Discurso
pronunciado pelo Professor Francisco Melo na inauguração da Casa de Cultura
Professora Valderez Soares.
Em 29 de
março de 2003.
O dia
amanheceu diferente, as aves estavam gorjeando com mais intensidade preludiando
a nossa primeira Casa de Cultura, desta grei de bravos e incontestes homens que
desde a sua formação carrega no seu estigma a intrepidez devastadora das letras
e das artes, numa demonstração inequívoca de uma cultura fulgente que cantamos
e contamos nesta Casa de Cultura que proficientemente hoje inauguramos.
Já bem
distante relembramos os primórdios de nossa civilização quando do Gabinete de
Leitura, que criado foi e instalado para dar aos ipuenses a oportunidade de
desenvolver a capacidade literária, lidar com as letras e consequentemente
proporcionar o nosso crescimento cultural que se tornou fonte de referencia em
todo Ceará, quiçá em algumas partes do Brasil. Era uma verdadeira Academia de
Letras. Nos seus anais consta em inscrição altiva do Ten. Pedro Alberto Lins de
Barros comandante da coluna prestes quando passou em nossa Ipu no mês janeiro
do ano de 1926.
Ipu nunca se
absteve de sua cultura, num afã de brilhos e destaques daqueles que por aqui
passaram e deixaram um legado dos mais frutificativos implantados nos seus
descendentes que não deixam postergar o seu alinho tão cheio de tudo porque de
tudo fazemos um pouco, ou quase tudo de tudo. Neste momento mostramos o que
somos no conteúdo desta festa inaugurativa, quando homenageamos a notável
personalidade de Valderez Soares.
A atual
administração se conduz de forma concreta e definida nos moldes que retrata o
ponto de vista ideológico nas criações culturais que manifestamos fielmente ao
nosso Povo, livre do profissionalismo político; e é por isso mesmo que hoje
testemunhamos esta valorização nunca vivida por outros governantes, e aqui está
a presença completa da força administrativa do Ipu, através dos seus dirigentes
maiores e assessores.
Como
Valderez são tantos os filhos desta urbe que se destacaram na diversificação de
suas obras quase todas cantadas em verso e prosa onde o atilamento dos versos e
escritos outros, que se fizeram acompanhar da melodia primorosa dos seus
talentos.
Relembramos
Delmiro Gouveia, Abílio Martins, Thomaz de Aquino Corrêa, Milton Dias,
Francisco Magalhães, Adersom Magalhães, Joaquim Lima, Antonio Carvalho Martins,
Osvaldo Araújo, Francisco Araújo, Chagas Paz, Mons. Gonçalo de Oliveira Lima,
Manoel Bessa Guimarães, Valdemira Coelho, Wilson Lopes, Raimundo do Vale, Zezé
do Vale, Arquimedes Memória, Milton Carvalho, Dr.Thomaz Aragão, Plínio Pompeu,
Augusto Passos, Amadeu Furtado, Desembargador Felix Candido e outros tantos que
inegavelmente a posteridade hoje brinda os oráculos de tão prodigiosa memória
transferida a esta terra para infinitos e imorredouros conhecimentos.
Mas Ipu
continua na sua ascendência cultural, pela pluridimensionalidade dos seus
filhos que amplamente se nutrem, num processo em que todas as dimensões que se apresenta
no mundo cultural ele estão presentes, nos campo social, literário, moral,
econômico, político e religioso. A integração de valores dessas dimensões
constitui o crescimento ou desenvolvimento autenticamente humano, pois somos
seres em crescimento e estamos em situações de criar e produzir, sendo,
portanto vidas em profundas transformações.
Intensificamos
doravante o nosso maior respeito ao potencial resplandecente a nossa cultura
onde o absoluto não consegue um estágio para divagar; pois o iluminismo
seguindo fortemente a grandeza das artes, que seja na música, nas plásticas e
muito especialmente nas letras que predominam neste torrão, dormitam toda
suntuosidade de nossos valores pela magnitude de conhecimentos que avançam nos
continuados dias de nossas vidas.
Minhas
senhoras, meus senhores:
Valderez
Soares é a imagem viva de toda esta cultura manifestada de forma absoluta e
concreta que a representou na nossa Ipu.
Na música
estabeleceu a sensibilidade no universo mavioso das sete notas. Foi no Coral
Santa Cecília, no Conjunto Santa Cecília, nos instrumentos que dominava com
maestria, como o Acordeom, o Bandolim, o Teclado Eletrônico, o Violino e o
sonoro Harmônio nas festividades solenes da Igreja.
No palco se apurava na Ribalta, levantando aplausos aos
mais diversos, pois a sua versatilidade lhe impunha o poder de desenvolver
qualquer personagem com aquela capacidade que envolvia toda plateia.
Valderez das
Artes Plásticas. A leveza do seu pincel era traduzido nas paisagens e imagens
de sua terra amada. Pioneira na criação de uma Escola de Pintura, que
funcionava no casarão da Família Soares, ainda hoje existente na Rua Cel. Pedro
Aragão antiga Rua da Goela.
Valderez
Professora nas nossas Escolas de Ipu, mas muito especialmente no Patronato
Sousa Carvalho e Colégio Ipuense onde desenvolveu com muita distinção e por
muito tempo a sua atividade docente lecionando: Desenho, Educação Artística e
Canto Orfeônico.
Enfim hoje
ao completar 70 anos de criado e inaugurado para servir a justiça, este prédio
abrigará a partir de hoje a Casa de Cultura que leva seu nome. D. Valderez, a
oportunidade que a senhora nos dá aumenta e desenvolve nosso potencial através
da cultura que nos inspira sempre através do transcendental a distribuir a
todos desta gleba de Iracema da nação valente dos Tabajaras.
Fica,
portanto patenteado o nosso marco que a história haverá de contar por muitos
anos aos nossos descendentes, pois como disse Goethe em suas últimas palavras
“Mais Luz” e nós queremos ser iluminados pela sua Alma de Luz para que nos
traga sempre os sábios ensinamentos, de
onde você se encontrar será bem vindo porque temos certeza que é grande e
incomensurável para todos nós.
Receba D.
Valderez, minha professora das primeiras notas musicais a nossa homenagem
revestida de um carinho que somente a alma e o espírito sentem quando a
invocamos.
Obrigado.
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