sábado, 31 de julho de 2010

Histótico da Cidade de Ipueiras. ALMECE.



ACADEMIA MUNICIPAL DE LETRAS DO ESTADO DO CEARÁ
(ALMECE)
A ALMECE é uma Academia que faz em cada cidade de nosso Estado um representante. Fui indicado por um de meus amigos de Ipueiras para representá-la junto a ALMECE o que muito me deixou lisonjeado.

Depois de três anos passei a representar o meu Município de Nascimento – O IPU. Com o desaparecimento da representa que havia morado em Ipu e que era descendente de Alemã, o seu nome não me recordo sei apenas que morava no Rio de Janeiro e faleceu no de 2003.

Assumi no dia 24 de setembro de 2003 a Cadeira de Nº. 04 a sonhada vontade de representar a minha Terra O IPU.


REFERÊNICIAS SOBRE A CIDADE DE IPUEIRAS

A cidade de Ipueiras está localizada na zona norte do Estado do Ceará. Uma das regiões cobertas de carnaubeiras e muitas árvores frondosas com água corrente, muita caça e uma grande lagoa.
Aqui na fazenda chamada Ipueiras morava os seus primitivos Tabajaras que ali residiam bem felizes. Era uma grande floresta, que aos poucos foi sendo destruída.
A água acabou e os índios passaram a chamá-la de Ipueiras.
O nome Ipueiras é de origem indígena, significando “águas retiradas” ou “lagoa pequena e rasa”.
Antes de se formar povoado, Ipueiras era uma grande fazenda de gado, que tinha como proprietário um dos homens mais poderosos do Ceará, o Coronel do Regimento da Cavalaria da Vila Nova Del Rei, hoje Guaraciaba do Norte.
Manoel Martins Chaves, cujo poder se alastrava desde o planalto da Ibiapaba até os sertões dos Inhamuns, era conhecido por suas maldades, onde mandava matar os que lhe desobedeciam ou desagradava, numa prensa localizada próxima à localidade “América”.
Em março de 1805, o Governador João Carlos de Oeynhousen, efetuou pessoalmente a prisão do coronel Martins Chaves e comparsas; foram enviados para os cárceres de Limoeiro, em Portugal, vindos a falecer em 27 de maio de 1808. Suas terras foram confiscadas por ordem direta de Portugal, provinda da Rainha D. Maria Louca, em 1806, as quais foram adquiridas por sua irmã, D. Maria do Prado e Vasconcelos.
A Fazenda Ipueiras foi retalhada e um dos seus adquirentes, Joaquim Alves Linhares, anos depois ao se retirar para o Piauí, doou a sua parte para servir de patrimônio a Nossa Senhora da Conceição, padroeira da Cidade.
O município de Ipueiras, localizado no norte do Ceará, numa altitude de 231 metros, em relação ao nível do mar, distante de Fortaleza 326 quilômetros, com 1.204 quilômetros de extensão territorial, com uma população de 35.090, sendo 21.428 na zona rural e 14.271 na zona urbana, a uma temperatura média de 30º centígrados.
Limita-se ao norte com o Ipu, Guaraciaba do Norte, Croatá, Poranga e Ararendá ao Sul, a Leste com Nova Russas e Hidrolândia e a oeste com o Estado do Piauí.
O Município foi criado pela Lei 2.036, de 25 de outubro de 1883, por iniciativa do Padre Angelim, então deputado provincial.
A cidade está localizada em uma posição privilegiada a aproximadamente 09 quilômetros da encosta da Serra da Ibiapaba.
A providência divina foi boa e generosa com a formação geográfica do município que é constituído de cinco regiões e distritos, como: sertão, pé de serra, serra, carrasco e macambira, onde cada uma delas, com clima e vegetação diferentes, criando assim a possibilidade de escolher um local adequado para habitar, plantar, cultivar, realizar remanejamento de pastagens etc.
A capela de Nossa Senhora da Conceição foi inaugurada aos 04 de julho de 1745, pelo padre Da Costa. Nesse dia foi batizado Manoel Martins Chaves, filho de José Araújo Chaves e Luzia de Matos Vasconcelos.
Foi o capitão José de Araújo Chaves que determinou os padroeiros: São Gonçalo, em homenagem ao Conselho de Amarante, vila portuguesa de onde provinham os Martins Chaves, e a padroeira de Portugal, Nossa Senhora da Conceição.
A paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Ipueiras foi criada no tempo do Império, aos 27 de outubro de 1883.
A iniciativa foi do Padre Francisco da Mota Angelim, natural dos Inhamuns, e residente em Ipueiras, exercendo na época, a função de deputado provincial.
A instituição canônica foi feita pelo então bispo do Ceará Dom Joaquim José Viera, por provisão de 21 de abril de 1884.
A instalação da paróquia foi feita solenemente no dia 6 de julho de 1884, quando tomou posse o primeiro vigário João Dantas Ferreira Lima.
Destacamos entre os fatos sociais e políticos que marcaram a cidade de Ipueiras, a criação do Município, em 25 outubro.
de 1883, pela Lei nº 2.036; edificações da Capela e da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, respectivamente, 4 de julho de 1745 e 27 de outubro de 1883, pela abnegado sacerdote Padre Angelim, que numa batalha incansável realizou o sonho de todos que habitavam Ipueiras; outro fato marcante foi às comemorações alusivas ao centenário da cidade, em 1983, pelo então prefeito Manoel Dias Cavalcante.
