terça-feira, 27 de julho de 2010

Biografia de João Cordeiro



BIOGRAFIA DE JOÃO CORDEIRO, PATRONO DA CADEIRA DE N° 32, DA ACADEMIA MAÇÔNICA DE LETRAS DO ESTADO DO CEARÁ. (AMLEC).

ATUALMENTE OCUPADA PELO ACADÊMICO
FRANCISCO DE ASSIS MARTINS.


João Cordeiro nasceu em Santana do Acaraú, no dia 31 de agosto de 1932, falecendo em Fortaleza, a 12 de maio de 1931 aos 88 anos.
Foi Senador da República, amigo íntimo de Floriano Peixoto. Figura máxima do abolicionismo no Ceará. Político de corajosas atitudes e de enorme prestigio junto aos poderes constituídos.
Era filho de João Cordeiro da Costa e Floriana Angélica da Vera Cruz, foi considerado nas notas de Eusébio de Sousa deixadas e publicadas na Revista do Instituto do Ceará do ano de 1945 o seguinte: “invicto General da Companhia da Abolição”, foi centro gravitacional redentora do Ceará.

Considerado temperamental quando necessariamente teria que agir, não medindo esforços e nem contava o que era preciso fazer.
Tinha uma linha de conduta que até hoje não conseguimos definir, devido o seu direcionamento a tudo e a todos.
Foram vários os conceitos a sua pessoa inclusive considerando o seu Cérebro como daqueles que não raciocinava dificuldade. Vencia tudo e muito rapidamente.

Nas suas diferentes funções exercidas ao longo de sua existência, ora estava alto, mas dominantemente decidido e decidindo, superando sempre as dificuldades com o seu altruísmo.

João Cordeiro o Abolicionista, não podemos eximir das páginas de qualquer obra que venha falar de abolição, o nome de João Cordeiro; como também o republicanismo do Ceará pois deverá constar em qualquer compendio histórico. Era o Cearense inquieto e integral nos atos como também no caráter.

João Cordeiro, nas memórias que escreveu, ao correr do lápis, esclarece que foi convidado por alguns sócios da Perseverança e Porvir para fundarem uma sociedade que se ocupasse da propaganda e da abolição dos escravizados. Aceitou o convite com grande entusiasmo e com os rapazes da perseverança convocou para Palacete da Assembléia da Província,uma reunião dos abolicionistas para a fundação de uma associação, que instalou com o nome de Cearense Libertadora. Compareceu grande número de abolicionista e ele, João Cordeiro, foi aclamado Presidente e, tomando posse do cargo, deu por instalada a sociedade e nomeou uma comissão para organizar os estatutos.

Dias depois, reuniram-se os associados para ouvir a leitura destes e aprova-los mas, houve longa discussão e, para corta-la, Cordeiro declarou os estatutos que acabara de ser lido como inconveniente, não se relacionando com o pensamento do abolicionismo, nós queremos uma sociedade carbonaria,sem ligações com o governo que se ocupe da libertação dos escravos por todos os meios ao alcance dos nossos recursos pecuniários que nos convém devem ser simplesmente estes: -
· “Art 1° - Libertar escravos seja por que meio for”.
· Art. 2° - “Todos por um e um por todos.”
Dissolveu-se a reunião, ficando apenas duas dúzias de abolicionistas dispostos à luta que em resultado se deu à Libertação dos Escravos no Ceará.

A idéia triunfou e se formou um grupo de resistência que prosseguiu na luta, sendo de justiça destacar nomes de um punhado desse núcleo: João Cordeiro, Antonio Bezerra, Padre Frota, Justiniano de Serpa e outros. “E adianta: “Eram estes os tais libertadores, frase de mofa para traduzir a insignificância da força que pretendia demolir a torre” Malakoff do escravismo.”

Não parece certo que os nomes indicados por Isac do Amaral sejam os que ficaram na hora decisiva do juramento pedido por João Cordeiro, mas a verdade é que todos eles não saem do agitado palco em que se encena o complicado drama do extermínio da escravatura.

O grupo arrojado da Libertadora não mais sossegou nem parou. Sem demora fundaram um jornal comandado por João Cordeiro “destinado à propaganda e interesse dos abolicionistas” e cujo primeiro número circulou no dia 1°de janeiro seguinte ao da fundação da sociedade.Chamaram o Jornal de, “O Libertador” e adotaram o lema de Jesus – “Ama ao teu próximo como a ti mesmo”.

No seu apostolado, “O Libertador” não restringe as duas esferas de ação. Levanta o escravo e coloca o homem ao lado do homem. Sopeia o algoz e liberta a vitima. Tritura o orgulho do enfatuado e eleva o mérito real do filho do povo. E no vasto domínio da mentalidade humana, todo assunto lhe é próprio. Marcha com seu século, tem o mesmo movimento, e a luta faz a sua profissão de fé. Ou vencer ou morrer.

Foi assim a participação que chamamos de efetiva de João Cordeiro, que culminou a libertação dos escravos no Ceará com grandes pompas, com uma programação que constou de números literários, musicais e artísticos de um modo geral.


Ipu, CE, 03 de setembro 2001

Francisco de Assis Martins

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