sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013


Juarez do Nascimento Fernandes Távora nasceu no município de Jaguaribemirim, atual Jaguaribe (CE), em 1898. Cursou a Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro. Em julho de 1922, participou do levante armado então deflagrado contra o governo federal, tendo sido preso nessa ocasião. Permaneceu na prisão até fevereiro do ano seguinte, quando foi solto para aguardar seu julgamento em liberdade. Julgado, foi condenado a três anos de prisão e perdeu sua patente no Exército. Desertou, então, e juntou-se aos conspiradores que preparavam nova rebelião em São Paulo. Realizou contatos nos estados do Paraná e Rio Grande do Sul em busca de apoio aos revolucionários. O levante foi finalmente deflagrado em julho de 1924, na capital paulista, que ficou sobre o controle dos revolucionários por três semanas. Nos combates então travados morreu seu irmão, Joaquim Távora.
Em seguida, participou da retirada dos rebeldes em direção ao Paraná, após ficar evidente a inviabilidade da resistência às tropas legalistas que cercavam e bombardeavam a cidade. Dirigiu-se então ao Rio Grande do Sul, participando dos levantes deflagrados naquele estado, a partir de outubro, sob o comando geral do capitão Luís Carlos Prestes. Repelidos por forças fiéis ao governo, os rebeldes gaúchos se dirigiram ao estado do Paraná, onde se juntaram aos remanescentes do levante paulista para formar a Coluna Prestes, exército guerrilheiro que durante cerca de dois anos percorreu o interior do Brasil em campanha contra o governo do presidente Artur Bernardes. Juarez desempenhou papel de destaque no comando da Coluna, até ser preso nos arredores de Teresina (PI), no início de 1926.
Em janeiro do ano seguinte fugiu da prisão e passou a viver na clandestinidade. Em fevereiro de 1929 exilou-se na Argentina, de onde continuou a desenvolver sua atividade conspirativa. Em fevereiro de 1930, já de volta ao Brasil, dirigiu-se ao Nordeste, passando a preparar naquela região o movimento para depor Washington Luís. Nesse momento travou áspera polêmica pôr meio de cartas trocadas com Luís Carlos Prestes, que criticava o apoio dado por seus antigos companheiros à candidatura presidencial de Getúlio Vargas.
Em outubro, com o início da insurreição, assumiu o posto de comandante militar do movimento revolucionário no Nordeste, ficando o comando civil a cargo de José Américo de Almeida. Após a posse do novo governo, no mês de novembro, assumiu o Ministério da Viação e Obras Públicas por alguns dias. Nesse momento seu prestígio junto ao governo federal era bastante grande, participando do chamado Gabinete Negro, grupo restrito que se reunia regularmente com Vargas no Palácio Guanabara. Em janeiro de 1931 foi designado delegado militar junto aos dirigentes dos estados do Norte e Nordeste passando, por isso, a ser chamado de "vice-rei do Norte" pela imprensa. Nessa posição promoveu mudanças nas interventorias estaduais designadas nos primeiros dias do novo regime. Em dezembro desse ano, por sua sugestão, a delegacia militar do Norte-Nordeste foi extinta.
Ainda em 1931, participou da fundação do Clube 3 de Outubro, agremiação que buscava conferir maior coesão à atuação dos "tenentes" revolucionários. No ano seguinte deu combate ao movimento constitucionalista deflagrado em São Paulo. Em dezembro de 1932,foi nomeado para o Ministério da Agricultura. Como ministro, participou dos trabalhos da Assembléia Nacional Constituinte, reunida entre novembro de 1933 e julho de 1934, na condição de membro nato. Logo após a promulgação da nova Carta, exonerou-se do ministério.
Retomou, em seguida, sua carreira militar. No início de 1936, ingressou na Escola de Estado-Maior do Exército, concluindo seu curso em fins de 1938. Durante a Segunda Guerra Mundial tomou parte na organização da Força Expedicionária Brasileira (Feb).
Em 1945 voltou às atividades políticas filiando-se à União Democrática Nacional (UDN), partido que reunia elementos que se haviam oposto à ditadura do Estado Novo. Em 1946 atingiu a patente de general. A partir do ano seguinte envolveu-se no debate em torno do petróleo brasileiro, defendendo a participação do capital estrangeiro em sua exploração e travando acirrada polêmica com os setores nacionalistas das Forças Armadas.
Em setembro de 1952 assumiu a direção da Escola Superior de Guerra (Esg). Em janeiro de 1954 foi eleito vice-presidente do Clube Militar, ao mesmo tempo que apoiava o movimento que exigia a renúncia de Vargas. Após o suicídio do presidente, assumiu a chefia do Gabinete Militar do governo de Café Filho. Permaneceu nesse posto até abril do ano seguinte, quando foi lançado candidato a presidente da República pela UDN. As eleições realizadas no mês de outubro deram a vitória, no entanto, a Juscelino Kubitscheck, lançado pelo Partido Social Democrático (PSD) e pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).
Em 1962, elegeu-se deputado federal pelo estado da Guanabara na legenda do Partido Democrata Cristão (PDC). Atuou na oposição ao governo do presidente João Goulart, e apoiou o golpe militar que o afastou da presidência, em março de 1964, embora não tenha participado diretamente das articulações. Com o início do regime militar dirigiu, até março de 1967, o Ministério da Viação e Obras Públicas.
Morreu em 1975, no Rio de Janeiro.

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