O quarto estava vazio, os corredores
silenciosos e a sala sem vida, sem quadros, sem flores e sem arranjos. Fui à
sacada, onde um dia ficamos uma tarde inteira abraçados, entre risos
irreverentes e os gemidos sussurrantes dos casais.
Mergulhei sem medo nos teus olhos
que cintilavam como estrela da manhã, a me apontar o norte seguro, a me guiar;
fosse qual fosse o meu caminho, sempre chegava inteiro ao aconchego indizível
dos teus braços.
Agora estava ali, diante daquele
quadro parecido com um vitreaux, apenas colorido ou mesmo opaco num recanto da
casa abandonada para escutar em cada canto, chorar uma saudade.
Engoli o soluço e deixei que saíssem
dos meus olhos as lágrimas que queriam ficar para reverenciar as lembranças.
Nenhum comentário:
Postar um comentário