domingo, 4 de janeiro de 2015

O quarto estava vazio, os corredores silenciosos e a sala sem vida, sem quadros, sem flores e sem arranjos. Fui à sacada, onde um dia ficamos uma tarde inteira abraçados, entre risos irreverentes e os gemidos sussurrantes dos casais.
Mergulhei sem medo nos teus olhos que cintilavam como estrela da manhã, a me apontar o norte seguro, a me guiar; fosse qual fosse o meu caminho, sempre chegava inteiro ao aconchego indizível dos teus braços.
Agora estava ali, diante daquele quadro parecido com um vitreaux, apenas colorido ou mesmo opaco num recanto da casa abandonada para escutar em cada canto, chorar uma saudade.

Engoli o soluço e deixei que saíssem dos meus olhos as lágrimas que queriam ficar para reverenciar as lembranças.

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