quinta-feira, 3 de junho de 2010

Discurso na ALMECE

Presidente Lima Freitas, Dr. Juvenal, Dr. Antonio Carlos de Martins Mello, Mello e Fransqinha.
Discurso do Professor Francisco de Assis Martins (Professor Melo), por ocasião de sua posse na.
ACADEMIA MUNICIPAL DE LETRAS DO ESTADO DO CEARÁ
(ALMECE).

Fortaleza (Ceará), 14 de setembro/2000.

Senhoras e senhores,

O homem como um ser em desenvolvimento, admiti-se que tenha nascido de um ato espontâneo e natural da vida.

O homem das cavernas e do machado de pedra eram os mesmos que desde a metade do século XX. Mas sua cultura, os meios de vida, sua estrutura econômica, política e social, seus níveis religioso e moral, eram bem diferentes dos nossos.

Foi necessário que passassem centenas de milhares de anos para que o homem, superando as dificuldades postas quer pela natureza rudimentar quer por sua indigência, chegasse a que hoje se encontra.

A personalidade não está acabada; ela é imperfeita.

Devemos nos completar, devemos realizar tarefas, num processo que só desenvolvimento nos dá.

Entende-se, portanto, que o homem, está feito para crescer: “O Homem, como o mundo, é inacabado”.

E eu quero crescer... Quero me completar nesse sodalício para que me propus a minha auto-realização não é imposta de fora; brota do mais íntimo do meu ser como uma exigência intrínseca e natural.

O Homem é pluridimensional. Capaz de desenvolver-se em todas as suas dimensões: cultural, econômica, social, psicológica, política, moral e religiosa.

A integração harmônica dessas dimensões, numa escala de valores, constituirá o crescimento ou desenvolvimento autenticamente humano, pois somos seres em crescimento e estamos em situações de “vir a ser”, portanto, somos seres em contínua transformação.

Estou neste momento realizando uma aspiração, uma esperança, um sonho que idealizei.

O orgulho de ocupar a partir de hoje a cadeira de número 14 nessa Academia, me é bastante gratificante.

Mas estou vindo da zona norte do Estado, do Ipu, representando a cidade de Ipueiras, cidade alcandorada, recebendo a influência do sertão, pé-de-serra, serra carrasco e macambira. Cada uma delas com clima e vegetação diferentes, deixando-nos bem à vontade à escolha de um local para habitar.

Represento a terra de Manoel Martins Chaves, pioneiro, desbravador da cidade de Ipueiras.

Do Dr. Aquiles Peres Mota, Deputado Estadual em várias legislaturas, Governador interino por várias vezes, fundador da Casa do Estudante, aqui em Fortaleza.

De José Costa Matos, escritor, poeta, pertencente à Academia Cearense de Letras.

De Gerardo Melo Mourão, poeta de estilo camoniano, com11 publicações. Vejam o que Carlos Drummond de Andrade disse sobre Gerardo: “Um poeta que não se pode medir a palmos, e conseguiu o máximo de expressão usando recursos artísticos que nenhum outro empregou em nossa língua”.

De Hugo Catunda. Criador do primeiro jornal de Ipueiras, “O Sertão”. Um autêntico promovente da cultura de Ipueiras. Foi membro da Academia Cearense de Letras, deixando um legado dos mais valiosos para seus descendentes.

Antônio Frota Neto. Foi porta-voz da presidência da República no governo do presidente José Sarney. Escreveu “Um Dia de Sábado em Macambira”, um livro relatando em grande estilo o comércio livre de Ipueiras.

De Jeremias Catunda, poeta e jornalista que canta sua terra através de versos, deixando extravasar o limite de sua verve.
O atual prefeito de Ipueiras é o senhor Francisco Souto de Vasconcelos, com destacada administração frente ao Município.

Ipueiras é uma cidade que cresce, mas que ainda respira o ar bucólico dos verdes canaviais que circundam suas ruelas centenárias. Cidade que até hoje é possível o canto do “canário-da-terra” aos arrolhos suaves das juritis.

Terra querida, onde encontramos a hospitalidade benfazeja a todas que visitam Ipueiras.

Obrigado.

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