segunda-feira, 8 de setembro de 2014

VIDA NO SERTÃO

Solitária. Longe do bulício, das trambolhadas, livre até de amigos.
Esta, a vida no sertão; neste sertão produtor, rico, a terra do gado e homem destemido.
Na fazenda a luta é “braba”, é enleada com coisas que na realidade não é para todo mundo.
Mas o sertanejo é disposto.
Está concretizado no trabalho rude e zomba do vagabundo da praça. Considera-o menor. E é mesmo menor, pois nunca será capaz de enfrentar o peso. Como uma cruz leva aos ombros do inverno ao verão. Vaqueiro com o gado. Lavrador com agruras do sol e da chuva.
Mas, eu quero o sertão, longe do estremunho devorador de vidas.
Vamos para o sertão, no que aqui se segue...

O CAMPO SANTO

É a cidade dos mortos. Dos entes queridos, amigos e de todos os que ali foram morar.
Cidade quieta, muda, tranquila e triste. Não se vê a quem se procura. A casa e mais nada, é só.
Lugar de meditação, de horas de saudades. Relicário de lembranças.
Nunca uma alegria, nunca um riso ante a lúgubre hora de uma visita.
E aqueles moradores não veem sequer os ornamentos que estão sobre suas moradias.
Nem sabemos se as nossas preces, nossas orações sejam ouvidas.
É a cidade dos mortos dentro de muros. Está a abrir sua porta todos os dias para que entre mais um... mais um... mais um...

(Chagas Paz-Ipu-CE).


Nenhum comentário:

Postar um comentário