quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015


INTRODUÇÃO
                            Ipu, de origem tupi, fonte ou água que surge, ou a onomatopeica queda d’agua, exprime o conjunto de pessoas que ao longo de suas jornadas construíram o verdadeiro significado de sua expressão. Após o sucesso da primeira edição de “Ipuenses” surge a segunda edição, referendando a esperança contida no parágrafo final da apresentação do livro naquela ocasião. Vários nomes foram acrescentados e muitos outros foram mantidos, remanescentes da edição primeira, com correções e acréscimos, reclamados ora por seus familiares ora detectados pelos escritores. A fórmula adotada foi a mesma, pesquisa em livros, revistas, artigos e principalmente consultando o próprio biografado ou seus familiares, no caso de tratar-se de personagem já falecido. Esta tem sido uma característica marcante, mesclar pessoas vivas, prestando assim a devida homenagem, e pessoas mortas, prestando assim, além da homenagem, importante papel na preservação de sua história. Em outra ocasião tive a oportunidade de escrever, embora que de autoria desconhecida, o seguinte pensamento: as pessoas só morrem quando todas as demais pessoas que conviveram com ela, ou que sabem da sua história e de sua trajetória, também morrerem. A representação deste pensamento é muito simples: ninguém morre enquanto é lembrado. Este talvez se constitua no principal paradigma deste livro, a perpetuação das pessoas através dos seus feitos, de sua passagem, seguramente marcante para quem conviveu mais de perto, mas sem dúvida, de alguma forma deixando um legado na construção da história.
                       Contamos com a colaboração sempre decisiva de pessoas que tiveram o privilégio de conviver com alguns dos personagens, ajudando na elaboração do seu perfil, relembrando fatos e datas. O Ipu passou a condição de cidade somente em 1885 e há personagens que nasceram antes deste período, ou seja, quando nossa cidade sequer existia como tal. É o caso do conhecido Monsenhor Gonçalo Lima, nascido em 1884, o Dr Apolônio, de 1883, Zeca Paulino, de 1880, Desembargador Felix Candido de 1864 e Doroteu Paiva, de 1845. O Ipu contava apenas 5 anos como Vila, era portanto recém promovido da condição de Freguesia quando este ultimo nasceu. Acreditamos piamente que somente o registro desta condição, o resgate de moradores que nos antecederam há tantos anos, já vale o esforço do livro. Quantos fatos marcantes, ou não, já percorreram as mesmas pedras que agora nós, displicentemente pisamos. Tantos carnavais, tantos namoros, comícios, passeatas, procissões, o sacrifício do escravo Estevão, em praça pública, colocando o Ipu no mapa das cidades que perpetraram tamanha atrocidade.
                        Mais uma vez eu quero desejar que este possa se constituir num registro perene de pessoas e fatos, e que outros possam vir, mantendo viva a história das pessoas que construíram e que continuam construindo a nossa cidade.
Dr. Jerônimo A. e Sá Júnior


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