Biografia de Vicente Celestino
Nasceu
no bairro de Santa Teresa,
filho de italianos da Calábria.Teve
onze irmãos, dos seis homens, cinco dedicaram-se ao canto e um ao teatro (Amadeu Celestino2). Desde os 8 anos,
por causa de sua origem humilde, Celestino teve de trabalhar: sapateiro,
vendedor de peixe, jornaleiro e, já rapaz, chefe de seção numa indústria de
calçados.
Começou
cantando para conhecidos e era fã de Enrico Caruso. Antes do
teatro cantava muito em festas, serenatas e chopes-cantantes. Estreou
profissionalmente cantando a valsa Flor do Mal no teatro São
José e fez muito sucesso e também entrou no seu primeiro disco
vendendo milhares de cópias em 1915 na Odeon (Casa Edison).
Em 1920 montou uma companhia de
operetas, mas sem nunca deixar o carnavalesco de lado,
emplacando sucesso como Urubu
Subiu. Rapidamente, depois de oportunidade no teatro, alcançou renome.
Formou companhias de revistas e operetas com atrizes-cantoras, primeiro com
Laís Areda e depois com Carmen Dora. As excursões pelo Brasil renderam-lhe
muito dinheiro e só fizeram aumentar sua popularidade. Nos anos 20, reinava
absoluto como ídolo da canção. Na década de 30 começou a demonstrar seus dotes
como compositor resultando em clássicas de seu reportório, como 'O Ébrio', sua
música mais lembrada até hoje (inclusive transformada em filme por sua esposa).
Vicente Celestino teve uma das mais longas carreiras entre os cantores
brasileiros. Quando morreu, às vésperas dos 74 anos, no Hotel Normandie, em São
Paulo, estava de saída para um show com Caetano Veloso e Gilberto Gil, na
famosa gafieira "Pérola Negra", que seria gravado para um programa de
televisão.
Na
fase mecânica de gravação, fez cerca de 28 discos com 52 canções. Com a
gravação elétrica, em 1927, sentiu uma certa inaptação quanto ao rendimento
técnico, logo superada. Aí recomeçaria os sucessos cantados em todo o Brasil.
Em 1935 foi contratado pela RCA VICTOR, praticamente daí sua única gravadora
até falecer. No total, gravou em 78 RPM cerca de 137 discos com 265 músicas, mais
dez compactos e 31 LPs, nestes também incluídas reedições dos 78 RPM.
Vicente
Celestino, que tocava violão e piano, foi o compositor inspirado de muitas das
suas criações. Duas delas dariam o tema, mais tarde, para dois filmes de enorme
público: O Ébrio (1946)
e Coração
Materno(1951). Neles Vicente foi dirigido por sua mulher Gilda Abreu (1904 -
1979), cantora, escritora, atriz e cineasta.
Celestino
passaria incólume por todas as fases e modismos, mesmo quando, no final dos
anos 50, fiel ao seu estilo, gravou "Conceição", "Creio em
Ti" e "Se Todos Fossem Iguais a Você". Seu eterno arrebatamento,
paixão e inigualável voz de tenor, fizeram com que o povo o elegesse como A Voz Orgulho do Brasil.
Em
1965, recebeu o título de Cidadão Paulistano pela Câmara de Vereadores desta
cidade. No dia 23 de agosto de 1968, quando se preparava para gravar um
programa de televisão, onde seria homenageado pelo Movimento Tropicalista,
passou mal no quarto do Hotel Normandie, em São Paulo, falecendo do coração
minutos depois. Seu corpo foi transferido para o Rio de Janeiro, onde foi
velado por uma multidão na Câmara dos Vereadores e sepultado sob palmas do
público.
Nunca
saiu do Brasil e manteve sua
voz grave que era marca registrada independente do estilo musical que estava
executando. Teve suas músicas regravadas por grandes nomes, como Caetano Veloso, Marisa Monte e
Em 1999 foi inaugurado em Conservatória o Museu Vicente Celestino, com acervo em
sua maior parte doado pela família do artista, incluindo fotografias, recortes de
jornais e revistas, instrumentos musicais, roupas e objetos pessoais do cantor,
inclusive o figurino utilizado no filme O Ébrio. Os visitantes do museu também podem assistir a vídeos
e ouvir gravações do artista3 .
Referências
1. Ir para cima↑ Vicente Celestino (em português)
no Dicionário Cravo Albin da Música
Popular Brasileira
2. Ir para cima↑ Testemunhas do Século - Amadeu
Celestino, 90 anos Portal Terra
3. Ir para cima↑ Museu Vicente Celestino.
Guia Cultural do Vale do Café
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