INTRODUÇÃO
Ipu, de origem tupi, fonte ou água que surge, ou a
onomatopeica queda d’agua, exprime o conjunto de pessoas que ao longo de suas
jornadas construíram o verdadeiro significado de sua expressão. Após o sucesso
da primeira edição de “Ipuenses” surge a segunda edição, referendando a
esperança contida no parágrafo final da apresentação do livro naquela ocasião.
Vários nomes foram acrescentados e muitos outros foram mantidos, remanescentes
da edição primeira, com correções e acréscimos, reclamados ora por seus
familiares ora detectados pelos escritores. A fórmula adotada foi a mesma,
pesquisa em livros, revistas, artigos e principalmente consultando o próprio
biografado ou seus familiares, no caso de tratar-se de personagem já falecido.
Esta tem sido uma característica marcante, mesclar pessoas vivas, prestando
assim a devida homenagem, e pessoas mortas, prestando assim, além da homenagem,
importante papel na preservação de sua história. Em outra ocasião tive a
oportunidade de escrever, embora que de autoria desconhecida, o seguinte pensamento:
as pessoas só morrem quando todas as demais pessoas que conviveram com ela, ou
que sabem da sua história e de sua trajetória, também morrerem. A representação
deste pensamento é muito simples: ninguém morre enquanto é lembrado. Este
talvez se constitua no principal paradigma deste livro, a perpetuação das
pessoas através dos seus feitos, de sua passagem, seguramente marcante para
quem conviveu mais de perto, mas sem dúvida, de alguma forma deixando um legado
na construção da história.
Contamos com a colaboração sempre
decisiva de pessoas que tiveram o privilégio de conviver com alguns dos
personagens, ajudando na elaboração do seu perfil, relembrando fatos e datas. O
Ipu passou a condição de cidade somente em 1885 e há personagens que nasceram
antes deste período, ou seja, quando nossa cidade sequer existia como tal. É o
caso do conhecido Monsenhor Gonçalo Lima, nascido em 1884, o Dr Apolônio, de
1883, Zeca Paulino, de 1880, Desembargador Felix Candido de 1864 e Doroteu Paiva,
de 1845. O Ipu contava apenas 5 anos como Vila, era portanto recém promovido da
condição de Freguesia quando este ultimo nasceu. Acreditamos piamente que
somente o registro desta condição, o resgate de moradores que nos antecederam
há tantos anos, já vale o esforço do livro. Quantos fatos marcantes, ou não, já
percorreram as mesmas pedras que agora nós, displicentemente pisamos. Tantos
carnavais, tantos namoros, comícios, passeatas, procissões, o sacrifício do
escravo Estevão, em praça pública, colocando o Ipu no mapa das cidades que
perpetraram tamanha atrocidade.
Mais uma vez eu quero
desejar que este possa se constituir num registro perene de pessoas e fatos, e
que outros possam vir, mantendo viva a história das pessoas que construíram e
que continuam construindo a nossa cidade.
Dr. Jerônimo A. e Sá Júnior
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