terça-feira, 14 de outubro de 2014

CURUPAITI.
A Batalha do Curupaiti foi travada entre as forças aliadas e paraguaias durante a Guerra da Tríplice Aliança em 22 de setembro de 1866.1
História  
Animado pela queda do Forte de Curuzú, o 2º Corpo do Exército brasileiro, sob o comando do general Guilherme Xavier de Sousa, voltou-se para o o entrincheiramento de Curupaiti que, como o primeiro, também se constituía numa defesa avançada da Fortaleza de Humaitá.
Durante os combates por Curuzú e negociações diplomáticas posteriores, Curupaiti teve as suas defesas reforçadas com um entrincheiramento de cerca de dois quilômetros de extensão, complementado por um fosso de dois metros de profundidade por quatro de largura. A terra retirada do fosso foi apiloada emparapeitos defensivos de dois metros de altura, atrás dos quais se distribuíam noventa canhões, cobrindo o lado do rio e o lado de terra, bem como cinco mil soldados paraguaios.
Essa defesa sustentou e rechaçou com sucesso, em 22 de setembro de 1866, o ataque combinado da esquadra comandada pelo vice-almirante Joaquim Marques Lisboa e da infantaria do 2º Corpo do Exército brasileiro, reforçada com tropas argentinas. O bombardeio da artilharia da Esquadra Imperial mostrou-se incapazes para neutralizar a do entrincheiramento, protegida vários metros acima das margens do rio, enquanto que a infantaria se viu retardada pelo terreno alagado pelas fortes chuvas da estação, onde se ocultavam abatizes, o que a tornou presa fácil do fogo da artilharia inimiga, resultando na perda de quase quatro mil atacantes aliados contra 250 defensores paraguaios.
Esse desastre aliado em Curupaiti, imobilizou a campanha, e teve importantes repercussões sobre os seus rumos. O general Venancio Flores retirou-se paraMontevidéu após a derrota, e as forças argentinas passam a ter uma participação menor. A partir de Curupaiti, coube, sobretudo, ao Império do Brasil continuar a luta do lado aliado, com pequena participação argentina e apenas simbólica de forças Uruguaias. A derrota também causou repercussões na opinião públicabrasileira, o que levou à nomeação do marechal-de-campo Luís Alves de Lima e Silva (1803-1880), então Marquês de Caxias, como comandante-em-chefe doExército Brasileiro no Paraguai (10 de outubro de 1866).
Caxias adotou uma estratégia de cerco, isolando o entrincheiramento. Isso levou à sua evacuação pelos paraguaios e permitiu aos aliados ocupar a posição. Após dois anos impedindo o progresso das forças aliadas, estas, finalmente, entraram no entrincheiramento no dia 23 de março de 1868.
Referências
1. Ir para cima↑ Muñoz, Javier Romero. (setembro/outubro 2011). "The Guerra Grande: The War of the Triple Alliance, 1865-1870" (em inglês). Strategy & Tactics (270): 6-18. Bakersfield: Decision Games. ISSN 1040-866X.
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
·         DONATO, HernâniDicionário das Batalhas Brasileiras. São Paulo: Editora Ibrasa, 1987.

