quarta-feira, 3 de dezembro de 2014


Biografia
Filho de Noêmia Monteiro Villa-Lobos e Raul Villa-Lobos foi desde cedo incentivado aos estudos, pois sua mãe queria vê-lo médico. 4 No entanto, Raul Villa-Lobos, pai do compositor, funcionário da Biblioteca Nacional e músico amador,1 deu-lhe instrução musical5 e adaptou uma viola para que o pequeno Heitor iniciasse seus estudos de violoncelo.6 Aos 12 anos, órfão de pai,7 Villa-Lobos passou a tocar violoncelo em teatros, cafés e bailes; paralelamente, interessou-se pela intensa musicalidade dos "chorões", representantes da melhor música popular do Rio de Janeiro, e, neste contexto, desenvolveu-se também no violão. De temperamento inquieto, empreendeu desde cedo escapadas pelo interior do Brasil, primeiras etapas de um processo de absorção de todo o universo musical brasileiro.5 Em 1913 Villa-Lobos casou-se com a pianista Lucília Guimarães, indo viver no Rio de Janeiro.1 5 8 É tio-avô de Dado Villa-Lobos.
Em 1922 Villa-Lobos participa da Semana da Arte Moderna, no Teatro Municipal de São Paulo. No ano seguinte embarca para Europa, regressando ao Brasil em 1924. Viaja novamente para a Europa em 1927, financiado pelo milionário carioca Carlos Guinle. Desta segunda viagem retorna em 1930, quando realiza turnê por sessenta e seis cidades. Realiza também nesse ano a “Cruzada do Canto Orfeônico" no Rio de Janeiro.4 Seu casamento com Lucília termina na década de 1930.9Depois de operar-se de câncer em 1948, casa-se com Arminda Neves d'Almeida a Mindinha, uma ex-aluna,9 que depois de sua morte se encarrega da divulgação de uma obra monumental.10 O impacto internacional dessa obra fez-se sentir especialmente na França e EUA, como se verifica pelo editorial que o The New York Times dedicou-lhe no dia seguinte a sua morte.11 Villa-Lobos nunca teve filhos.12
Faleceu em 17 de novembro de 1959. Encontra-se sepultado no Cemitério São João Batista no Rio de Janeiro.13
Em 1960, o governo do Brasil criou o Museu Villa-Lobos na cidade do Rio de Janeiro.14
Semana de Arte Moderna[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Semana de Arte Moderna
Villa-Lobos participou da Semana de Arte Moderna de 1922 apresentando-se em três dias com três diferentes espetáculos:4
dia 13
dia 15
dia 17
Segunda Sonata
O Ginete do Pierrozinho
Terceiro Trio
Segundo Trio
Festim Pagão
Historietas: Lune de Octobre; Voilà la Vie; Je Vis Sans Retard, Car vite s'écoule la vie
Valsa mística (simples coletânea)
Solidão
Segunda Sonata
Rondante (simples coletânea)
Cascavel
Camponesa cantadeira (suíte floral)
A Fiandeira
Terceiro Quarteto
Num Berço Encantado (simples coletânea)
Danças Africanas
Dança Inferugnal e Quatuor (com coro feminino)
Embora tenha sido um dos mais importantes nomes da música a apresentar-se na Semana de Arte Moderna, Villa-Lobos não foi o único compositor a ser interpretado, também foram interpretadas obras de Debussy, por Guiomar Novaes, de Eric Satie, por Ernani Braga, que interpretou também "A Fiandeira", de Villa-Lobos.
Teatro Municipal de São Paulo foi o primeiro palco "erudito" a receber as obras de Villa-Lobos.
Busto de Heitor Villa-Lobos ao lado do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
As primeiras composições de Villa-Lobos trazem a marca dos estilos europeus da virada do século XIX para o século XX, sendo influenciado principalmente por Wagner Puccini, pelo alto romantismo francês da escola de Frankfurt[desambiguação necessária] e logo depois pelos impressionistas.15 Teve aulas com Frederico Nascimento e Francisco Braga.16
Nas Danças características africanas (1914), entretanto, começou a repudiar os moldes europeus e a descobrir uma linguagem própria, que viria a se firmar nos bailados Amazonas e Uirapuru (1917). O compositor chega à década de 1920 perfeitamente senhor de seus recursos artísticos, revelados em obras como a Prole do Bebê para piano, ou o Noneto (1923). Violentamente atacado pela crítica especializada da época,17 viajou para a Europa em 1923 com o apoio do mecenas Carlos Guinle e, em Paris, tomou contato com toda a vanguarda musical da época.18 Depois de uma segunda permanência na capital francesa (1927-1930), voltou ao Brasil a tempo de engajar-se nas novas realidades produzidas pela Revolução de 1930.
Apoiado pelo Estado Novo, Villa-Lobos desenvolveu amplo projeto educacional, em que teve papel de destaque o Canto Orfeônico, e que resultou na compilação do Guia prático(temas populares harmonizados).19 O compositor preocupava-se muito com os rumos da educação musical nas escolas brasileiras e quando foi aprovado seu projeto de educação na área, voltou a morar definitivamente no Brasil.20
À audácia criativa dos anos 1920 (que produziram as Serestas, os Choros, os Estudos para violão e as Cirandas para piano) seguiu-se um período "neobarroco", cujo carro-chefe foi a série de nove Bachianas brasileiras (1930-1945), para diversas formações instrumentais.19 Em sua obra prolífera, o maestro combinou indiferentemente todos os estilos e todos os gêneros, introduzindo sem hesitação materiais musicais tipicamente brasileiros em formas tomadas de empréstimo à música erudita ocidental. Procedimento que o levou a aproximar, numa mesma obra, Johann Sebastian Bach e os instrumentos mais exóticos.21
Villa-Lobos teve diversos discípulos e colaboradores, dentre compositores, regentes e instrumentistas que lhe assistiam nas diversas atividades de implantação do projeto deCanto Orfeônico nas escolas públicas brasileiras, na realização de grandes espetáculos, muitos deles para públicos de milhares de pessoas, e na revisão, cópia e organização de suas partituras. Dois músicos que se destacaram nesta parceria com Villa-Lobos foram os maestros e pianistas José Vieira Brandão (1911-2002) e Alceo Bocchino (1918-2013).
Principais composições[editar | editar código-fonte]
Fac-simile da partitura original feita por Villa-Lobos da música "Os escravos de Job" para o "Guia Prático" em fevereiro de 1938.
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