Saudação.
Dona Terezinha Aires-Tereza-Tia
Tetê-Comadre Teinha.
Hoje você parece uma
adolescente que se debruça na janela da vida para vislumbrar a beleza do luar,
a canção do vento, o trinar dos pássaros, a placidez dos lagos, a magia da
cascata, a doçura do amor. São 37 anos de nossa convivência sadia, feliz, cheia
de preocupações, às vezes até de lagrimas. Não importa o que estamos sentindo,
importa o que representa uma amizade verdadeira, na casa da Fátima, nas horas
em que cantamos para vazar um pouco uma saudade ou lembrar doces momentos que
já se foram. É tão gostoso o nosso papo e porque não dizer é tão grande o
respeito que temos uma para com outra que nos fez atravessar os anos com a
mesma amizade nos momentos de alegria e nas horas em que a dor aparece.
Lembro-me de tua casa ali, pertinho da nossa, e os teus meninos sentadinhos no
meio fio da calçada, limpos, quietinhos, saboreando o pão com manteiga após o
café. À tarde, todos banhados e bem criados como dizia a Dona Maria, tua Mãe.
Lembro-me dos vestidos da Magaça e das fitas que ela usava nos cabelos. O
Jesualdo, meu aluno lá na Escola Delmiro Gouveia, a Lucila cantando e
encantando, Fátima organizada e fazendo as tuas compras. Ela é minha querida
afilhada. O Rogerio, o pequeno sonhador. Marcilio o menino homem que muito cedo
começou a trabalhar numa banca de revistas. Francisco Hélio, o seminarista
sempre sério. Tetê a última a nascer. A pequenina que se tornou grande.
E assim a vida passava e nós
nem sentimos o passar dos anos. Continuamos assim muito felizes.
Nas alegrias de teu aniversário,
olho como o tempo passou tão depressa. Teus meninos cresceram e já te deram
tantos netos e a família vai dando a ti e ao Compadre Frasquinho uma ventura
que nem todos cantam com ele. Teinha sempre foi uma artista: bordava muito bem
a mão e à maquina, representava nos dramas de dona Ernestina Magalhães. Cantava
como ninguém e ainda canta. A voz da Teinha fascina e enternece. Teinha faz
parte da história de nossa terra e os seus filhos destacam-se na música, na
poesia, na pintura, nas artes plásticas, nas coreografias, na Pedagogia e no
artesanato.
Portanto, minha comadre, receba
o nosso abraço: meu do Dequinha, da Ana e da Meline.
Que possamos ainda desfrutar
desta amizade por longos e alegres anos, aqui no terraço bendito das COISAS DA
TEERA.
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