O Forte de Curupati localizava-se na margem esquerda do rio Paraguai, a cerca de cinco quilômetros ao Sul da Fortaleza de Humaitá, no Paraguai.
História
A primitiva fortificação do passo de Curupaiti iniciou-se em 1779, quando a cidade de Corrientes ocupou a região. Posteriormente, em 1810, no contexto das lutas pela independência, foi mandado guarnecer pelo Governador realista do Paraguai, Bernardo de Velasco.
No contexto da Guerra da Tríplice Aliança, da mesma forma que o Forte de Curuzú, constituía-se numa defesa avançada da Fortaleza de Humaitá. Este complexo defensivo paraguaio controlava o acesso por via fluvial à capital, Assunção. Após a queda de Curuzú, Curupaiti tornou-se o próximo alvo das forças aliadas.
Enquanto ocorriam os combates pelo Forte de Curuzú, e posteriores negociações diplomáticas, o Forte de Curupaiti teve as suas defesas reforçadas, inclusive com um entrincheiramento de cerca de dois quilômetros de extensão, complementado por um fosso de quatro metros de largura por dois de profundidade. A terra retirada do fosso foi apiloada em parapeitos defensivos de dois metros de altura, atrás dos quais se distribuíam noventa canhões, cobrindo o lado do rio e o lado de terra, bem como cinco mil soldados paraguaios.
Essa defesa mostrou-se eficiente para rechaçar o ataque combinado fluvial e terrestre, desferido pela esquadra do vice-almirante Joaquim Marques Lisboa e pelo 2º Corpo do Exército brasileiro.
No desenvolvimento do conflito, o forte foi desocupado pelas forças paraguaias em 23 de Março de 1868.
As trincheiras de Curupaiti[editar | editar código-fonte]
A construção das trincheiras da Curupaiti, considerada na historiografia paraguaia a maior vitória das armas do Paraguai em sua história, foi atribuída a diversos autores. Alguns deles atribuem-nas ao coronel inglês George, outros ao coronel polonês Luís, outros ainda sustentam que, a 6 de setembro de 1866, o marechal Francisco Solano López ordenou o coronel húngaro Francisco Wisner Morgenstern que desenhasse no terreno o risco das novas obras de fortificação projetadas para conter em Curupaiti o avanço inimigo que considerava iminente. A mesma fonte, apoiada por outros historiadores, indica que dois dias depois, e sobre os planos desenhados por Morgenstern, o marechal convocou os comandantes mais importantes do seu exército para avaliar os mesmos. Nesta reunião, todos aprovaram os planos da trincheira, exceto o general Díaz. Este, quando questionado sobre as suas reservas sobre o assunto, afirmou, em guarani:
"Oì porane la cuatiá ari pero pecha ña mbopuharo la trinchera no ro jocoichene los cambape." ("Estará bem no papel, mas se levantarmos assim a trincheira, não determos os pretos").1
O marechal López acreditou em seu general e autorizou-o a seguir a sua inspiração e a construir as tricheiras a seu critério.
Na realidade, os trabalhos de abertura das trincheiras haviam se iniciado a 3 de setembro, imediatamente após a culminância da batalha de Curuzu, após a retirada diante das tropas brasileiras. Os fossos de campanha então abertos haviam sido os apenas indispensáveis à cobertura elementar que a posição exigia. Já de volta a Curupaiti, na mesma noite (8 de setembro), Díaz deu início à tarefa, iniciando desde a mata, o mais rápido que permitia a derrubada das árvores nella existentes. Desse modo, trabalhando em turnos, 5.000 homens foram encarregados do corte de árvores e das escavações, de abrir túneis e preparar valas e abatizes. Os soldados trabalhavam dois a dois, uns com pás, outros com picaretas. O trabalho extenuante, com os soldados presos em pântanos e juncais, com água e lama até à cintura, era alternado com a fiscalização das linhas avançadas, na antecipação de um eventual ataque.
O fosso principal, o primeiro a ser concluído, apresentava dois metros de profundidade por quatro de largura. Com a terra dele retirada foi construído pela sua parte de trás uma plataforma para a artilharia. Na borda exterior do fosso, ergueu-se uma grossa barreira de abatises (estacas afiadas), empregando-se as árvores recém-cortadas. Nos fossos que as continham, os grossos troncos foram seguros com estacas. As folhagens dessas árvores, geralmente folhas espinhosas, mal saíam das covas, dissimulando a sua profundidade e as estacas afiadas que se ocultavam no interior. Outras escavações foram abertas nas linhas avançadas e também dissimuladas. Com as fortes chuvas que se seguiram, esses obstáculos ficariam ocultos sob as águas, transformando-se em armadilhas mortais.
No interior das linhas de defesa e para proteger os atiradores dos tiros inimigos, o general Díaz fez erguer outro fosso, no qual os soldados paraguaios tinham as melhores comodidades para efetuar os disparos com a menor visibilidade para o fogo inimigo. Foram também construídas duas pontes levadiças, assim como passadiços e depósitos de munições subterrâneos.
Toda a frente de trincheiras apresentava uma extensão total de mais de 2 quilómetros, estendendo-se desde as margens do rio Paraguai à laguna Méndez. Enquanto isso, o ataque dos Aliados demorava. Na realidade, o ataque agendado para o dia 17 de setembro foi suspenso devido às fortes chuvas, que duraram até 20 de Setembro. Foi decidido que o ataque seria a 22 de setembro, uma vez que o solo estava completamente alagado.
Nenhuma destas dificuldades fez com que os homens de Díaz abandonassem a tarefa. Aproveitaram a demora para aprofundar e aperfeiçoar as trincheiras. A 21 de setembro, antes do meio-dia, Díaz transferiu-se para o quartel-general de Paso Puku para informar a López que as trincheiras estavan prontas. O marechal comissionou o coronel Thompson para que fosse verificar o estado das obras. Cumprida a ordem, o militar inglés atestou que a posição era fortíssima. Desse modo, o marechal López discutiu com Díaz os últimos detalhes da defensa e as estratégias a adotar no dia seguinte. Ao despedir-se, o general assegurou ao marechal que "si todo el ejército aliado atacase, todo el ejército aliado quedaría sepultado al pie de las trincheras". Díaz retornou a Curupaiti, para junto das suas tropas, onde passou a noite, em prontidão. Enquanto isso, em Curuzu, a 3 quilómetros ao sul de Curupaiti, 20.000 homens do exército aliado encontravam-se reunidos, aguardando o momento do ataque.
Ver artigo principal: Batalha de Curupaiti
Notas
1.  Ir para cima↑ À época, os paraguaios designavam depreciativamente os soldados brasileiros de "pretos". Contribuía para isso, além de repudiarem o escravismo ainda existente no Império do Brasil, a elevada percentagem de afrodescendentes entre as fileiras brasileiras.




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