segunda-feira, 1 de junho de 2015

Francisco Aragão toma posse como membro da Academia Brasileira de Ciências
Foto: Cláudio Melo
Francisco José. filho de: Milton Aragão e de Dona Rosinha Lima Aragão.

Francisco Aragão é membro titular da Academia Brasileira de Ciências
Francisco Aragão foi escolhido para a área de Ciências Agrárias
O pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia - uma das 46 unidades de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) - Francisco José Lima Aragão toma posse nesta terça-feira (05/05/2015) como membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC) na área de Ciências Agrárias. A eleição foi realizada durante a Assembleia Geral Ordinária da ABC no dia 03 de dezembro de 2014 e, junto com ele, na área de Ciências Agrárias, também foi eleito o professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (ESALQ/USP), Márcio de Castro Silva Filho. A cerimônia de posse acontecerá durante a Reunião Magna da Academia, na sede da ABC, no Rio de Janeiro, onde tomarão posse os 24 novos membros titulares e dez membros correspondentes eleitos no ano passado.

Francisco Aragão é o quarto pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia a integrar o quadro de membros titulares da ABC, ao lado dos pesquisadores Elíbio Leopoldo Rech Filho (2005), Maria Fátima Grossi de Sá (2012) e Dario Grattapaglia (2013). O pesquisador Luciano Paulino foi membro afiliado (categoria destinada a jovens cientistas) de 2007 a 2012. "Para mim essa eleição representa o reconhecimento do meu trabalho pelo meus pares, o que considero muito importante. A ABC tem a grande missão de buscar o desenvolvimento da pesquisa científica e tecnológica no Brasil, aumentar a nossa influência no mundo e ao mesmo tempo usar a ciência para resolver os problemas do dia a dia", afirmou Aragão.

Saiba mais sobre o novo acadêmico

Francisco Aragão é graduado em Engenharia Agronômica pela Universidade de Brasília (UnB) e PhD em Biologia Molecular pela mesma universidade. Durante o doutorado conduziu estudos pioneiros na transformação genética do feijoeiro Phaseolus vulgaris L visando a introdução e expressão de genes de interesse agronômico. É pesquisador A da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia desde 1990, onde é responsável pelo Laboratório de Engenharia Genética Aplicada à Agricultura Tropical. É um dos pioneiros na geração de plantas transgênicas com genes de características agronômicas no Brasil e lidera um grupo de pesquisas considerado referência nacional e internacional em engenharia genética de plantas. Desenvolveu diversos processos patenteados relacionados à geração de plantas transgênicas com características de interesse agronômico, como: resistência a pragas e doenças, tolerância a estresses climáticos e melhorias nutricionais. Investe também na realização de estudos voltados à biossegurança de plantas geneticamente modificadas visando à sua liberação no meio ambiente.

É também Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico e membro do corpo editorial de duas revistas científicas internacionais: GM Crops & Food e The Plant Genome. Foi membro da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) no período entre 2008 e 2014. Atua como professor colaborador nas Universidades Católica de Brasília (UCB) e de Brasília (UnB), nas quais orienta dissertações de mestrado e doutorado nos cursos de Biologia Molecular, Botânica, Ciências Genômicas e Biotecnologia e também orienta o Programa de Doutorado em Biotecnologia e Biodiversidade da Rede Pro Centro-Oeste e o curso de Doutorado em Genética e Biologia Molecular da Universidade de Campinas (UNICAMP).

Ao longo de sua trajetória como pesquisador recebeu vários prêmios e homenagens, entre os quais se destacam: Prêmio Fundação Peter Muranyi (2004), Ordem Nacional do Mérito Científico (2010), Medalha REDBIO (2010) e a Medalha de Honra ao Mérito em Inovação Agropecuária, outorgada pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia em 2011.

Feijão transgênico genuinamente brasileiro é um dos destaques na carreira do pesquisador

Um dos resultados que merece destaque na carreira científica do novo acadêmico é o desenvolvimento do feijão transgênico com resistência ao vírus do mosaico dourado, aprovado para cultivo comercial pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) em 2011. Esse produto representou um marco para a ciência brasileira, já que foi o primeiro transgênico totalmente desenvolvido por instituições públicas de pesquisa brasileiras.Também desenvolveu em parceria com a multinacional alemã BASF a soja Cultivance, tolerante ao herbicida da classe das imidazolinas, sendo este o primeiro produto transgênico brasileiro a ser aprovado para cultivo comercial pela CTNBio. Atualmente, a soja Cultivance é comercializada no Brasil e em aproximadamente 20 países produtores de soja, incluindo China e Estados Unidos.

Outras conquistas na mira da Embrapa

Outra pesquisa que em fase avançada de desenvolvimento no laboratório coordenado por Francisco Aragão é uma variedade geneticamente modificada de alface com maior teor de ácido fólico. A alface já produz essa vitamina, mas em pequenas quantidades. O que ele e sua equipe fizeram foi aumentar a produção das moléculas que dão origem ao ácido fólico através da introdução de genes de Arabidopsis thaliana, que é uma planta-modelo muito utilizada na biotecnologia vegetal.

As plantas já passaram pela primeira bateria de testes de campo autorizados pela CTNBio e mostraram uma quantidade de ácido fólico 15 vezes maior do que as alfaces convencionais. Uma das vantagens é que essa hortaliça faz parte da dieta da população brasileira e pode ser ingerida crua, o que é muito positivo para a absorção da vitamina.
Muitos outros estudos coordenados pelo pesquisador estão em fase de desenvolvimento na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e prometem bons resultados para a população brasileira num futuro próximo. Entre eles, destacam-se plantas de feijão com tolerância à seca e alface com ômega 3, um ácido graxo poli-insaturado que auxilia o organismo humano na diminuição dos níveis de triglicerídeos e colesterol considerado ruim (LDL), ao mesmo tempo em que favorece o aumento do colesterol bom (HDL).
 
Irene Santana (MTb 11.354/01)
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
irene.santana@embrapa.br
Telefone: (61)3448-4768


Nenhum comentário:

Postar um comentário