Toda cidade rejubilou-se num canto perene de glória e agradecimento ao senhor Deus Todo-Poderoso por tão magnânime data. A programação foi muito vasta e rica, constando no seu teor palestras culturais, exposição de livros, missas, desfiles, concursos literários, bailes etc.
Na sua formação educacional, Ipueiras conta com várias instituições educacionais: Colégio Estadual Otacílio Mota, funcionando há mais de três décadas, sendo uma expressão na educação do município e de toda região. O Colégio supracitado funciona com mais de mil alunos nos três turnos, com ensinos:fundamental e médio, como recomenda a Legislação Estadual.
Sua formação administrativa é constituída pelos seguintes distritos: Ipueiras (distrito sede), Engenheiro João Tomé, Gázea, Livramento, Matriz de São Gonçalo, Nova Fátima, América e São José das Lontras.
O atual prefeito de Ipueiras é o senhor Francisco Souto Vasconcelos, que está desempenhando brilhante administração à frente do governo municipal, dando a verdadeira importância ao social, saúde, educação, moradia, segurança e cultura. O prefeito Vasconcelos intensifica o seu trabalho administrativo fortemente na educação e saúde.
O Poder Judiciário está representado pelo Dr. Eduardo Martins, juiz de direito da Comarca de 2ª Entrância, e o Dr. José Arteiro Rodrigues Goiano, que representa o Ministério Público.
O poder legislativo se faz representar pelo presidente da Câmara Municipal, o senhor Egberto Farias Rodrigues.
Em sua formação médico-sanitária, Ipueiras foi uma das primeiras cidades do interior do Ceará a fazer funcionar um Hospital Regional, com plenas atividades cirúrgica, hospitalar e ambulatorial, que recebeu o nome de “Hospital e Maternidade Otacílio Mota”.
Outra unidade sanitária de Ipueiras é a Maternidade Nossa Senhora da Conceição, instituição filantrópica, dirigida pelo médico José Bezerra de Alencar.
Conta ainda à cidade com cinco médicos, com residências fixas, afora outros considerados plantonistas que, vindos de outras cidades, prestam os seus serviços à população de Ipueiras.
A Prefeitura Municipal de Ipueiras mantém através de sua Secretaria de Assistência Social, um trabalho voltado ao proletariado. Oferecendo condições melhores de vida para seus moradores, levando sempre a orientação segura e os procedimentos de como evitar algumas doenças, como: sexualmente transmissíveis (DST), tuberculose, dengue, cólera etc. Os maus hábitos, como higiene pessoal, alimentação, sedentarismo, enfim, indicar tudo que se refere ao setor saúde.
As campanhas de vacinação, uma tônica permanente na administração municipal de Ipueiras, visam também o controle da natalidade, como o uso de anticoncepcionais e outros métodos. A distribuição do preservativo masculino é uma constante no trabalho diário das agentes de saúde.
Atende nesse setor duas assistentes sociais, um médico do Programa Saúde Familiar (PSF) e voluntárias da saúde existentes na cidade.
Na imprensa falada e escrita, destacamos o primeiro veículo de comunicação na cidade, o jornal “O Sertão”, editado em 17 de março 1916, por Hugo Catunda. Outros jornais existiram, como: “Gazeta de Ipueiras”, editado por Valdir Moraes; “Folha do Sertão”; e por último, “O Conterrâneo”, que vem circulando desde 1997.
Possui ainda uma rádio no sistema radiodifusão, a Rádio Macambira, uma expressão da radiofonia do interior do Estado, destacando-se como uma programação versátil, que muito engrandece a cidade e a emissora.
Conta ainda com os serviços telefônicos da Telemar, nos padrões da nova tecnologia, podendo Ipueiras falar com o mundo inteiro.
Na cidade, não existe museu. Nas artes plásticas, destacam-se vários filhos de Ipueiras, como também na música. A única igreja existente é a matriz de Nossa Senhora da Conceição.
O clima é ameno e suave, recebendo a influência das escarpas da serra da Ibiapaba, nunca ultrapassando a 30º graus centígrados na época mais quente.
Como característica do Nordeste, as nossas condições climáticas são determinadas pelas chuvas irregulares e a vegetação que é bastante rasteira.
O comércio é bem desenvolvido, apresentando na sua estrutura casas comerciais de grande porte. De tudo encontramos no meio comercial de Ipueiras. A feira livre, aos sábados, é constituída de uma variedade enorme de produtos. Na indústria, destacamos a fabricação de aguardente, uma das mais gostosas da região. A cerâmica também abrange uma produção variada em “barro-de-louça”, deixa o visitante absorto pela perfeição da confecção dos mesmos.
