Caminhada ao Luar
José Júlio Martins
Torres
Em 1995, quando era
funcionário do Banco do Nordeste,
eu fiz um Curso de
Consultoria Interna, no qual se trabalhava
muito a questão da
consciência, também corporal, por meio
de Dinâmicas e de
Vivências Biocêntricas. Após o término do
Curso, resolvemos
fazer um trabalho de Consciência Corporal
com o maratonista e
terapeuta corporal, Norval Cruz, que
toda noite de Lua
Cheia faz uma Caminhada ao Luar com um
grupo, nas
imediações da praia da Abreulândia, em Fortaleza.
Trata-se de uma
caminhada de três horas e meia, todos
em absoluto
silêncio. Inicialmente, às 22 horas, se fez um ritual
no qual se pediu,
aos nossos ancestrais e aos espíritos da
Natureza, permissão
para adentrar a mata. Norval Cruz, à frente,
a certa distância,
todos adentram a mata próxima à praia, às
vezes rastejando
mesmo. De vez em quando, parando, observando
e escutando o
silêncio da Natureza. Chegando às dunas,
sobe duna, desce
duna, rastejando, rolando. Observando
tudo em absoluto
silêncio. Terminamos a caminhada quando
já era uma hora da
manhã, todos formando uma roda, dentro
do mar, todos
abraçados pela cintura e também com água pela
cintura. Somente,
então, cada um falou sobre as suas impressões
sobre a caminhada.
Durante a caminhada
eu observei que existe Mandacaru
na mata e até nas
dunas próximas à praia. O Mandacaru, uma
planta bem
característica da caatinga, cresce bem junto ao
Murici, que é uma
planta característica da praia. Eu fui o último
a falar. Então,
saiu, na hora, a seguinte poesia:
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