quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Um Pouco da Nossa História.


Atente o leitor para o período - final do séc XIX ou início do XX - em que Antônio Bezerra escreveu o citado livro. É este o período em que o Positivismo Histórico está a atingir o seu auge e Antônio Bezerra, como homem do seu tempo, se mostra grandemente influenciado pela teoria da História em voga na época.
Não conheço até o momento desta transcição o livro Fundação do Ipu, de Herculano José Rodrigues, mas a citação que o mesmo faz de Antônio Bezerra é do livro Notas de Viagem.
O sobrenome do proprietário do sítio Ipuzinho é o mesmo do juiz Antônio Barbosa Ribeiro, assassinado em 1795 pelo coronel Manoel Martins Chaves no Campo Grande. De acordo com Nertan Macedo em O Bacamarte dos Mourões, o coronel Martins Chaves era filho do Capitão José de Araújo Chaves, dono da sesmaria das Ipueiras. Segundo o Padre Francisco Sadoc de Araújo, em História Religiosa de Guaraciaba do Norte, o cap José de Araújo Chaves foi o doador do terreno para a construção de duas capelas, na primeira metade do séc XVIII, pelo frei José da Madre de Deus, no território da sua sesmaria. A primeira capela foi construída sobre a serra e recebeu como orago São Gonçalo do Amarante, ficando conhecida como Matriz de São Gonçalo da Serra dos Cocos. Foi essa capela elevada á categora de igreja-matriz da Freguesia de São Gonçalo da Serra dos Cocos, por provisão de 31 de agosto de 1757 passada pelo Bispo de Olinda, D Francisco Xavier Aranha, ao visitador dos sertões do norte, José Pereira de Sá. A segunda foi consagrada a N. S. da Conceição, sendo edificada no sertão, onde hoje se acha a cidade de Ipueiras.
Os dois primeiros parágrafos deste segundo capítulo trazem uma pequena introdução do autor ao tema do capítulo que parece ser as violências cometidas no Ipú e seus autores, os facinorosos membros da família Mourão.
Os originais dessas Memórias foram entregues ao Instituto do Ceará por José de C. Monte e foram publicadas na íntegra pelo Barão de Studart na Revistra Trimestral do Instituto do Ceará, tXLI, ano XLI, (1927), pp(3-54). Após a morte de Alexandre Mourão, os originais haviam ficado em poder de seu filho Antônio Mourão. Este morava na Fazenda Cipó, no município de Tauá.
[1]Creio que temos aqui um erro de impressão. O correto seria ao lado e não ou lado. Contudo, esta transcrição preserva a grafia original.
[1]Provavelmente mais um erro de impressão. O correto seria combinação.
[1]Por algum motivo que não me arrisco a conjecturar, o autor deixou de mencionar o ataque dos Mourões à cadeia do Ipu, ocorrido em 24 de janeiro de 1846. Nertan Macedo indica como fonte para a sua pesquisa sobre este fato o processo-crime instaurado no Ipu para apurar a morte do delegado Manoel Ribeiro Melo. Alexandre Mourão e seu bando atacaram a cadeia justamente para matar o delegado. Diante da ausência deste, trocaram tiros com os praças, tiroteio que resultou na morte de José de Barros Mourão. Alexandre partiu a procura do delegado e encontrou-o no sítio Canabrava, atual cidade de Ararendá, onde o assassinou. Se Euzébio de Sousa pesquisou os autos de processo arquivados no cartorio do Ipu, é de estranhar que não tenha descoberto o processo instaurado por ocasião da invasão da cadeia pelos Mourões.
[1]A folha está rasgada neste ponto. O texto me é impossível resconstituir mas, pelo que podemos perceber, trata da transferência da sede da Villa Nova d'El Rei para o Ipu, citando as leis provinciais que se sucederam neste processo.
O verso da folha rasgada não permite a transcrição do restante da página.
Refere-se o autor ao bairro mais importante da cidade àquela época.
Falta mais de 50% desta folha.
Nota do autor: Sobre esse assumpto, subordinado ao titulo - Um novo templo ipuense, publicou O Rebate, de Sobral, em seu n.o 18, edição de 24 de outubro de 1914.
Nota do autor: O presente estudo do meio litterario ipuense, publicado na brilhantes paginas da Revista da Academia Cearense em seu tomo XIX, 1914, soffreu algumas modificações neste trabalho. - N. A.
[1]Como já citei anteriormente (nota 15), este fato foi brilhantemente narrado por Nertan Macedo no Bacamarte dos Mourões.
Preservei a grafia original.
[1]A imprensa considerada positiva, o oposto dos pasquins.



Revogada, porém, pela lei de n.o 230 de 12 de Janeiro de 1841 no periodo presidencial do padre José Martiniano de Alencar, teve sua restauração pela de n.o 261 de 3 de dezembro de 1842.
O Ceará, ao que parece, atravessava a esse tempo uma crise politica, cuja investigação é inadequada ao thema que prende a attenção do chronista. É o que se pode coligir do art 1.o da citada lei n.o 230 tornando «revogados indistinctamente todos os actos legislativos da assembléa provincial e sanccionados desde 1.o de agosto até 14 de setembro de 1840, e em seu vigor todas as leis por elle revogadas».
Por sua vez esta ultima lei foi derogada pela de n.o 256 de 23 de novembro de 1842, que restaurou a de n.o 198 de 22 de agosto de 1840; assim como a de n.o 200 de 26 de agosto foi restaurada, como ficou dito acima, pela de n.o 261 de 3 de dezembro de 1842, na vigencia presidencial do general José Joaquim Coelho.
Tudo que ahi fica denota enorme complicação de leis revogadas e restauradas, corroborando a crise dos partidos que se degladiavam então.


(Eusébio de Sousa - Crônica de 1915, Revista do Institudo Histórico e Antropológico do Ceará)



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