosa, a presença de alguns clérigos cujo desempenho consistiu na formação de redutos catequéticos, os quais constam do programa o precitado reduto. Desse trabalho missionário, cujos esforços não foram inócuos, resultou a edificação de uma capela que, por seu turno, daria lugar à Freguesia de São Gonçalo da Serra dos Cocos, o que de fato ocorreu, conforme Provisão de 30 de agosto de 1757. Com o advento do Decreto Imperial Nº. 200, de 26 de março de 1840, transfere-se a Freguesia, até então situada em São Gonçalo da Serra dos Cocos, para São Sebastião do Ipu, compreendendo, na jurisdição desta, as capelas de Nossa Senhora da Conceição de Ipueiras e de Nossa Senhora dos Prazeres de Campo Grande. Decorrido quase meio-século, novas transformações se processam, desta vez com relação à mudança de hierarquia e evolução de ordem administrativa. Essa novidade tem como instrumento de apoio a Lei Nº 2.037, de 27 de outubro de 1883, convertendo ao título de Igreja – Matriz as capelas de São Gonçalo dos Cocos e São Sebastião do Ipu.
Os primeiros registros históricos sobre a região de Ipu datam do tempo do Brasil colônia e entre os personagens de então podemos destacar nomes como Joana Paula, Martim Soares ou padre Correia. Veremos que eram pessoas comuns, carregadas de defeitos, ganâncias, ambições etc. Para a “civilização do Ipu” e sua região os ditos “heróis” não passam de sanguinários conquistadores; gente guerreira, que nasceu dos choques dos mundos europeu e indígena e por aqui se instalou para formar uma sociedade singular e desigual. Matar, roubar, assassinar, estuprar ou agredir eram “esportes” naturalmente praticados por nossos antepassados, e queiramos ou não, somos um povo altamente mestiço (somos brancos, indígenas e negros). A nossa civilização nasceu por sobre as poças de sangue dos povos nativos, e fora construídos por homens brutos, valendo-se da escravidão e do extermínio, para dar legalidade ao sequestro das terras e dos corpos (para o trabalho escravo e para o sexo promíscuo) das indígenas e africanas; legitimando todo tipo de privilégio e de poder emanados desta situação.
Sobre isso, leiamos este documento: “Tamboril tem produzido homens notáveis, entre estes o coronel Diogo Lopes de Araújo Sales, que o Ministro da Agricultura, (...) em 1855 dizia não conhecer no país mais hábil catequista dos índios. À sua espada encantada, que não podia soltar, pelo receio de exterminá-los de um só golpe, deveu ele escapar mais de uma vez às sedições dos selvagens. Seus serviços nessa arriscada empresa foram de feitos relevantes.” É claro que, como homens como o Coronel referido antes, não nos admira que não tenha havido “reclamações oficiais” por parte dos nativos; os Tremembés, Carátiús, Reriús, Arariús, Quixelôs e outros povos não tiveram a menor chance, lutar com arco e flecha contra bala e pólvora era uma luta perdida! Após a “limpeza” da terra, Joana Paula, seus pais e irmãos puderam vir ocupar a área despreocupadamente, habitando o sertão central e parte da Ibiapaba (Ipu, Ipueiras, Guaraciaba, Tamboril, Santa Quitéria, Reriutaba, Crateús e muitas outras cidades nasceram dentro deste processo). O homem desta área é altamente mestiço, caboclo, com pouco sangue negro, e com bastante sangue europeu. Os Brancos, pela superioridade das armas, puderam dominar e aculturar aos índios e alguns africanos; debaixo da bota dos fazendeiros proprietários, as mulheres índias e negras emprestaram seus ventres para que o falo dos descendentes de europeus “povoasse a terra” e mestiços. Não tendo recursos humanos ou materiais para ocupar as terras do “Ciará Grande” (e a região de Ipu), Vossa Majestade El’rei de Portugal (e depois da independência, D. Pedro I e D. Pedro II) delegava poderes quase absolutos para seus súditos que por aqui vinham construir a “civilização”. Os colonos que viriam povoar os sertões do Ipu tinham licença para matar, prender, soltar, julgar, perdoar, e condenar, principalmente aos índios, negros e/ou brancos pobres que lhes deviam obediência; foi assim que nasceu a conhecida prepotência de nossas elites e a exagerada submissão de nossos “cabras”! Com a independência, em 1822, D. Pedro I, após esmagar os confederados do Equador e outras rebeliões do “Norte” do Brasil, passou a delegar poderes de polícia aos fazendeiros e seus filhos; neste ínterim, os Mourões, poderosa oligarquia parental sediada na Serra dos Cocos, filiada ao Partido Conservador, exercerá o poder e a violência com mão de ferro nestas paragens. “Eram por demais turbulentos (...) [e] sanguinários os primeiros povoadores desta parte da província, (...) os homens mais influentes (...) percorriam com bandos armados da serra ao vale e do vale à serra, decidindo de tudo [na] (...) lógica do bacamarte. Esses facínoras traziam em sobressalto Tamboril e (...) Príncipe Imperial (Crateús), Independência, Boa Viagem, Pedra Branca, Santa Quitéria e Ipu.” Dentre estes homens, os clãs–familiares dos Araújos-Chaves, Mello-Mourão, Feitosas, Martins, Aragão, Lopes etc. impunham a lei e a ardem com base na faca-peixeira e no bacamarte boca-de-sino. Assaltos, assassinatos, estupros e lutas pela posse da terra eram “a coisa mais natural do mundo” naqueles tempos. Foi neste ambiente que nasceu a nossa civilização.

