sexta-feira, 1 de agosto de 2014

DITADURA E DITADORES – PÁGINAS TRISTE DA HISTÓRIA

Em uma democracia, quando alguém comete um crime, é preso.
E, o que é ser preso? – Ser preso, é privar-se alguém de seus direitos básicos e fundamentais: direitos de ir e vir, o mais sagrado, e também a privação do convívio com a família, tão essencial no ser humano. E tantos outros.
Nas ditaduras, todos nós somos criminosos, e mesmo sem estar na cadeia estamos presos. Pois não temos se quer, o direito de pensar. Não podemos falar, escrever, fazer músicas sem antes passar pelo crivo da censura.
Porém, o responsável pela ditadura, não é o ditador. Más sim o próprio povo. Primeiro por deixar que ela se instale, segundo, dando motivos para que isso aconteça.
Há todas as ditaduras, antecederam-lhe grande tempo de anarquia. E nesse tempo de anarquia, o responsável é o povo. Por fazer, por deixar que se faça e por silenciar, tornando-se cúmplice.
O ditador só admite que seus súditos pensem iguais a ele; o que é inteiramente impossível. Pois o pensamento humano é livre. Somente ele não sabe. Aliás, sabe. Más é conveniente que ele pense assim.
O povo cubano. Hoje, condena o Fidel Castro, ou a seu regime. No entanto, são obrigados a subliminar seus pensamentos, ou serão mandados ao paredão. Apena não sabem eles, que foram os responsáveis pela instalação de sua ditadura. E assim foram os tempos que antecederam todas as ditaduras.
Imaginem vocês, uma casa de família onde o dono da casa, o chefe de uma família, não tem nem uma autoridade. Manda a mulher, manda os filhos, manda a sogra, mandam todos; menos ele. E mesmo quando ele manda, ninguém o obedece. 
Há isso dar-se o nome de anarquia. Falta de autoridade, falta de governo. Pois é justamente isso que acontece em todas as nações antes de uma ditadura.
O pior das ditaduras é que o povo de onde ela está acontecendo, não sabe nada do que o ditador está fazendo. Quase sempre o povo do lugar o idolatram, só é divulgados os benefícios por ele feito. Até hoje se alguém falar mal do ditador Getúlio Dorneles Vargas, corre o risco de ser morto.
Aqui no Brasil, no fim da década de cinquenta em que vivemos uma grande democracia no governo: JK Começou o governo Janio Quadro; esse havia feito um grande governo no município, e depois no Estado de São Paulo.
Foi eleito presidente da República, e aí destrambelhou: passou a gerenciar brigas de galos e os tamanhos dos biquines de praia. E chegou até a condecorar: Ernesto The Guevara com a medalha Tiradentes a maior honraria da nossa República. Depois disso renunciou, alegando perseguições de forças ocultas que estariam conspirando contra seu governo. 
Assumiu o vice: Dr. João Belchior Goulart. Foi um governo de anarquia pura. Apenas para ilustrar vou contar um fato acontecido aqui em Nova Iguaçu e presenciado por mim.
Na Av. Amaral Peixoto, - hoje o calçadão – havia o mercado São José e nele um grade armazém de secos e molhados, (comestíveis) muito comum na época. O povo o saqueou e depois ateou fogo. Não havia autoridades, não havia governo.
Eu tinha uma loja de roupas e artigos infantil na Galeria Iguaçu, ao lado da Prefeitura. Em frente a Prefeitura havia um, busto do Marechal Eurico Gaspar Dutra. Aquela galeria tinha algumas dezenas de lojas quase todas seus proprietários eram nordestinos. Também tinha um tenente reformado do exercito que era paraibano; todos os dias ele visitava aquela galeria para matar a saudade do seu nordeste conversando com seus conterrâneos e para vender ou trocar relógios usados que ele os arrematava nos leilões da caixa econômica; sempre relógios de grandes marcas que numa hora de aperto seus donos os penhoraram e não resgataram, eram: eram populares e famosos na época: Tissot, Mido, Õmega, Cima, Longinss, Eternamatic e outros. O tenente nunca exercia de sua autoridade e estava sempre brincando.
Acontece que a anarquia estava instalada; e um dia eu passando enfrente a Prefeitura, vi que haviam arrancado o busto do Dutra de seu pedestal e a jogaram no chão sobre uma poça de lama. Ao chegar a minha loja estava lá o tenente. Falei: isso aqui virou bagunça, imagina o senhor que tiraram o busto do Dutra de seu pedestal e o jogaram na lama, está no chão sujo e todo humilhado.
Quando falei aquilo, o homem se transformou, assumiu sua condição de militar e pela primeira vez, eu vi o tenente. Mesmo antes de me responder, ele se perfilou , bateu continência pra mim como se estivesse diante de um superior e disse: “O marechal Eurico Gaspar Dutra é um homem de bem e deve ser, e vai ser respeitado. Ordenou que eu o acompanhasse para testemunhar o que iria acontecer.
Amadeu, me acompanhe, você vai ver o que vou fazer. Eu o acompanhei até a entrada da Prefeitura. Na antessala do gabinete do prefeito havia um balcão e alguns atendentes; ele com a mão aberta batei no balcão com muito força e ordenou ao primeiro atendente que chamasse o prefeito, e o dissesse que o tenente xx queria falar com ele .
O atendente percebendo a gravidade do momento, entrou e logo saiu dizendo que o prefeito não estava. Disse ele para o atendente: dou dez minutos para o busto de Sua Excelência, Marechal Eurico Gaspar Dutra está em seu pedestal e muito limpo, voltarei e se não tiver sido cumprido minhas ordens o Exercito Brasileiro tâmara conta dessa... 
Não sei como foi feito. Más sei que em alguns minutos estava o busto em seu lugar; e limpinho.
Logo depois, houve o tão conhecido, o comisso dos cabos e sargentos na Central do Brasil; era a gota d’água que faltava.
Houve o golpe; instalou-se a famigerada ditadura militar e pagamos pecados que nunca cometemos por quase vinte anos. Amadeu Lucinda.

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