As ruas
constituem um relicário de nossas alegrias e tristezas. O sacrário de nossas
recordações. O ponto de referencia de nossa cidadania. O primeiro beijo, a
bodega da esquina, o bêbado, o intelectual, o filosofo de pé de balcão, o
catecismo que passam no caleidoscópio da nossa imaginação. A rua é o museu dos
nossos sentimentos. Testemunha silenciosa dos nossos sonhos e frustrações,
os seus moradores embalam o saudosismo em tudo que se passou.
Uma sugestão nas
mudanças de nomes de ruas. Coloca-se em
baixo do nome oficial o nome de origem que sempre sugere o primitivismo de suas
criações, cujos significados contam com certeza a nossa história.
Não esquecendo
que as ruas inspiram, funcionam como musa junto à árvore plantada e que serviu
de abrigo para o primeiro encontro, para o primeiro abraço, para o encontro de
seresteiros que varavam as madrugadas em serenatas, tendo somente a lua como
companheira.
(Francisco Melo)
GUARDIÃO DAS
HORAS
Gostaria de falar-te
sobre a beleza do mundo
Nada mais do que
a beleza
Infinito
instante de um tempo eterno
A palavra
acenando
Ruas desertas!
Esculpindo os
pássaros se amando
E troncos de
arvores nos campos
Gostaria de
falar-te sobre o poema
Cada palavra
arde de paixão,
Cada intervalo
agoniza na solidão
Nada define a
história dos amantes.
Lourdes Sarmento
“Cesta Literária” – Será uma
reunião mensal na Casa de Cultura com Intelectuais da Terra.
(Sugestões Culurais - Ipu CE.)
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