·         Data da criação: 26 de agosto de 1840
·         Toponímia: Queda D’água
·         Variação Toponímica: Vila Nova do Ipu Grande
·         Desmembrado de Guaraciaba do Norte
·         Padroeiro: São Sebastião
·         Dia: 20/01
Características ambientais
·         Pluviosidade: a média anual é de 1.258 mm
·         Temperatura média: 26°C a 30°C
·         Período chuvoso: janeiro a maio
·         Distância da Capital "Fortaleza": 257Km
·         Área Territorial: 630Km²
·         Latitude: 4°,19'
·         Longitude: 40°, 49'
·         Altitude: 240,27m do nível do mar
·         Clima: Semi-Árido
·         Mesorregião: Noroeste Cearence
·         Microrregião: Ipu
·         Limites: Norte: Reriutaba e Pires Ferreira, Sul: Ipueiras, Leste: [[Hidrolândia]; Oeste: Guaraciaba do Norte.
·         Hidrografia: Rios Acaraú, Jatobá e Inhuçu e riachos do Engenho, Mulungu, S. Félix, Albina, Gamelecia, Sambaíba e Ipuçaba.
·         ACESSO RODOVIÁRIO: CE-187 / CE – 032 / CE - 157
Componentes ambientais
·         Relevo: Planalto da Ibiapaba e Depressões sertanejas
·         Solos: areias quartzosas distróficas, Bruno não cálcico, Latossolo vermelho-amarelo e podzólico vermelho-amarelo
·         Vegetação: caatinga arbustiva aberta, floresta caducifólia espinhosa, floresta subperenifólia tropical pluvio-nebular e floresta subcaducifólia tropical pluvial.
Divisão política-administrativa
·         Distritos: Abílio Martins, Flores, Várzea do Jiló, Recanto e Ingazeira.
Ligações externas [editar]
·         Município de Ipu;
·         Mapa de Ipu
·         Mapa de Ipu
·         Página do IBGE
·         Página do Ceará
Referências
1. ↑ a b Divisão Territorial do BrasilDivisão Territorial do Brasil e Limites Territoriais. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (1 de julho de 2008). Página visitada em 11 de outubro de 2008.
2.  IBGE (10 out. 2002). Área territorial oficial. Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Página visitada em 5 dez. 2010.
3.  Censo Populacional 2010Censo Populacional 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (29 de novembro de 2010). Página visitada em 11 de dezembro de 2010.
4.  Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do BrasilAtlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) (2000). Página visitada em 11 de outubro de 2008.
5. ↑ a b Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Página visitada em 11 dez. 2010.


Nenhum comentário:

Postar um comentário