sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

A dor de uma saudade…

É louco esse sentimento, difícil de explicar, de definir. A gente só consegue sentir. E quando sente, quando a saudade bate pra valer, o peito dói.  A saudade é tão única que nem tradução para outras línguas tem. Não existe dia, hora ou momento certo para sentir saudade. Ela bate de repente, aliás, na maioria das vezes, quando menos esperamos. Vem como uma onda, às vezes boa e divertida, às vezes ruim, devastadora como um tsunami.
Basta um cheiro, uma música, uma lembrança, um filme, uma comida, um livro, para sentirmos falta de um tempo que não volta, falta de uma pessoa, falta de uma viagem, falta até do que ainda não conhecemos ou nunca tivemos. Mas só o “sentir falta” não define a saudade: ela é muito mais complexa, é uma mistura de sentimentos bons e ruins, como a perda, o amor, a solidão, o carinho. Difícil! Difícil controlar a saudade. Ás vezes parece que ela não cabe no coração, e vai ver não cabe mesmo. Aí, a gente chora.
Estes dias vi uma foto minha em Londres e senti na hora  a temperatura gélida da foto. Senti o cheiro da rua, o vento batendo no rosto, senti meus 16 anos, senti alegria… e ao mesmo tempo, tristeza. Senti saudade!
A saudade sem solução, da ausência eterna, do tempo que não cura, aquela que temos que aceitar, que temos que entubar goela abaixo, é cruel, é o sentimento mais duro do mundo. Nos destrói. Já a saudade com solução, aquela  que uma hora ou outra vai passar, é boa, branda, tranquila, até saudável, necessária em alguns momentos.
Que tenhamos todos mais saudades boas do que ruins. E quando a ruim insistir em chegar, que tenhamos  força e serenidade para encará-la e, dentro do possível, aceitá-la.

Para finalizar, como diria nosso brasileiro Antônio Gonçalves da Silva, o Patativa do Assaré: “Há dor que mata a pessoa sem dó nem piedade. Porém, não há dor que doa, como a dor de uma saudade.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário