domingo, 31 de março de 2013


A rua nasce, como o homem, do soluço, do espasmo. Há suor humano na argamassa do seu calçamento. Cada casa que se ergue é feita de esforços exaustivos de muitos seres, e haveis de ter visto pedreiros e canteiros, ao erguer pedras para fronteiras, cantarem, cobertos de suor, uma melopeia tão triste que pelo ar parece um arquejante soluço. A rua sente nos nervos esta miséria de criação e por isso é mais igualitária a mais socialista, as mais niveladas das obras humanas.
A rua faz as celebridades e as revoltas, a rua criou o tipo universal, que se vive em cada aspecto urbano, em cada detalhe, em cada praça, tipo diabólico que tem os gomos e dos sítios das florestas. Tipo prateiforme feito de risos e de lagrimas... eu sou a rua, mulher eternamente verde jamais encontrei outra carreira aberta senão a de ser a rua e, por todo tempo; dede que este penoso mundo é mundo eu sou a rua. 

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