quarta-feira, 23 de maio de 2012



Enfim,  a Igrejinha.
O relógio marcava, aproximadamente, uma hora da manhã.  Já era Domingo de um janeiro de 2003.  Na pracinha do Quadro transcorria festivamente o primeiro reencontro oficial da recém-criada – Associação dos Filhos e Amigos do Ipu – AFAI.
Capitaneado pelo  Prof. Francisco Melo, presidente, à  época, da entidade,  e mais dois ou três seguidores, dentre eles este escriba, nos dirigimos ao sino da Igrejinha  onde este já se encontrava conectado a uma corda e passamos intercaladamente a badalar  aquele bronze.
Para uns, um ato de molecagem;  para outros, brincadeira,  tão-somente. Mas, para nós  foi um ato de rebeldia com o objetivo de alertar as autoridades constituídas, sejam civis ou eclesiásticas de que algo teria que  ser feito em benefício daquele pequeno santuário, palco primeiro das cerimônias religiosas da nossa cidade.
Visando tornar realidade aquele pleito, bem como o da reforma da Estação Ferroviária,  ambos bandeiras da AFAI, visitamos nos primeiros meses do mesmo ano, 2003,  o Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional – IPHAN, objetivando mostrar ao seu superintendente – Dr. Romeu Duarte, a realidade daqueles dois prédios históricos.  Comovido, o diretor daquele órgão acolheu o pleito da AFAI,  mas pediu,  para fortalecer o pedido,  a parceria da Prefeitura Municipal do Ipu através de um documento oficial.
No mês seguinte a AFAI retornava àquele órgão em companhia da Senhora Assunção Carlos, assessora municipal da prefeita Toinha Carlos, para fazer a entrega oficial do documento solicitado.
Dias e meses passavam sem que quase nada de concreto fosse realizado.  Alegavam os entraves burocráticos, ausência de recursos, prioridades etc...
Veio à gestão municipal posterior.  Prefeita – Maria do Socorro.  A AFAI retoma o diálogo com o IPHAN e convida seu superintendente e equipe para conhecerem “in locu” a situação daqueles dois prédios históricos.
Atendendo ao pedido, o IPHAN, na gestão do Dr. Romeu  Duarte esteve por duas vezes no Ipu.   Em ambas as ocasiões reuniões coordenadas pela AFAI foram feitas com a participação de um representante do IPHAN – arquiteto Veloso,  moradores da cidade, da família do Mons. Gonçalo, da prefeitura e da Paróquia.
Mas, repetindo as palavras anteriores:  Dias e meses passavam sem que quase nada de concreto fosse realizado. Alegavam, sempre, os mesmos motivos.
A AFAI, porém, nunca desistiu.  No ano de 2008 mais uma reunião foi realizada na sede do IPHAN.  Desta feita com a presença do representante municipal na Assembleia Legislativa  -  Deputado Sávio Pontes.
Abílio Lourenço Martins.
Mas como das vezes anteriores, ficava tão-somente nas auspiciosas promessas sejam no âmbito do Estado, através da Secretaria de Cultura;  do município ou da União, representada pelo IPHAN.
Finalmente, só agora nos últimos dois anos logramos êxito.  Deram-se as mãos: O Estado, através da Secretaria de Cultura;  a prefeitura municipal – Sávio Pontes, o IPHAN – Arquiteta Jussara Peixoto e os dois últimos presidentes da AFAI – Guto Ponte e João Tomaz, além do povo com as suas apropriadas cobranças.
O certo é que no dia 13 de Maio de 2012 numa noite tão esperada e festiva o povo pode compartilhar com as autoridades presentes a concretização da tão sonhada reivindicação.
Entretanto, dessas pessoas as mais alegres, percebia-se,  eram, sem dúvida, o atual e os ex-presidentes da AFAI que nas primeiras filas assistiam a tudo.
A emoção os envolveu ao ouvir novamente os badalos daquele velho sino convocando, agora, os fiéis para a Missa de reinauguração da Capela de Nossa Senhora do Desterro.  A nossa velha e querida  Igrejinha.
Abilio, 19 Mai 2012.

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