Discurso do Professor Francisco de Assis Martins (Professor Melo), por
ocasião de sua posse na.
ACADEMIA
MUNICIPAL DE LETRAS DO ESTADO DO CEARÁ
(ALMECE).
Fortaleza (Ceará), 14 de setembro/2000.
Senhoras e senhores,
O homem como
um ser em desenvolvimento, admite-se que tenha nascido de um ato espontâneo e
natural da vida.
O homem das cavernas e do machado de pedra
eram os mesmos que desde a metade do século XX. Mas sua cultura, os meios de
vida, sua estrutura econômica, política e social, seus níveis religioso e
moral, eram bem diferentes dos nossos.
Foi necessário que passassem centenas de
milhares de anos para que o homem, superando as dificuldades postas quer pela
natureza rudimentar quer por sua indigência, chegasse a que hoje se encontra.
A personalidade não está acabada; ela é
imperfeita.
Devemos nos completar, devemos realizar
tarefas, num processo que só desenvolvimento nos dá.
Entende-se, portanto, que o homem, está feito
para crescer: “O Homem, como o mundo, é inacabado”.
E eu quero crescer... Quero me completar
nesse sodalício para que me propus a minha auto realização não é imposta de
fora; brota do mais íntimo do meu ser como uma exigência intrínseca e natural.
O Homem é pluridimensional. Capaz de
desenvolver-se em todas as suas dimensões: cultural, econômica, social,
psicológica, política, moral e religiosa.
A integração harmônica dessas dimensões, numa
escala de valores, constituirá o crescimento ou desenvolvimento autenticamente
humano, pois somos seres em crescimento e estamos em situações de “vir a ser”,
portanto, somos seres em contínua transformação.
Estou neste momento realizando uma aspiração,
uma esperança, um sonho que idealizei.
O orgulho de ocupar a partir de hoje a
cadeira de número 14 nessa Academia, me é bastante gratificante.
Mas estou vindo da zona norte do Estado, do
Ipu, representando a cidade de Ipueiras, cidade alcandorada, recebendo a
influência do sertão, pé-de-serra, serra carrasco e macambira. Cada uma delas
com clima e vegetação diferentes, deixando-nos bem à vontade à escolha de um
local para habitar.
Represento a terra de Manoel Martins Chaves,
pioneiro, desbravador da cidade de Ipueiras.
Do Dr. Aquiles Peres Mota, Deputado Estadual
em várias legislaturas, Governador interino por várias vezes, fundador da Casa
do Estudante, aqui em Fortaleza.
De José Costa Matos, escritor, poeta, pertencente
à Academia Cearense de Letras.
De Gerardo Melo Mourão, poeta de estilo
camoniano, com11 publicações. Vejam o que Carlos Drummond de Andrade disse
sobre Gerardo: “Um poeta que não se pode
medir a palmos, e conseguiu o máximo de expressão usando recursos artísticos
que nenhum outro empregou em nossa língua”.
De Hugo
Catunda. Criador do primeiro jornal de Ipueiras, “O Sertão”. Um autêntico
promovente da cultura de Ipueiras. Foi membro da Academia Cearense de Letras,
deixando um legado dos mais valiosos para seus descendentes.
Antônio Frota Neto. Foi porta-voz da
presidência da República no governo do presidente José Sarney. Escreveu “Um Dia
de Sábado em Macambira”, um livro relatando em grande estilo o comércio livre
de Ipueiras.
De Jeremias Catunda, poeta e jornalista que
canta sua terra através de versos, deixando extravasar o limite de sua verve.
O atual prefeito de Ipueiras é o senhor
Francisco Souto de Vasconcelos, com destacada administração frente ao
Município.
Ipueiras é uma cidade que cresce, mas que
ainda respira o ar bucólico dos verdes canaviais que circundam suas ruelas
centenárias. Cidade que até hoje é possível o canto do “canário-da-terra” aos
arrolhos suaves das juritis.
Terra querida, onde encontramos a
hospitalidade benfazeja a todas que visitam Ipueiras.
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