IPU!
Ipu nasceu às margens do riacho Ipuçaba, cuja nascente fica no
sítio São Paulo, neste Município. No seu percurso forma no rochedo da Ibiapaba
a linfa cor de Prata chamada Bica do
Ipu, se desprendendo de uma altitude de 120 metros formando na sua
queda a imagem de um verdadeiro “Véu de
Noiva” como diz a canção de Zezé do Vale. Nas imediações do Riacho se
formaram plantios de cana-de-açúcar, bananeiras e outros.
O pequeno córrego inspirou muitos de nossos poetas. IPU está
localizada em partes de 20 léguas de terra doadas à D. Joana de Paula Vieira Mimosa pelas Cortes Portuguesas de Lisboa
em 1694.
D. Joana era missionária Portuguesa que aqui chegou para dar
inicio a nossa civilização era esposa de João Alves Fontes muito enérgica e
habilidosa colonizou suas propriedades contribuindo para a catequese dos Índios.
Os Índios eram os Tabajaras, o nosso primitivo que aqui viveu dando origem à
lenda de IRACEMA de José de
Alencar.
Ipu, berço de Iracema, terra de Martim e Araquém, tem sua civilização
pautada nos costumes indígenas. Os Tabajaras sobreviviam fazendo roçados e
neles plantavam o cará, o inhame, o abacaxi, milho, mandioca e outras culturas
que se adaptassem a fertilidade do solo.
Construíram também casinhas ou casinholas a margem do Ipuçaba
que com o passar do tempo foram substituídas por outras.
Em 1740 já havia o ARRAIAL,
com pequenas casas de taipa sendo o seu piso de chão de barro batido,
construídas com o auxilio de alguns Portugueses e Pernambucanos que aqui aportaram.
Chegaram vindos da Vila Real de Viçosa alguns clérigos que continuaram o
trabalho de catequese iniciado por D. Joana de Paula Vieira Mimosa. Em seguida
vieram outros Padres Jesuítas e construíram uma Capela pequena edificada em
1765 em torno do atual Quadro da Igrejinha onde foi iniciado o Povoado que
passou a ser conhecido e chamado de PAPO,
seguido por uma Rua estreita que passamos a chamar de Goela, ainda hoje a
pequena Rua apesar de ter possuído vários nomes como Rua Senador Catunda,
homenagem a um Senador de República que aqui residiu.
A Rua mudou de nome outra
vez para Rua Cel. Pedro Aragão que permanece até os nossos dias, contudo a
pequena ruazinha onde nasceu Milton Dias, famoso cronista conhecido
nacionalmente pelas suas crônicas, continua chamada por todos nós de Rua da Goela.
No Hino do Sesquicentenário de Ipu, letra do Professor Antonio
Ramos e música do Professor Francisco Melo, num trecho do Hino, por sinal muito
suave e poético dizem “O Ipu Ave Meiga
em Vôo Sereno”, ficou bonito e gostoso de cantar, pois retrata a forma
de um pássaro que Ipu teve na formação de sua toponímia.
Por Alvará ou Carta Régia, de 12 de maio de 1791, foi criado o
município com sua primeira sede com o nome de Povoação de Campo Grande, depois
elevado a categoria de Vila que se chamou de Vila Nova d’El-Rei hoje cidade de
Guaraciaba do Norte. Ipu quando foi elevada a Vila, tomou a mesma denominação
de sua sede Vila Nova d’El-Rei, mas mesmo assim, o povo continuou chamando de “Vila dos Enredos”, em face das
constantes intrigas existentes naquele tempo. Tudo isso aconteceu em torno da
Igrejinha, onde ficou consolidada a VILA.
Com a criação da Lei Provincial de nº 200 de 26 de agosto de
1840, ficou suprimida a Vila de Campo Grande transferindo a sede do município
para Núcleo de Ipu Grande, com o nome de VILA NOVA DE IPU GRANDE.
Lei nº 200, de 26 de agosto de 1840 sancionada pelo Presidente
Francisco de Sousa Aguiar.
Art. 1º – Fica transferida de Vila Nova d’El-Rei para povoação
de Ipu Grande no mesmo município, com a denominação de Vila Nova do Ipu Grande.
Art. 2º – A Matriz de São Gonçalo da Serra dos Cocos será
igualmente transferida para Capela de São Sebastião do Ipu Grande, quando esta
estiver em estado de nela celebrarem decentemente os ofícios divinos.
Art. 3º- Ficam revogadas quaisquer leis e disposições em
contrario.
A Vila denominada por Lei, Vila Nova do Ipu Grande conservava a
ingenuidade de uma época que em torno da Igrejinha o vilarejo foi tomando
consistência. Mais tarde, em face da Lei de nº 432, de 31.08.1848 o Ipu Grande
se tornou simplesmente IPU.
A origem do vocábulo Ipu tem varias conceituações mesmo porque a
nossa Língua oferece opções outras para que chegássemos até a palavra IPU.
Vejamos:
Qualidade de terra fértil que forma grandes
coroas ou ilhas em terras procuradas para a cultura. (José de Alencar)
Vem de IPOHU ou IPOÇU,
alagadiço, sumidouro d’água (Dr.
Paulino Nogueira).
Se o nome da cidade deriva de um salto, seria ITU, e não IPU (Pompeu Sobrinho).
No Ceará chama-se Ipu, a pequena lagoa de águas pouco profundas,
que seca no verão.
O índio chamava YPU, a fonte, o olho d’água.
A opinião predominante em relação à palavra Ipu, conhecida pelo
ipuense de ontem e de hoje, é a de Dr.
Eusébio de Sousa:- a denominação desse vocábulo nasceu da admiração que
faziam os indígenas da queda que davam as águas do cimo da montanha, grafado
assim em língua TUPI: IG: água, e PU, queda, palavra ONOMATOPAICA que quer dizer-QUEDA D’ÁGUA.
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