São inúmeros os nossos profissionais liberais, destacando-se nas ciências, na política, nas letras, na cultura, na medicina, no jornalismo, no direito, na história, no magistério, no ministério público, na engenharia, na arquitetura, no comércio e na indústria.
A pecuária consiste especialmente no gado de corte, revertendo toda produção no consumo da cidade.
A bacia leiteira é de pequeno porte. Servindo apenas à comunidade local.
A nossa vegetação é caracteristicamente nordestina: nesse clima semi-árido que determina a caatinga, uma mata rala e de porte pequeno, assim é constituída; os córregos existentes, vindos das vertentes da serra, encontram ainda a matinha ciliar que conserva os pequenos riachos.
Destacamos aqui o seu pioneiro, a quem pertenceu à imensa “Fazenda Ipueiras”, Manoel Martins Chaves, personalidade marcante dos primórdios de Ipueiras. O seu aviltamento não ofuscou quando da fase inicial da criação do município.
Aquiles Peres Mota, fez sua história. Advogado; promotor de Justiça, criador da Casa do Estudante em Fortaleza; Deputado Estadual por várias legislaturas; e ainda presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Ceará por três vezes, inclusive tendo assumido a chefia do Governo do Estado em várias oportunidades. Aquiles foi um ipueirense totalmente voltado para o progresso e engrandecimento da terra natal que muito lhe deve.
José Costa Matos, outro ilustre filho de Ipueiras, pertence a Academia Cearense de Letras (ACL), com vários livros publicados, entre eles: Pirilampos (Versos), publicado em 1949. A simplicidade do autor não apaga a sua sensibilidade, deixando extravasar todo o seu lirismo e romantismo às coisas do torrão natal, principalmente o sertão.
Gerardo Melo Mourão, com 11 publicações em prosa e verso. Poeta com estilo camoniano, os seus versos constituem um louvor ao espírito daqueles que vagueiam no mundo das invenções.
Hugo Catunda, um autêntico promovente da cultura de Ipueiras. Criou o primeiro jornal da cidade, “O Sertão”, em 1916. Projetou-se nas letras, sempre com acendrado amor a terra berço. Foi membro da Academia Cearense de Letras (ACL), deixando um legado dos mais valiosos para os seus descendentes.
Antonio Frota Neto, outro destaque na cultura de Ipueiras. Foi porta-voz na presidência da República, no governo do presidente José Sarney. Escreveu o livro “Um dia de Sábado em Macambira”, retratando em grande estilo o comércio livre de Ipueiras pela sua autenticidade. O livro ganhou notabilidade em todo Brasil.
O prefeito da cidade, Francisco Souto Vasconcelos, José Costa Matos, Jeremias Catunda, professor Luiz Malaquias Filho, Pedro Martins Aragão, os jornalistas Oscar Pacheco Passos e Edmundo Medeiros aparecem no cenário cultural da cidade.
Jeremias, além de jornalista, reuniu em um livro publicado em 1986 - “Versos Versus Minha Vontade”, de poesia, todas suas, de uma estirpe tão grandiosa que sua verve extravasa o limite de nossa sensibilidade.
Jeremias marca sua história na sua cidade, Ipueiras, através de seu potencial sociocultural.
A cidade de Ipueiras é banhada pelo Rio Jatobá. Passa por uma fase de progresso e desenvolvimento que não podemos esconder, mercê do amor, do trabalho e da dedicação dos seus filhos.
Dispõe bem assim de campo de pouso, há 1,5 quilômetros do centro urbano. Está ligada à capital do Estado por via asfáltica, através da “Rodovia da Confiança”, via BR 222. E a “Rodovia da Fé”, pela Fortaleza Brasília.
A agricultura, pecuária, comércio e indústria são fundamentos básicos da economia do município, que nasce na ribeira do Rio Acaraú e vai aos contrafortes da serra de Pedro II, no vizinho Estado do Piauí.
São atrações turísticas: o Cristo Redentor, a uma altura de 200 metros, que orla Ipueiras e de onde o panorama extasia qualquer visitante, pela beleza que oferece.
O Arco de Nossa Senhora de Fátima, uma arquitetura em estilo gótico, erigido em 1953, para marcar a passagem peregrina da imagem de Nossa Senhora de Fátima, vinda de Portugal.
Existe ainda outra atração turística, a “Cachoeira da Viúva”, distante 8 quilômetros da sede. É uma linda queda-d’água numa das vertentes da Serra da Ibiapaba, a uma altura de quase 100 metros.
A cidade possui hotéis, churrascarias, aberta dia e noite, conta ainda com um dos modernos e confortáveis clubes sociais da região, o Grêmio Cultural e Diversional Ipueirense (GRI).
Ainda conta na sua estrutura com uma vastíssima biblioteca à disposição de todos, principalmente da juventude, para o enriquecimento dos seus conhecimentos.
Ipueiras é uma cidade que cresce, mas que ainda respira o ar bucólico dos seus verdes canaviais que circunda por suas ruelas centenárias. Cidade onde até hoje é possível ouvir o canto do “canário-da-terra”, aos arrolhos suaves das juritis.
Terra querida na qual encontramos a hospitalidade e amizades benfazejas de todos os ipueirenses.

