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Mello dedilhava habilmente as cordas do violão e eu um vozeirão, era o
cantor-mor. Defronte a residência das garotas das quais éramos fãs, parávamos e
o Mello e Eu interpretávamos os sucessos da época, principalmente músicas do
repertório de Nelson Gonçalves: "Boemia", "Deusa do
Asfalto", "Atiraste uma Pedra", "Renúncia" e outras.
Uma
canção, uma dose de gim-tônica e a madrugada friorenta iam esquentando. Quando
o cantor titular cansava, nós nos revezávamos como improvisados cantores. A certa
altura, interpretávamos com nossos poucos recursos vocais, uma melodia, quando,
alguém que, com certeza queria dormir sossegado, soltou um gigantesco cachorro
para nos atacar. Ao depararmos com o bicho furioso, de olhos acesos, resolvemos
fugir em alta velocidade para salvar a pele. No trajeto, deixamos cair às
garrafas de bebidas que levamos como estimulante. Mas, o pior foi à decepção
que tivemos no dia seguinte. Encontramos, no "footing" do jardim da
praça, um grupo de mocinhas para as para as quais dedicamos nossos números
musicais. Conversando com elas, na esperança de receber elogios, fiquei
decepcionado quando uma delas assim se expressou: "Daqui uns vinte anos
"talvez" você se torne um bom cantor, nem deu para saber quais as
músicas que você cantou".
Depois
dessa serenata frustrada, o negócio foi desistir, definitivamente, de fazer
outra.
(AD, MAS é DO IPU.)
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