sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Caminhada ao Luar

José Júlio Martins Torres

Em 1995, quando era funcionário do Banco do Nordeste,
eu fiz um Curso de Consultoria Interna, no qual se trabalhava
muito a questão da consciência, também corporal, por meio
de Dinâmicas e de Vivências Biocêntricas. Após o término do
Curso, resolvemos fazer um trabalho de Consciência Corporal
com o maratonista e terapeuta corporal, Norval Cruz, que
toda noite de Lua Cheia faz uma Caminhada ao Luar com um
grupo, nas imediações da praia da Abreulândia, em Fortaleza.
Trata-se de uma caminhada de três horas e meia, todos
em absoluto silêncio. Inicialmente, às 22 horas, se fez um ritual
no qual se pediu, aos nossos ancestrais e aos espíritos da
Natureza, permissão para adentrar a mata. Norval Cruz, à frente,
a certa distância, todos adentram a mata próxima à praia, às
vezes rastejando mesmo. De vez em quando, parando, observando
e escutando o silêncio da Natureza. Chegando às dunas,
sobe duna, desce duna, rastejando, rolando. Observando
tudo em absoluto silêncio. Terminamos a caminhada quando
já era uma hora da manhã, todos formando uma roda, dentro
do mar, todos abraçados pela cintura e também com água pela
cintura. Somente, então, cada um falou sobre as suas impressões
sobre a caminhada.
Durante a caminhada eu observei que existe Mandacaru
na mata e até nas dunas próximas à praia. O Mandacaru, uma
planta bem característica da caatinga, cresce bem junto ao
Murici, que é uma planta característica da praia. Eu fui o último
a falar. Então, saiu, na hora, a seguinte poesia:



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