quarta-feira, 25 de junho de 2014

A VIDA

A vida consiste em quatro etapas distintas: Tempo – Momentos – Pessoas – e Lugares.
Há pessoas que o tempo é curto, outros médios e alguns bastante longos. Os momentos! Esses não se medem pelo tempo que eles permaneceram, mas sim pela intensidade como eles foram vividos. Pessoas! Há! Essas pessoas que encontramos no tempo E que com elas tivemos momentos – Agradáveis, ou Não – Que fizeram nossa vida. Lugares! Há! Essa é a parte mais importante. Sem eles não teríamos referências de tempo. Os momentos não teriam acontecidos e não teríamos encontrados pessoas.
Amigo Hélio Martins, pensei em escrever uma carta ao meu amigo Hélio Martins e antes de começar escrevi esse pensamento. Isso não aconteceu por acaso; é que eu vejo em você um filósofo.
Tempo: como eu sou uma criança que já passou dos sescenta, já tenho um tempo pra falar dele. Minha primeira infância foi linda, viajava com meu pai – meu ídolo – para fazer feira em Reriutaba; tangendo jumentos ou montado num burro e muita vez descalça, descendo e subindo a velha Ladeira do Ribeiro, muitas vezes sobre um sol escaldante ou debaixo de grandes chuvas; eu era muito feliz: isso explica que felicidade independe de riqueza ou luxo. Lá em Reriutaba eu vi o trem, coisa que a maioria das crianças de meus Morrinhos nunca vira, comi pastel e chanduiches deliciosos, chupei picolé, tudo isso inexistentes na minha serra, era privilégio das cidades que margeavam a estrada de ferro: E.F. S – da R.V. C rede de viação cearense com essas letras em destaques nas velhas Maria-fumaça. Diziam até que RVC era: Rapariga Velha Cansada.
Momentos: esses acontecem em todas as etapas da vida.
Pessoas: essa é a parte mais gostosa, são elas que fazem as diferencias nos momentos e fazem do Tempo um paraíso.
Lugares: nesse item vou te deixar com água na boca. Pois fui viajante por mais de vinte e cinco anos, e conheci lugares de uma beleza impossível de descrevê-las. Cheguei uma vez na cidade de Araras interior de São Paulo, e como fazia todas as noites onde estivesse, fui ligar pra minha esposa D. Eldy, me dirigi a um dos inúmeros orelhões existente na Praça Barão de Araras e disse pra minha mulher: se existir paraíso eu devo estar nele, tanta era a beleza daquele lugar. Araras é uma cidade linda, suas ruas são amplas e arborizadas e todas as calçadas são padronizaras com pedras portuguesas e com o mesmo desenho da avenida atlântica do Rio de Janeiro.
Também conheci cidades tão pequenas que teve duas: “Rochedo de Minas e D. Euzébia”. Ambas em Minas Gerais, que eram tão pequenas que acredito que o bairro Felicidade aí em Carnaubal onde fui com Alice comprar ovos de galinhas caipiras e ao recebermos os ovos perguntei á D. Maria dona das galinhas, se eram ovos de galinhas solteiras e ela me respondeu: solteiríssimas, minha galinhas vivem todas soltas. Esse bairro a que me referi tem mais morador que em cada uma das cidades citadas.
Nesse meu tempo e num lugar chamado Carnaubal, eu encontrei pessoas e entre elas: Hélio Martins – futuro prefeito de Carnaubal – O Hélio me impressionou por muitos motivos: sua educação, seu caráter, mais acima de tudo pela sua nonestidade. A palavra honestidade é muito ampla, não é apenas não roubar, é respeitar os amigos, os princípios e acima de tudo a família: eu vi no casal: Hélio Martins e Tânia um exemplo de vida. E andando de carro numa rua da cidade com Alice, é próxima a prefeitura, encontramos um vereador, Alice parou o carro, e falamos de política e eu mencionei Hélio Martins. Esse político disse que o Hélio não servia, pois tinha um grande defeito, me intereçou saber qual: disse ele: o Hélio é muito honesto, não serve pra política. Orgulhei-me muito naquela hora de ser seu amigo e disse isso pra ele. Abraço.
                                                                            Amadeu Lucinda 

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