Reflexão 29º Domingo Tempo Comum - 2014 |
Deus escolheu um
povo, chamou Abraão e com ele sua descendência e prometeu abençoar todas as
nações da terra. Esta promessa Deus levou a sério, afinal tudo o que Deus fala
Ele cumpre. “Deus cumpre o que promete”. Quando vemos os acontecimentos que
decorrem da primeira leitura ficamos pasmos diante da ação de Deus em favor
deste povo. Esta leitura está no contexto do período que o povo de Israel
estava no Exílio da Babilônia, longe de sua terra, somente lamentando seus
pecados e a distância de Deus e do Templo de Jerusalém, neste exílio ficaram
pelo menos quarenta anos. Mas chegou o tempo em que o Império Persa cresceu e
dominou a Babilônia e o mais incrível aconteceu. Ciro, imperador da Pérsia, mandou
o povo de volta a sua terra, fez um Edito com os dizeres proclamando a
libertação deste povo e ainda deu toda condição financeira e apoio logístico
para que reconstruísse sua cidade, o Templo e ainda enviou governador, escribas
para que tudo fosse colocado em seu lugar. Ciro, que não era Judeu, foi tão bom
e temente ao Deus de Israel que o povo queria aclamá-lo como o Salvador
esperado. Não existe nenhuma lógica humana nas ações de Ciro e depois dele
ficou Dário que continuou esta mesma linha de trabalho. Realmente “Deus é fiel,
Ele cumpre o que promete”. Por que então hesitamos em nossos problemas como se
Deus estivesse ignorando nossas dores? Aquele povo era de cabeça dura, em tudo
o que Deus fazia não era suficiente, sempre se voltavam contra Deus e o negava
de forma muito absurda. Mas e conosco? Será que não fazemos o mesmo em nossos
atos? Quantas vezes ficamos correndo atrás de Deus para resolver nossos
problemas e muitas vezes problemas que nós mesmos causamos com nossos atos
mesquinhos? E quando as coisas não acontecem do jeito que queremos nos
revoltamos e até muitas vezes damos as costas a Deus ou se recebemos o que
queríamos logo nos esquecemos d’Ele e voltamos a nossa vidinha no mundo
buscando seus prazeres.
Somos piores que
o povo de Israel. Hoje temos o Espírito Santo vivendo em nós como um Templo,
eles só tinham o Templo de Jerusalém para o encontro com Deus, nós podemos
encontrar a Deus a todo o momento dentro de nós. É o que vemos na carta de São
Paulo, a comunidade de Tessalônica, esta era muito fervorosa, viviam a vida no
Espírito e davam um excelente testemunho. Vivia uma fé ativa, amor capaz de sacrifícios e firmes na esperança, este é o
tripé que sustenta esta comunidade. Ela é, para nós, é um exemplo a ser
seguido. Não podemos nos conformar com o exemplo do povo no Exílio, mas termos
como meta imitar esta comunidade Paulina.
Pense bem. Se
você colocou sua vida nas mãos de Deus e se consagrou a Ele tendo-o como seu
Senhor, então tudo o que acontecer em sua vida vem de Deus. Até mesmo os
problemas, as doenças, as dificuldades, pois Deus te prepara para a eternidade
feliz e muitas vezes temos que ser purificados e santificados, não estamos
prontos e precisamos de tudo isso para sermos santificados. É como a Mãe que dá
ao filho remédio ruim, coloca-o de castigo, permite tomar injeção, permite
operar o filho, não porque não o ama, mas ao contrário é por que quer o melhor
para seu filho. Assim é Deus conosco: “porque o Senhor castiga aquele a quem ama, e pune o
filho a quem muito estima”.(Pr 3, 12). Precisamos rever muitos conceitos.
No
Evangelho vemos uma situação absurda dos Fariseus quererem colocar Jesus em
contradição. Muita ignorância e o pior um coração fechado que não percebem a
manifestação de Deus em seu meio, ainda bem que muito deles reconheceram quem
era Jesus a aceitaram sua doutrina como é o caso de Nicodemos, José de
Arimatéia e tantos outros. Mas desta situação Jesus nos dá um ensinamento sobre
Justiça.
É
o centro da mensagem de hoje – Viver a justiça entre nós e para com Deus.
Vivemos no meio social e somos parte de tudo o que acontece na sociedade, temos
uma enorme responsabilidade em proporcionarmos um bom caminho social, buscando
sempre o bem comum e fazendo deste mundo um bonito lugar para se viver. Respeitar
o outro, seus limites, sua condição física e social, estar a serviço dos mais
fracos e ser para o outro um bom samaritano.
Mas
muitas vezes queremos “levar vantagem” em tudo, negócios mal feitos, sonegar
impostos, trabalhos mal feitos, salários injustos... Muitas vezes somos mais
câncer na sociedade que balsamo. O mundo nos ensina o individualismo,
indiferentismo, orgulho, nos fala “Você tem o direito de ser feliz”, mas o evangelho
nos fala: “Quem quiser ser o maior no Reino dos Céus seja servo do seu irmão”.
Onde
queremos estar após esta vida? Vale a pena trocar a eternidade feliz por um
cadinho de prazer, poder ou posse?
Antonio
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário