Velocidade do Tempo
Os tempos vão passando e
passando às vezes tão rapidamente que não sentimos a velocidade do seu andar, e
em outras circunstancias volta com tamanha rapidez que os ponteiros dos
relógios parecem andar mais apressadamente do que antes.
Até bem pouco tempo estávamos
esquecidos de alguns objetos que usamos por muito tempo no nosso dia a dia. E
lá vem a mídia na Televisão, nos Jornais e Rádio, anunciando o quase
impossível, “vai faltar luz”, frase quase não pronunciada entre os viventes
deste Planeta há muito tempo. Era o Apagão!... (Ano de 2001). Verdade, nua e crua
e verdadeira, vamos ficar no escuro não tem jeito, os irresponsáveis dos
governantes até desconheciam e procuravam esclarecimentos para tais motivos.
Motivos? Mais do que ninguém eles sabem de tudo. O Povo que se dane. Mas, as
justificativas vêm e o inevitável aconteceu.
Era a escuridão. O mundo das trevas estava de volta.
E os objetos de antigamente
também teremos que usar como: os tradicionais Lampiões de Gás, O Farol, a bem
iluminada Petromax, as Lamparinas, Candeeiros ou “Bibianos”, o Ferro à Brasa para
passar roupas, as famosas e bonitas Lanternas, afinal toda aquela parafernália
de luminárias do passado estava de volta.
Para não deixar tão somente
nos objetos ilumináveis, recordaremos como parte da história algumas das marcas
de Cigarros que tiveram a sua Fama, como o: Princesa, Astoria, Kenel Clube, BB,
Globo, Continental, Dalila, Yolanda, Rivera, Hollywood, Maxixe, Elite, Cigarros
Turcos, Salomé, LUIZ XV, Jokey Club, Olinda, Favoritos, Liberty, Minister,
Columbia, Marly, Flirt, Touriste, Belmont, Beverly, Lincoln, Coonsul,
Lancaster, Capri, Hilton, Arizona, Cassino, Advance.
Outras marcas que fizeram
épocas foram os prospectos de medicamentos populares em todo Brasil como:
Melhoral, cuja propaganda em jingle dizia “Melhoral, Melhoral!” “Melhor e não
faz Mal”.
O Biotônico Fontoura, “O Tônico revigorante para os seus
músculos e nervos”. Bromil, o “expectorante que arranca o catarro do seu
peito”, Café Aspirina, Saúde da Mulher, Emulsão de Scothe, o (remédio do
peixe), a bendita Guaraina, Cibazol, Pílulas de Vida do Dr. Ross e o famoso Capivarol.
São medicamentos que fizeram a cura de muita gente mesmo antes dos poderosos
Antibióticos. O melhor Laboratório era o Bayer que tinha como Slogan “Se é
Bayer é Bom”.
O Ontem como
O Hoje, trazem sempre inovações na nossa linguagem mesmo quando não
esquecemos os tempos em que chamávamos, e mesmo assim vamos continuar lembrando
algumas coisas que pouco falamos, dos Mata Mosquitos, e Mata-Ratos de
bandeirinha amarela na porta o que significava que aquela residência estava
sendo vistoriada ou passando por uma profilaxia. Eles tratavam de eliminar os
mosquitos e os ratos.
E os nomes de algumas casas
comerciais mudaram de nome...
Um amigo nosso depois de passar muito tempo sem andar na
terrinha como dizemos se depara no Centro Comercial da cidade com as mais
exóticas denominações, senão vejamos:
O Galinha Morta, por vender
muito barato.
Mercearia Copa 70, em
homenagem ao Tricampeonato na Copa do Mundo de 70.
Zero Hora, bar localizado
abaixo da Estação Ferroviária, tinha esse nome por funcionar à noite inteira.
Catatumbar era assim chamado
por ser localizado perto do Cemitério.
Suspiro de Alma, bar
localizado no alto da Boa Vista, fundos para o Cemitério.
Mercearia “O Poldo”, (Poldro)
com uma enorme variedade de produtos comestíveis.
Mercearia “O Pombo”, não tem
nada de Pombo, vende cereais e outros produtos para consumo diário.
Pizzaria “Só o Mie” vende
salgados de um modo geral, mas a sua especialidade mesmo é o arroz com picados
de carne, a nossa antiga “(Maria Isabel)”.
Bar “O Boquete”, especialista
em bebidas e o tira-gosto feito na hora, como o churrasco na brasa.
Varejão “O Cabeça Branca”, de
tudo um pouco. Hoje sua principal especialização é o Frango Assado na Brasa.
Auto Peças “Baião de Dois”,
vende peças para todo tipo de automóvel, está localizada no Quadro da
Igrejinha.
Bar “O Buriti”, fica no
centro da cidade vendendo muitos produtos no ramo de bebidas e salgados.
Praça do “Pau Mole”. Bonita
Praça localizada no centro da cidade de Ipu, muito bem planejado é um recanto
agradável para todos, porém recebeu a alcunha de Pau Mole, denominação feita
por Edson Dantas, por ali haver uma freqüência de pessoas mais idosas.
Não esquecemos quando o
Aeroporto era chamado de “campo de aviação”, picolé de “doce gelado”. cabeleireiro
de “barbeiro”, algodão doce era o “doce japonês”, WC, era chamado de “latrina
ou sentina”, táxi era “carro de praça”, bar era “botequim”, restaurante era
“casa de pasto”, caldo de cana era “garapa”, drama era palco improvisado com a
mesa da sala de jantar, servindo de proscênio, e lençóis fazendo a boca de
abertura da ribalta. Lanche era “merenda”, lanchonete era “café”, e “sanduíche
era pão com qualquer coisa dentro”, piquenique era “convescote”. Ah! ia me
esquecendo farmácia era “Botica”, isqueiro era “o sete lapadas”, tomar “uma”
era “matar o bicho”, ou tomar uma “pilombetada” e ainda se falando em tomar uma
“um tronco” também valia como tomar uma dose, camisa de mangas compridas era o
“cilak, ah! ainda mais, sutiã era “califom”.
Foi-se o tempo em que se
gritava, “ô de dentro” e o outro respondia “ô de fora”. Ao penetrarmos de casa
adentro de nossas pessoas amigas.
E assim os tempos, os
acontecimentos passam e nós não deixaremos nada mesmo cair no esquecimento.
Ipu, 18 de agosto de 2001.
Nenhum comentário:
Postar um comentário