Um comentário:

  1. Medalha Dom Helder Câmara, O ARTESÃO DA PAZ
    A Academia de Letras dos Municípios do Estado do Ceará (ALMECE), na pessoa do seu Presidente, Francisco Lima Freitas, no uso de suas atribuições, entregará a Medalha dom Helder Câmara, O ARTESÃO DA PAZ ao Pe. Geovane Saraiva, considerando sua disposição de ficar à frente da COMISSÃO que organizou o centenário de nascimento (1909-2009) de Dom Helder Pessoa Câmara.
    Pe Geovane realizou um profícuo trabalho, proporcionando às pessoas, especialmente os mais jovens, ávidos de conhecimento, sobre a figura de Dom Helder, sobretudo, através dos inúmeros artigos publicados em jornais, revistas e sites. Contamos ainda, na sua lavra literária, com os livros “O Peregrino da Paz” e “Nascido para as Coisas Maiores”. A intenção do autor é fazer com que as pessoas descubram a grandeza de alma desse homem marcado profundamente pela graça de Deus, ao afirmar: "Quem me dera ser leal, discreto e silencioso como a minha sombra”.
    A contribuição do querido Pe. Geovane foi imprescindível para que a força da figura humana, o homem dos grandes sonhos e utopias, que se transformou noutro “Cavaleiro Andante” fosse mais conhecida, não só entre nós cearenses, bem como no nosso querido Brasil e no mundo inteiro.
    Assim, nós da ALMECE, com essa iniciativa, ao mesmo tempo em que fazemos justiça, rendemos graças ao nosso bom Deus, através de Dom Helder, que dizia: “Eu queria ser uma humilde poça d'água para refletir o céu”, condecorando Pe. Geovane Saraiva.
    Local: Academia Cearense de Letras
    Rua do Rosário, No 1 – Centro.
    Dia 22 de dezembro de 2011, às 19h
    Fonte: Academia de Letras dos Municípios do estado do Ceará - ALMECE

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