sexta-feira, 1 de agosto de 2014

90 ANOS – UMA IDADE DE RESPEITO

No dia 11 de março de 1923 nasceu no Sítio Morrinhos, município de Campo Grande, hoje Guaraciaba do Norte: Anesion Gonçalves de Sousa.
1923 foi véspera do maior inverno que já houve no nordeste: “O legendário inverno de 24”. Inverno no nordeste é sinônimo de chuvas, eu me referi ao inverno, por ser ele o antônimo da seca. E são as secas as responsáveis pela migração do povo nordestino.
E com o Anesion não foi diferente. Em 1940 e com apenas 17 anos, ele já migrara com seus pais e toda a família para Pedro II, cidade do vizinho estado do Piauí.
Naquela cidade ele permaneceu por cinco anos.Fazia ele um intercâmbio de produtos existentes nessas duas regiões; distâncias que hoje é feita em poucas horas, naquela época levava-se alguns dias.
Ele com uma tropa de mulas levavam do Ceará produtos que estavam faltando naquele momento no Piauí. No sentido inverso trazia para o Ceará produtos que no momento eram fartos no Piauí.
Isso era apenas o começo da vida desse nosso herói. Eu usei a palavra herói; e não foi por acaso. Chegar aos 90 anos. Já é um ato de heroísmo. Hoje a média de vida do homem brasileiro é de 76 anos, mas na época do Anesion, era de apenas 35 anos. Essa longevidade de hoje, deve-se: as vacinas, os antibióticos, os remédios poderosos todos inexistentes na época de nosso herói.
O Anesion sempre foi muita família. E nessa visão de família ele sempre olhou muito mais pelo o retrovisor do que a grande estrada que estava por vir. Família para ele era apenas seus pais, irmãos e cunhados, estava sempre preocupado com essa gente. Tanto isso é verdade que, nessas suas migrações, ele levou sempre essas famílias do retrovisor. Foi para o Piauí e levou além de seus pais, também os irmãos e cunhados. Veio para o Rio de Janeiro e trouxe também essa gente; pensava tanto em seus pais, irmãos, cunhados e sobrinhos que se esqueceu de si mesmo. O tempo ia passando, seus amigos de infância, os que não haviam morridos estavam todos casados. Ele não. - Luizinho Melado era um solteirão que passava as férias na casa de meu pai, (seu primo) lá nos Morrinhos e um dia desesperado, chegando aos cinquenta anos e sem casar-se,disse para seu primo: eu vou ao Piauí procurar uma moça e me casar: “por que, se agente nunca casar nunca caso” -.
Com esse mesmo pensamento. Anesion viajou á sua terra natal o Ceará, e com toda essa determinação: eu vou me casar e construir minha verdadeira família. E foi essa família que viria a construir a partir daquele momento que lhe deu suporte para chegar aos noventa anos.
Nesse empreendimento ele foi muito feliz. Deus havia reservado para ele uma moça que além de bonita, tinha todas as qualidades para ser uma boa esposa e mãe de seus filhos. Era da cidade de Carnaubal, vizinho aos seus Morrinhos.
Essa moça era: Maria Isnar Barroso. Filha de um grande empresário e o primeiro prefeito de Carnaubal. No dia 17 de maio de 1969 casaram-se. Ali começava sua verdadeira família hoje aqui presente, seus três filhos: Patrícia, Estênio e Lilia. Seus genros Sebastião e Osvaldo, suas noras Cristiane e Fátima, essa segunda esposa do Romualdo já falecido. No coro dos parabéns se fazem também presentes seus netos: Simone, Vivian, Estefani, Eduardo, Bernardo, Caio e Gabriel; além dos bisnetos: Luíza e Assaf. Parabéns Anesion.
Desses noventa anos, sessenta e dois Anesion passou aqui no Rio de Janeiro. Domiciliado na: Av. Henrique Duque Estrada Mayer, 2972 Parque Flora, Nova Iguaçu.
Sua vida laborativa: sempre trabalhou por conta própria; começou como mascate, comprava produtos na Rua da Alfândega e os revendia.
Nos primeiros anos da década de cinquenta do século próximo passado, na Rua Marechal Floriano Peixoto, 2078 no centro de Nova Iguaçu foi aberto uma galeria popular, “Galeria Iguaçu” cujos boxes não tinham portas, eram como barracas de uma feira livre.
Anesion alugou um boxe e passou a comprar mercadorias não apenas na Rua da Alfândega, mas também em São Paulo. O comércio de Nova Iguaçu foi crescendo e o boxe do Anesion se transformou numa loja, primeiro de roupas, depois de bolsas. Anesion abriu uma fábrica de bolsas, também fabricava marmiteiros térmica, vendendo para todo o Rio e chegando aos comércios dos vizinhos Estados: Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo.
Esse é um relato feito por Amadeu Lucinda. Nascido no mesmo Sítio Morrinhos de nosso Anesion, uns vinte anos depois
- Fui convidado por um ex funcionário do Anesion e hoje empresário. Á escrever essa crônica que ele mandaria publicar num jornal local “O HOJE” e o fez, -

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