Ruas.
As ruas constituem um relicário de nossas alegrias e tristezas.
O sacrário de nossas recordações. O ponto de referência de nossa cidadania. O
primeiro beijo, a bodega da esquina, o bêbado, o intelectual, o filósofo de pé
de balcão, o catecismo que passam no caleidoscópio da nossa imaginação. A rua é
o museu dos nossos sentimentos. Testemunha silenciosa dos nossos sonhos e
frustrações, os seus moradores embalam o saudosismo em tudo que se passou.
Não
esquecendo que as ruas inspiram, funcionam como musa junto à árvore plantada e
que serviu de abrigo para o primeiro encontro, para o primeiro abraço, para o
abocamento de seresteiros que varavam as madrugadas em serenatas, tendo somente
a lua como companheira.
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