A Flauta Mágica e a sua relação intensa com a Maçonaria
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Quando surgiu o primeiro libreto impresso de A Flauta Mágica que
deveria coincidir com a estréia da ópera, os leitores se depararam com uma
página de rosto executada pelo próprio gravador, Ignaz Alberti, um membro da
Loja Maçônica de Mozart Zur gekrönten Hoffnung. Para os não-iniciados esta
folha de papel poderia parecer então uma então conhecida reprodução de uma
escavação arqueológica no Egito: à esquerda, a base de uma pirâmide com
alguns símbolos (inclusive Ibis); no meio, uma série de arcos conduzindo a
uma parede com nichos e um portal redondo, tudo isto inundado de luz. Do arco
do meio vê-se pendurada uma corrente com uma estrela de cinco pontas.
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À direita, um elaborado vaso rococó com estranhas figuras
agachadas na base; no primeiro plano, uma colher de pedreiro, um par de
compassos, uma ampulheta e fragmentos em ruínas. Muitas pessoas
acreditavam estar vendo uma obscura visão oriental; algumas damas e
cavalheiros da classe média, sem dúvida, pensaram no culto de Ísis e Osíris.
Porém, alguns membros da platéia sabiam que aquele simbolismo referia-se,
numa série completa de inequívocas alusões,à Antiga e Venerável Ordem da
Maçonaria. Estes homens (as Lojas maçónicas para mulheres só existiam na
França), que ainda pertenciam à confraria (claudicante em 1791 e não mais a
brilhante sociedade de elite de meados de 1780 como tinha sido em Viena na
época em que Mozart e Haydn ingressaram na Maçonaria) deveriam estar se
perguntando se seus segredos não teriam sido revelados. E caso, como
geralmente acontece quando se folheia despreocupadamente um libreto,
deparassem com a última página, teriam lido com considerável as seguintes
palavras (que é o último parágrafo do último movimento da ópera):
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