quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

A CASA DO SENHOR JOÃO CAMELO

Como era linda e animada aquela casa da esquina, que ficava logo atrás do Grêmio Ipuense.

Era habitada por lindas moças, pelo Pai e pelo único filho homem, o Antônio Camelo, que fazia parte do time de futebol da cidade naquela época. Mirian e Hosana já eram casadas. Zulene ocupava o lugar de Mãe, já falecida e pertencia a Pia União das filhas de Maria, cuidava com muito carinho, da formação moral e religiosa das irmãs mais nova. Alba era professora, tocava violão, cantava e encantava. As outras eram estudantes: Glaís. Tisinha, e Tesinha. A mais nova era a Maria Leís,, conhecida por Leleis. Era minha colega de classe e muito amiga. Bonita simpática e animada. Talvez tenhamos dado muito trabalho as Irmãs de Caridade quando estudantes do Patronato Sousa Carvalho. A sorte era que a superiora Irmã Nogueira, filha de São Vicente, sempre perdoava as nossas brincadeiras. O orfeon da Escola era o que existia de melhor na cidade sob a direção da eximia professora Valderez Soares. Lembro-me da animação de todas as filhas do Sr. Joao Camelo no momento em que iam sair para assistir a benção do Santíssimo Sacramento, ato religioso do qual todas participavam. Naquele tempo não era permitido entrar na Igreja com vestidos de mangas curtas, tinha que ser de mangas compridas. E para os costumes da época a gente usava um casaco de magas por cima dos vestidos. Terminada a missa ou a novena a gente jogava o casaco nos cabides. Quando os casacos se perdiam as filhas do Sr. João Camelo apelidaram: “A HORA DA PERDIÇÃO”. Isto foi motivo de risos para nós que conhecíamos a historia dos casacos. Ainda hoje quando nos encontramos, lembramos entre risos e saudades a “HORA DA PERDIÇÃO” que na realidade era apenas a perdição dos casacos de mangas.  

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