quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Histórias nos Morrinhos
Há muitas formas de se ver as coisas e os fatos: a felicidade, o amor a família, enfim, tudo. A riqueza para a maioria relativa, é dinheiro, bens, ou algo ligado ao consumo, carros casas fazendas e muita coisa nesse sentido; tudo isso é necessário e atende as nossas necessidades,
Porém para mim; a riqueza tem um binome: Família e Amigos. Essa mensagem a seguir, escrita pelo um amigo, essas expressões citadas por ele e, com tanto carinho a nosso respeito. Nem todo o dinheiro do Mundo a compraria.
Eu não tenho a maioria desses bens acima citados. Porém, não existe pessoa mais rica que eu. Tenho as duas coisas: Família e amigos como esse. A partir daqui a palavra é dele.
“Eu já disse, em outras ocasiões, que Amadeu Lucinda (Amadeu Pedro de Souza) é um grande contador de histórias. Suas histórias são, na maioria, sobre fatos que ele viveu ou ouviu falar que aconteceram. Algumas se fazem fábulas, pois no final nos deixam grandes ensinamentos.
O poeta paulista João Paulo Paes afirmava que “Ali onde um lúcido poeta/ Propõe uma reinfância/ Ali um voo termina/ Outro voo se inicia”. O canto de Paulo Paes me veio à mente quando Amadeu me falou do título de seu próximo livro “Histórias nos Morrinhos”. Morrinhos é um distrito de Guaraciaba do Norte, já limitando com o Município de Carnaubal. Nas palavras do próprio Amadeu, em texto cedido para meu livro “De Volta a Campo Grande...”, “no final do século XIX e início do século XX, Morrinhos Novos não passava de uma trilha de boiadeiros que por ali conduziam o rebanho bovino, vindo do Piauí para abastecer o mercado cearense”.
Amadeu pertence à família dos que primeiro habitaram aquele distrito e nutre em si um desejo que também partilho: levar sua terra para onde for. Chamam-me, desde cedo, o “menino dos Correios”, embora a idade não permita me chamar de menino, ainda hoje me chamam, aludindo ao sítio Correios, onde nasci em Guaraciaba do Norte. Costumo dizer que nasci nos Correios. Isso fez com que um dia, minha amada amiga Rachel de Queiroz perguntasse se eu havia nascido enquanto minha mãe estava numa agência da Empresa de Correios e Telégrafos. Faço toda essa explicação para dizer que essa é uma homenagem do Menino dos Correios ao Jovem de cabelos quase prateados dos Morrinhos.
Amadeu foi Menino dos Morrinhos, Adolescente e a Juventude é estado d’alma, por isso lhe digo hoje “Jovem dos Morrinhos” que em seu novo livro, poeta que é, se faz menino percorrendo as ruas sem calçamento do seu Morrinhos, tomando banho nas belas cachoeiras que ali existem e aproveitando para trocar um dedo de prosa com seu primo, Menino dos Correios.
Alguns dizem que esse desmensurado amor que possuímos pela terra em que nascemos é bairrismo, sentimento visto de forma negativa, mas, na realidade, é simplesmente amor e amor não se explica, se vive e é “eterno”. Usando um de seus pseudônimos (Alberto Caeiro), Fernando Pessoa diz que “O Tejo é mais belo/ que o rio que corre pela minha aldeia,/ Mas o Tejo não é mais belo que o rio/ que corre pela minha aldeia/ Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia”. Assim primo, penso que o Jovem dos Morrinhos (menino na alma) diria: As cataratas do Iguaçu são as mais belas/ Quedas d’água do meu País,/ Mas as cataratas do Iguaçu não são mais belas que a cachoeira/ dos Morrinhos, minha aldeia/ Porque as cataratas do Iguaçu não são a cachoeira de minha aldeia”.
Forte abraço primo e sucesso para o novo livro.
Cordialmente,
José Luís Araújo Lira
(Menino dos Correios)

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