segunda-feira, 11 de maio de 2015


Corrinha Lima – Querida Prima.
A tarde arrastava-se triste como minh’alma. Uma brisa morna sopra da serra como se quisesse afugentar a minha dor. Debato-me na incerteza, mas com uma grande esperança do tempo. Ninguém sabe o que será de cada um de nós amanha. A roda da vida gira implacável e o seu percurso não tem volta. Vai sempre pra frente, arrastando sonhos, ilusões e despedaçando castelos imaginários. O passado se foi, porém deixou a marca profunda de sua passagem. O que foi uma é uma pagina desfolhada da vida que ninguém consegue apagar.
Esta é a nossa história escrita nas dobras do tempo e repassada com imensa saudade... A musicalidade de uma poesia ressoa com tanto realismo que me faz chorar... e entre lagrimas eu indago. Por que tu te foste sem um adeus? Não encontro resposta.
Lembranças da Escola Thereza Odtte, nos anos 80,onde tu foste o meu braço direito, a conselheira serena, nas horas de transição. Lembranças de uma procissão, no mês de maio, em que o ANDOR DA VIRGEM se encaminhava para Escola. Em dado momento iniciamos o canto próprio do mês de maio: AVE-AVE-AVE-MARIA! A LUZ LHES PARECE SINAL DO TROVAO! E a garotada que acompanhava a deixa aproveitou e repetiu maldosamente: TROVÃO-TROVÃO-TROVÃO! ERA O APELIDO DE DONA Maria que acompanhava o cortejo. A senhora ofendida partiu pra cima dos meninos que desmancharam a fila e saíram correndo em alvoroço. Muito nos custou para apaziguar os ânimos e reconduzir o andor até a Escola. Corrinha Lima, minha querida prima, Vice-Diretora foi à perfeita apaziguadora deste episodio inesquecível. Querida Prima: como nós apreciávamos a tua inteligência e a tua vontade de acertar. Prima querida, alma romântica, filha abnegada, mãe generosa, irmã amiga, PRIMA PREDILETA.
Sempre pergunto: por que, meu Deus? Talvez a outra dimensão estivesse precisando de tua graça para alegrar os ANJOS e reanimar os aflitos.
Querida Prima- descanse em paz!


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