FORMAÇÃO ADMINISTRATIVA
Formação Administrativa. A
Comarca de Ipu foi criada por Lei Provincial de nº 472 de 21 de agosto de 1848,
sendo por esse ato desmembrado da Comarca de Sobral.
A Comarca de Ipu, com sede na
Vila Nova do Ipu Grande foi classificada de Primeira Entrância pelo decreto de
nº 687 de 26 de julho de 1950, em 13 de dezembro de 1921, classificada de
Segunda Entrância, e em 1949 de Terceira Entrância, assim permanecendo até
hoje.
Temos como Juiz de Direito, o
Bacharel Airton Matos Cruz, sendo Promotor de Justiça o Dr. Kenedy Carvalho
Bezerra, Tabelião do primeiro Oficio Francisco de Assis Araújo Tavares e do
Cartório de Títulos e Documentos Francisco Majela Aragão Ximenes. O Diretor do
Fórum Municipal é o Sr. José Pontes Paiva.
O atual Prefeito Municipal de
Ipu é Marcelo Joseme Abreu Carlos; a vice-prefeita é Antonia Bezerra Lima
Carlos, eleitos a primeiro de outubro de 2000 e empossados em primeiro de
janeiro de 2001, para o mandato de 4 anos, ou seja, de 2001 a 2004.
FORAM PREFITOS DE IPU
Intendentes, Interventores e
Prefeitos de Ipu.
Francisco
de Assis Martins.
(Prof.
Mello)
“Decretada a Intervenção Federal para o
Estado do Ceará, pelo então Presidente da Republica, Marechal Hermes da Fonseca
por Decreto de 14 de Março de 1914, foi em seguida, nomeando interventor o
Coronel Fernando Setembrino de Carvalho, que nesse tempo, e para dito fim, já
se achava no Ceará”.
Assumindo o Coronel Setembrino as funções
do alto cargo para o qual fora nomeado, fez em seguida criminosamente, a
deposição recomendada, do Presidente do Estado, Coronel Doutor Marcos Franco
Rabelo, de ordem do então Presidente da Republica,
deposição por este aderida e previamente preparada e afinal levada a efeito!
Em seguida a deposição de Franco Rabelo,
Setembrino entregou-se de corpo e alma, como se costuma dizer, aos caprichos
descomedidos e sem limites dos mandões daquela desgraçada época, tornando-se
politiqueiro e fazendo politicalha, torpe, baixa e soez demitia acintosamente
todos os amigos de Franco Rabelo, fazendo verdadeira derrubada política,
removendo juizes inamovíveis e mandando arrastar ás prisões pessoas gradas e em
destaque social, praticando enfim, toda sorte de arbitrariedades!
Podendo fazer valer o direito, de manter a
autoridade legalmente constituída de Franco Rabelo, de garantir e manter a
ordem no Estado, de cingir-se enfim, ás funções do cargo para o qual fora
nomeado transformou-se num governo despótico e tirano, depondo o Presidente
Franco Rabelo, e trazendo o Estado anarquizado e sem garantia.
Um horror!
Mas, Setembrino, o único oficial do brioso
Exército brasileiro, que se sujeitou as baixezas tais, precisava cumprir, como
cumpriu, as ordens de seus amos – Marechal Hermes e Pinheiro Machado, de quem
tinha promessas de ser promovido a General, caso fizesse a deposição
recomendada, e bem assim desejava receber uma espada de ouro, prometida pelos
revoltosos do Ceará, como recompensa da mesma deposição! E, por isso, a tudo se
submeteu e tudo fez, embora manchando e desonrando a sua farda; sendo
finalmente, em seguida, promovido a General e recebendo mais a referida espada
de ouro prometida.
Exonerando o intendente deste município de
Ipu, Ten. - Coronel Aprígio Quixadá, e nomeou o Bacharel Abílio Martins que,
assumindo as funções do cargo, sem prestar o compromisso legal, em 3 de abril,
do mesmo ano de 1914, chamou a si arbitrariamente, logo em seguida o arquivo da
Câmara Municipal, esbulhando e dissolvendo a Câmara eleita e empossada
legalmente, pela antiga Câmara Aciolina, em maio de 1912, para o quatriênio de
1912 a 1916! E, sem nenhuma formalidade, proclamou á mão armada uma esdrúxula
Câmara, nomeando ao mesmo tempo os seus improvisados Vereadores e,fazendo-se
Presidente da mesma! Tudo isto se passou nesta cidade na tarde do referido dia
3 de abril de 1914.
