terça-feira, 28 de outubro de 2014


...o Mello dedilhava habilmente as cordas do violão e eu um vozeirão, era o cantor-mor. Defronte a residência das garotas das quais éramos fãs, parávamos e o Mello e Eu interpretávamos os sucessos da época, principalmente músicas do repertório de Nelson Gonçalves: "Boemia", "Deusa do Asfalto", "Atiraste uma Pedra", "Renúncia" e outras.
Uma canção, uma dose de gim-tônica e a madrugada friorenta iam esquentando. Quando o cantor titular cansava, nós nos revezávamos como improvisados cantores. A certa altura, interpretávamos com nossos poucos recursos vocais, uma melodia, quando, alguém que, com certeza queria dormir sossegado, soltou um gigantesco cachorro para nos atacar. Ao depararmos com o bicho furioso, de olhos acesos, resolvemos fugir em alta velocidade para salvar a pele. No trajeto, deixamos cair às garrafas de bebidas que levamos como estimulante. Mas, o pior foi à decepção que tivemos no dia seguinte. Encontramos, no "footing" do jardim da praça, um grupo de mocinhas para as para as quais dedicamos nossos números musicais. Conversando com elas, na esperança de receber elogios, fiquei decepcionado quando uma delas assim se expressou: "Daqui uns vinte anos "talvez" você se torne um bom cantor, nem deu para saber quais as músicas que você cantou".
Depois dessa serenata frustrada, o negócio foi desistir, definitivamente, de fazer outra.
(AD, MAS é DO IPU.)


Nenhum comentário:

Postar um comentário