Dias depois, o mesmo Bacharel Abílio
Martins, Intendente e ao mesmo tempo Presidente da espeluncada e intrusa Câmara
por ele improvisada, pedira exoneração do cargo de intendente (hoje Prefeito),
sendo nomeado para substituí-lo o Tenente-Coronel José Raimundo de Aragão
Filho, Secretário aposentado da mesma Câmara Municipal de Ipu, que, como seu
antecessor assumiu o exercício e exerceu as funções do cargo sem que tenha
prestado o compromisso da lei.
Esbulhada por essa forma criminosa e
arbitraria a Câmara Municipal de Ipu, sem mais poder funcionar, visto a
espoliação criminosamente levada a efeito, a pressão e ameaças que faziam os
espoliadores, recorreu por isso a Câmara legitima para o Doutor Juiz Secional
deste Estado, pedindo uma ordem de “harbeas corpus” em seu favor para poder
funcionar, ordem essa que foi concedida e confirmada pelo Supremo Tribunal
Federal em Acordo de 19 de Agosto de 1914.
A interposição deste recurso permitido pela
Constituição Federal e a sua concessão pelo mais alto Tribunal do País, exasperou
sobremodo os políticos dominantes de Ipu, de maneira que desrespeitaram
totalmente a decisão que reconhecia e mantinha a Câmara esbulhada, servindo
antes essa decisão de pilheria e galhofas dos exagerados políticos, e dando
lugar mais tarde a desenrolar-se nesta cidade e seu termo as cenas de
canibalismo que adiante mencionaremos; uma serie indescritível de desordens e
selvagerias nunca vistas, praticadas pela soldadesca desenfreada para aqui
enviada, composta, em sua maioria, de cangaceiros e criminosos do Cariri –
afilhados do celebre Padre Cícero de Juazeiro.
Pouco tempo depois, dando-se a cisão do
“Partido Marreta” com o “Partido Unionista” que antes havia feito junção, para
o auxílio do marechal Hermes da Fonseca, então Presidente da República, fazer
guerra ao governo honesto do Cel. Franco Rabelo, Abílio Martins, que antes de
tudo isso fora partidário exaltado do Presidente Franco Rabelo, e que sem
motivo algum havia passado para as fileiras dos Partidos Unionistas Marreta,
isso exclusivamente porque conheceu, em vistas das hostilidades que fazia então
o Presidente da Republica, que Franco Rabelo seria deposto, e por isso,
abandonado os “Marretas”, ficou sem o “Partido Unionista”, com todos os seus
amigos políticos”.
Dr. Leonardo Mota e seu primo Manoel Victor
de Mesquita, que então exerciam aquele o cargo de Promotor de Justiça desta
Comarca e este último de Delegado de policia deste termo, pelo que foram em
seguida exonerados.
Em vista dessa nova atitude do referido
Bacharel, a Câmara por ele próprio improvisada, o destituiu da Presidente e
elegeu para substitui-lo, o cidadão Carlos Ribeiro Melo.
A Câmara Rabelista em Ipu, eleita legalmente em Maio de
1912, compunha-se dos seguintes Vereadores: Tenentes - Coronéis José Liberato
de Carvalho – Presidente – Odulfo Alves de Carvalho – Vice Presidente – Felix
de Sousa Martins, Aprígio Quixadá, Antonio Mont’alverne Filho, Sebastião Carlos
de Lima, Major Doroteu Pereira de Paiva e Francisco Soares Sampaio e fora
legalmente empossada pela antiga Câmara Aciolina, e, a esdrúxula e improvisada
Câmara Marreta ficou composta dos seguintes cidadãos: Bacharel Abílio Martins,
Cel. João Bessa Guimarães, Tenente-Coronel Antonio Mont’alverne Filho, Carlos
Ribeiro Melo, Francisco Soares Sampaio, Luiz Jácome de Melo, Felix de Souza
Barros e Antonio de Souza Aragão”.
(Notas extraídas do livro Para
a História-O Caso de Ipu em 1914-Augusto Passos).
O Intendente da época (nos
últimos meses de 1910) foi o Cel. João Bessa Guimarães. - (Nota extraída do
livro Ipu do Meu Xodó).
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